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11 de abril, de 2023 | 09:00

Pablo Cardoso, seu show e sua história

Silvia Miranda - Repórter do Diário do Aço
Anderson Figueredo
Pablo Cardoso conta porque mesmo em meio a quimioterapias escolhe continuar no palco Pablo Cardoso conta porque mesmo em meio a quimioterapias escolhe continuar no palco

Quarenta anos de carreira e uma enorme bagagem de talento e garra. Depois de fazer sucesso em vários palcos de Minas Gerais, o timoteense Pablo Henrique Soares Cardoso se prepara para realizar o sonho de apresentar um espetáculo em sua cidade natal. O artista que aguarda por uma cirurgia de transplante de medula vê na arte o incentivo para enfrentar a luta contra o câncer. E é da família e de uma rede de amigos que vem o apoio para seguir com as apresentações, em meio ao delicado tratamento.

Pablo Cardoso iniciou seu caminho artístico na década de 1980 ainda em Timóteo, em escolas e grupos de teatros locais. Em 1996, ao lado de amigos, Pablo fundou o famoso grupo de teatro “Gente do Céu” de Coronel Fabriciano. E assim realizou vários espetáculos na região, inclusive ao lado de referências como Ricardo Maia e Adão de Faria.

Em Belo Horizonte, Pablo Cardoso fundou o Grupo Cultural Mineiro Badauê, em 2003. A ideia era trabalhar a memória da música popular brasileira. Na primeira apresentação, em junho de 2003, 30 anos após o fim da banda de Ney Matogrosso, começa então sua interpretação do referido artista, apresentando "Nem Secos nem Molhados, um tapa no preconceito", com gravação para a TV Cultura, dando projeção ao seu trabalho e permitindo centenas de apresentações por todo o estado e apresentações em emissoras do Brasil.

A arte
De volta ao Vale do Aço em 2015, Pablo retomou a direção “Grupo de Teatro Gente do Céu” e montou uma banda com músicos da região, também interpretando o grupo Secos e Molhados. E assim vem emocionado e encantando com suas apresentações em teatros, bares, casas de shows e eventos culturais. Pablo chama atenção por sua performance e talento.

E depois de interpretar Ney Matogrosso por quase 20 anos, seu projeto é direcionar trabalhos no teatro e cantar outros grandes músicos brasileiros como Cazuza, Belchior e Milton Nascimento, juntamente com sua banda. “A minha força é o palco. Muitos me questionam ou me recriminam porque eu saio de uma quimioterapia ou eu saio do hospital e vou fazer uma apresentação, mas se não fizer isso a minha essência morre, é o que me instiga a continuar e a lutar. Essa luta é difícil, mas eu não sou o único”, declara.

O câncer
Há cerca de dois anos Pablo descobriu um câncer no pescoço, a mesma doença que vitimou seus pais. Em tratamento com quimioterapia, ele se prepara para realizar uma cirurgia de transplante de medula óssea autólogo, onde as células-tronco do próprio paciente são coletadas e utilizadas para a recuperação após a quimioterapia e/ou radiação.

Mas antes de realizar o procedimento, precisa esperar pela redução e controle de novos linfomas que surgiram em outras partes do corpo. “Eu acredito que Deus vai te dando oportunidades para te ensinar, meu pai e minha mãe morreram de câncer e eu ainda não tinha acordado. Na hora que eu acordei já estava em processo de quimioterapia, já estava em processo para a cirurgia e precisava me cuidar ou a doença iria voltar, como voltou”, reflete.

Os amigos
Desde a pandemia, quando teve seus trabalhos paralisados e depois com a descoberta da doença, o artista tem recebido o apoio da família e dos amigos. Além de eventos beneficentes, os voluntários arrecadam doações para ajudar nas despesas de Pablo. “Eu vejo o amor que eu recebo de Deus, da minha família e dos meus amigos”, enfatizou. Interessados em fazer doações ou obter informações sobre como ajudar o artista podem ligar no telefone (31) 98729-5673, o número também é a chave pix de Pablo Cardoso.

Novo show
Na sexta-feira (14), a partir das 20h, Pablo Cardoso se apresenta na Praça 29 de Abril, em Timóteo, com o espetáculo “Faz parte do meu show. Minha cidade”. “Eu sou timoteense e já me apresentei em vários lugares da região, mas nunca me apresentei numa praça em um projeto da própria cidade, e esse sonho vou realizar agora, chegando aos 53 anos. Meu sonho é continuar cantando músicas que emocionam as pessoas, sem modismo, sem exageros, mostrando a essência da música popular brasileira”, declarou.

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