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15 de março, de 2023 | 17:10

Detentos da penitenciária de Ipaba conseguem bolsas no Prouni

Divulgação Sejusp
Atualmente, há 19 detentos fazendo faculdade dentro da penitenciária Dênio MoreiraAtualmente, há 19 detentos fazendo faculdade dentro da penitenciária Dênio Moreira

Nas penitenciárias e nas unidades socioeducativas de Minas Gerais, administradas pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), detentos e adolescentes acautelados têm acesso ao estudo regular, por meio das atividades elaboradas por professores da Secretaria de Estado de Educação (SEE). Mas muitos que concluem o ensino médio desejam ir além: almejam a aprovação também no ensino superior.

Em janeiro deste ano, conforme divulgado pela Sejusp, a busca pela sonhada vaga em uma faculdade moveu mais de cinco mil detentos e jovens em cumprimento de medida socioeducativa de internação a realizar o Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade. Alguns alcançaram o objetivo e já estão iniciando os estudos.

A.S., de 33 anos, é um deles. Ele, que cumpre sua sentença dentro da penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba, conta que não conseguiu concluir o ensino médio na juventude, por conta de responsabilidades sociais: "Casei novo, tive que trabalhar e passei por dificuldades. Terminei o ensino médio aqui, na escola da unidade. Havia parado no primeiro ano". Em seguida, ele recebeu apoio da família para pagar uma faculdade particular. Iniciou a graduação em Administração, se dedicou para o Enem PPL e acaba de conquistar uma bolsa pelo Programa Universidade Para Todos (Prouni) para o mesmo curso. "Desde criança, tenho o sonho de administrar uma empresa. Será uma oportunidade a mais quando sair do sistema prisional. Quero continuar trazendo orgulho e felicidade para a minha família, que me apoiou até aqui".

T.D.A., de 33 anos, também está na penitenciária de Ipaba. No segundo semestre de 2022 começou o curso de Gestão da Qualidade, com o suporte financeiro da família, e acaba de conquistar uma bolsa para Engenharia de Produção pelo Prouni. "Tirei o segundo grau em 2007. Não estava muito por dentro das matérias; mas a pedagoga da unidade me cedeu as apostilas e me esforcei muito". Antes da detenção ele já atuava na área industrial, como mecânico montador. Agora, quer usar a qualificação na área.

"Sempre tive o sonho de estudar, fazer engenharia, mas às vezes fazemos outras escolhas. O estudo dentro do sistema prisional é importante, não apenas para os que estão fazendo uma faculdade, mas também para os que não tiveram acesso a qualquer nível de educação. Foi uma grande porta aberta na minha vida. Quero mostrar para todos que existe um caminho que é fora do crime. Muitos desacreditam da gente, nos julgam apenas pelo passado".

Oportunidades
A diretora de Atendimento da penitenciária de Ipaba, Natália Santos, conta que, atualmente, há 19 detentos fazendo faculdade dentro da unidade. A maioria é bolsista do Prouni: seis entraram no Prouni em 2022, oito este ano e cinco usam recursos particulares. "Eles concorreram a nível nacional, sem qualquer tipo de privilégio. Para esse resultado, o trabalho conjunto da equipe técnica com a escola e a família é fundamental", observa a diretora.
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Comentários

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Ivanil Corcinio da Silva

16 de março, 2023 | 09:45

“Enquanto isto as vítimas fatais vão PROCEU.”

Ipabense

15 de março, 2023 | 18:20

“A isso é muito prazero de se ver, eu não tive oportunidade de estudar, por causa das responsabilidade, tirei 2 grau em 2009, como seria importante uma universidade em ipaba, chego cansado do trabalho, preoculpação com contas, queria muito uma oportunidade de estudar numa faculdade na cidade que eu nasci, uma pena que nossos governantes de ipaba, so pensam em derrubar praça e contruir denovo, arrancar asfalto pra fazer denovo, não tem lazer, não tem cultura, como sinto falta da antiga ipaba!”

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