12 de abril, de 2023 | 13:22

Receita quer intensificar fiscalização de impostos de importação

Objetivo é evitar fraudes por grandes empresas de comércio eletrônicos

Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
A Receita Federal vai intensificar a fiscalização do pagamento de impostos de produtos importados via comércio eletrônico. Segundo o órgão, não haverá aumento de tributo, pois hoje já existe a tributação de 60% sobre o valor da encomenda, “mas que não tem sido efetiva”.

“O que se está se propondo são ferramentas pra viabilizar a efetiva fiscalização e exigência do tributo por meio de gestão de risco”, informou. “A Receita vai centrar sua fiscalização nas remessas de maior risco, em que nossos sistemas de gestão de riscos, alimentados pelas declarações antecipadas, apontem risco maior de inconsistências”, explica o comunicado.

A proposta da Receita é obrigar a apresentação de declarações completas e antecipadas da importação, com identificação completa do exportador e do importador. Em caso de subfaturamento ou dados incompletos ou incorretos haverá multa.

Atualmente, existe isenção de impostos sobre remessas internacionais até US$ 50, somente para transações feitas de pessoas físicas para pessoas físicas. Entretanto, o órgão está propondo mudanças no processamento de encomendas para evitar fraudes por grandes empresas estrangeiras.

“Esse benefício é apenas para envio de pessoa física para pessoa física, mas vem sendo amplamente utilizado fraudulentamente, para vendas realizadas por empresas estrangeiras”, explicou o órgão em nota à imprensa, na noite desta terça-feira (11) para esclarecer informações divulgadas pela imprensa de que o órgão acabaria com esta isenção específica de imposto.

A Receita quer dar o mesmo tratamento nas remessas de pessoas jurídicas e físicas. “Hoje as remessas por pessoas físicas de bens com valor relevante são absolutamente inexpressivas. Essa distinção só está servindo para fraudes generalizadas nas remessas”, argumentou.

Para a Receita, as medidas visam beneficiar os consumidores. “Com a declaração antecipada, a mercadoria poderá chegar no Brasil já liberada (canal verde), podendo seguir diretamente para o consumidor”, afirmou. “Com o tempo, o próprio consumidor vai preferir comprar de empresas confiáveis, que atendam estritamente a legislação brasileira”, completa.

Cobrança
Atualmente, as importações por pessoas físicas não podem ultrapassar US$ 3 mil por operação. Até US$ 500, o imposto é simplificado e corresponde a 60% da compra, incluindo o valor do produto e de eventuais taxas de frete e de seguro. De US$ 500 a US$ 3 mil, também incide o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), administrado pelos estados, e uma taxa de despacho aduaneiro de R$ 150.

Acima de US$ 3 mil, a compra passa a ser considerada de pessoa jurídica. Cada produto é tarifado conforme o Imposto de Importação e são acrescidos outros tributos como Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Em duas situações o Imposto de Importação não é cobrado. A primeira é a isenção estabelecida por lei para livros, revistas (e demais publicações periódicas) e remédios. No caso dos medicamentos, compras por pessoas físicas de até US$ 10 mil são isentas, com o produto liberado somente se cumprir os padrões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Por fim, também não pagam imposto encomendas de até US$ 50, benefício só concedido se a remessa ocorrer entre duas pessoas físicas, sem fins comerciais.

© Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Comentários

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Lucas Adriano

13 de abril, 2023 | 09:11

“Falando sério agora, é triste ver que estão cobrando mais impostos ao invés de diminuírem. Essa medida não só prejudica os consumidores, que geralmente são pessoas pobres que antes não tinham acesso a esses produtos e vão voltar a não ter, como também os pequenos comerciantes que compram da China e revendem aqui. É realmente lamentável que um governo que diz cuidar dos mais pobres e necessitados prejudicando os mesmos, um governo que diz querer abaixar a inflação e os juros mas cobra mais impostos e aumenta os gastos. São negacionistas da ciência econômica”

Paulo

13 de abril, 2023 | 06:48

“Conheço muito patriota que TV pirata,faz um gatinho na Internet, na água, na energia. Agora vemos os patriotas defenderem a concorrência desleal entre a China e as empresas nacionais. Logo a China, vai entender.”

Lu Magalhães.

12 de abril, 2023 | 17:53

“Não tem mexida com esse povo não, eles tem que saber não não tem jeito de tirar o Coco sem quebrar a sapucaia ,coitado do pobre, eu comprei um produto importado no valor de $80,00 reais..demorou pra chegar, e quando chegou o correio me mandou um aviso quê meu produto tinha chegado. Fui la pegar e a taxa de importação quê eu teria que pagar foi a bagatela de $180,00 ,resultado deixei aquela P... pra lá perdi meus $80,00 reais..”

Tiago

12 de abril, 2023 | 17:03

“Palavras bonitas para dizer que o estado vai passar a cobrar um imposto que não vinha cobrando. No fim das contas quem paga essa conta você já sabe né! Alegrai-vos :)”

Sr Otário

12 de abril, 2023 | 16:55

“Para a Receita, as medidas visam beneficiar os consumidores. ?Com a declaração antecipada, a mercadoria poderá chegar no Brasil já liberada (canal verde). Kkkk....vai mesmo...pagando só 60%....a pouca alegria que restava nos pobres....vai ser taxada...e os preços dos nacionais terão 60% de margem para subir...”

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