30 de março, de 2023 | 15:00

Opinião: Mercado pet no Brasil segue ‘bom pra cachorro’

Simone Cordeiro *

Quem depara com os números do mercado pet no Brasil não imagina que o país enfrentou uma grave crise financeira que ainda não foi totalmente dissipada. O desemprego, a inflação e os juros altos ainda dão as caras, mas tudo isso parece virar poeira quando o pano de fundo é o mercado de animais domésticos. Em plena pandemia do coronavírus, o faturamento do setor já era impressionante. Em 2022, a tônica ainda foi de crescimento.

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), apontam que o setor registrou um faturamento de R$ 41,9 bilhões no ano passado, cifra 17,2% maior do que em 2021. Destes, cerca de 80% – algo próximo de R$ 33 bi – são especificamente do nicho de ração animal, o chamado pet food. Além disso, os produtos veterinários movimentaram R$ 5,9 bilhões, enquanto os produtos de higiene e bem-estar para pets tiveram uma receita de quase R$ 2,7 bilhões.

Na pandemia de covid-19, o isolamento levou muitas pessoas a adotar a ideia como forma de diminuir a solidão. Em 2021, o Brasil respondia por 4,5% do mercado pet global, cujo faturamento foi de US$ 139,2 bilhões. O país aparece atrás apenas dos Estados Unidos (44,8%), Alemanha e Reino Unido (cada um com 4,6%) e vem empatado com o Japão. Isso significa que há uma competitividade e uma oferta ampla de produtos e serviços para pets em curso.

“Dados da Abinpet apontam que o setor
de ração animal registrou faturamento
de R$ 41,9 bilhões no ano passado”


De fato, é preciso destacar que o mercado nacional está concatenado com as inovações internacionais, o que também proporciona mais tranquilidade para que os donos de pets se sintam estimulados a gastar com seus animais. A criatividade é uma marca registrada de empreendedores que demonstram conhecer bem as necessidades e os anseios de quem possui um cão, um gato ou mesmo um animal exótico dentro de casa.

Ainda assim, mesmo diante de tudo isso, a performance do setor poderia ser bem melhor. A carga tributária aplicada ao mercado pet no Brasil é a principal mazela, principalmente quando comparada a de outros países. Por aqui, a tributação sobre os produtos e serviços gira em torno de 51,2%, contra 18,5% dos impostos europeus e de 7% dos Estados Unidos.

Vivenciamos, portanto, um desserviço governamental a um dos segmentos que ajudaram a manter as contas do país a salvo durante a crise financeira. Por esta razão, é possível compreender por que os Estados Unidos geram uma enorme fatia do mercado pet. Apesar dos pesares, o desprendimento e a criatividade dos empreendedores brasileiros, aliados à sua coragem e ao amor aos animais tornou o nosso mercado algo bom pra cachorro.

* Empresária e diretora-comercial da Au!Happy - [email protected]

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