07 de março, de 2023 | 06:30
Sem surpresas
Fernando Rocha
Por terem feito melhores campanhas, Atlético e América terão as vantagens do regulamento, de atuar por dois resultados de placares iguais. Se chegar à final, por ter a melhor pontuação geral, o Galo é que terá esta vantagem.
A competição deste ano, promovida e coordenada pela Federação Mineira, teve até aqui mais pontos negativos do que positivos, a começar pela nova e confusa fórmula de disputa com os clubes divididos em grupos, abandonando a outra que vinha sendo adotada há mais de uma década e de fácil entendimento pelo público.
O campeonato já começou com uma mancha, o imbróglio na justiça desportiva entre Betim e Ipatinga. Aliado a isso, a falha na redação do regulamento, corrigido com o campeonato quase na reta final, além do baixo nível técnico dos times, dos gramados ruins nos estádios do interior, das invasões de torcedores e das arbitragens discutíveis, tornaram a disputa atual em um dos piores torneios estaduais dos últimos anos.
Fator positivo
O único fator positivo a ser destacado foi a adoção do VAR em todos os jogos, algo que só acontece aqui e no Paulistão, o que coloca estes dois à frente dos demais estaduais disputados no país.
O que precisa ser feito, agora, é melhorar o trabalho dos árbitros que operam os equipamentos, para que as decisões sejam tomadas de maneira mais rápida e segura.
Tombense, Democrata/GV, Villa Nova e Pouso Alegre vão disputar o Troféu Inconfidência, cujo campeão terá direito a uma vaga na Copa do Brasil/2024.
Patrocinense, Caldense e Democrata/SL vão disputar o “triangular da morte”, de onde sairão os dois rebaixados à 2ª Divisão ou Moldulo II, em 2024.
FIM DE PAPO
O Ipatinga terminou em 9º lugar em oito jogos, com duas vitórias, três empates e três derrotas e nove pontos ganhos, no total. Ficou no “limbo”, sem ter mais nada a disputar, mas, ao mesmo tempo, fora do rebaixamento. Para quem ainda passa por sérias dificuldades financeiras e administrativas, afastado da 1ª Divisão nos últimos 11 anos, manter-se na elite do futebol estadual não foi de todo ruim. No entanto, ficou a sensação de que o time poderia ter ido mais longe, caso tivesse poder financeiro para contratar mais dois ou três jogadores de qualidade, experientes, para controlar melhor as partidas e ditar o ritmo de jogo.
Os sete pontos deixados no caminho, sobretudo, no 2 x 2 contra o Democrata/SL fora de casa, na derrota para o Villa Nova em Nova Lima, quando vencia de 2 x 1 até os 35 minutos do 2º tempo, além do empate de 1 x 1, quando derrotava o Pouso Alegre, no Ipatingão, foram determinantes para que o Ipatinga não avançasse à semifinal. Agora transformado em SAF, espera-se que a atual diretoria cumpra todos os compromissos financeiros assumidos com jogadores, comissão técnica, fornecedores, e se planeje melhor. Que em 2024 volte a ser protagonista, ao invés de apenas coadjuvante, na disputa da divisão principal.
As cenas de invasões dos torcedores no Mamudão, em Governador Valadares, no último sábado, assim como já ocorreu em relação às falhas de organização no Ipatingão, que quase viraram uma tragédia, coincidentemente, em jogos do Galo como visitante, em breve serão esquecidas. Todo tipo de invasão de gramado por torcedores é condenável, mas em GV o que queriam era, simplesmente, chegar perto e tietar seus ídolos, principalmente o craque atleticano Hulk. Não precisava daquela ação truculenta e exagerada da Polícia Militar, como também dos seguranças da Federação, que prometeu identificar e suspender um desses brucutus que agrediu covardemente uma criança.
Pouco falado e nenhuma providencia tomada para prender os vândalos que ocupavam oito ônibus contratados pela maior torcida organizada do Cruzeiro, que saíram de BH para Cariacica-ES, a fim de “apoiar” o clube celeste. Na manhã de sábado, esses marginais saquearam a lanchonete do tradicional Posto Café, no km 58 da BR-262, localizado no município de Marechal Floriano. Travestidos de torcedores, usaram de violência para roubar comida, produtos e objetos diversos da lanchonete, atirando as comandas nos funcionários, antes de entrarem nos ônibus e irem embora, tranquilamente, deixando para trás um prejuízo estimado em R$ 5 mil pelo estabelecimento. Essa mesma torcida foi banida dos estádios, juntamente com a maior organizada do rival Galo, e, curiosamente, estaria prestes a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público para voltar a se mostrar publicamente. (Fecha o pano!)
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