05 de março, de 2023 | 07:25

Minas Gerais é o terceiro estado com mais golpes no país, revela estudo

O prejuízo estimado com os estelionatos aplicados em MG, no ano passado, foi de cerca de R$ 29 milhões

(Stéphanie Lisboa - Repórter do Diário do Aço)

Fazer compras pela internet já é um hábito normal e bem comum da sociedade atual, afinal de contas, a prática une vantagens importantes: a facilidade, comodidade e o preço. Os valores de produtos comercializados no mundo virtual são mais vantajosos que na loja física. Mas adquirir mercadorias de forma on-line exige cuidado e muita atenção aos pequenos detalhes, pois qualquer desatenção pode custar um prejuízo ao bolso. Nos referimos aos golpes, assunto semanalmente abordado pelo Diário do Aço em notícias publicadas no “caderno” de polícia.

Golpe do WhatsApp, falso anúncio, do intermediador (venda de carro e moto), do Pix, do amor, dos nudes, e por aí vai. A lista é grande e cresce a cada dia com a elaboração de novas abordagens e artimanhas dos estelionatários. E os mineiros figuram como personagens principais desses crimes e parecem se destacar como “presas” fáceis aos golpistas.

Um mapeamento das principais fraudes e dados sobre golpes no Brasil em 2022, realizado pela OLX, uma das maiores plataformas de compra e venda on-line do país, e o AllowMe, plataforma de prevenção à fraude e proteção de identidades digitais, apontou que Minas Gerais é o terceiro estado com mais golpes, com 8%, ficando atrás apenas de São Paulo (37%) e Rio de Janeiro (14%).

Prejuízo
O estudo apontou ainda dados e curiosidades que envolvem o estado. Por aqui, o golpe do “Falso Anúncio” lidera a lista, com 47% dos casos, seguido pelo golpe da “Compra Confirmada”, com 45%. O prejuízo estimado com os golpes aplicados em 2022 foi grande em Minas Gerais, de acordo com o levantamento: cerca de R$ 29 milhões. No Brasil, esse número chega a R$ 551 milhões. O levantamento também traçou o perfil dos mineiros que têm sido ludibriados ao fazer compras na internet. A maioria são homens (79%), contra 21% de mulheres e 68% das vítimas têm até 31 anos.

Quando desconfiar?
Para saber quando é necessário desconfiar que aquela oportunidade “imperdível” é um golpe, a advogada criminalista e professora da Estácio BH, Renata Mayrink, ressalta um detalhe importante: “Em compras pela internet, o principal sinal de golpe é a discrepância entre o valor do produto anunciado e o valor de mercado. Descontos exorbitantes podem indicar que aquela oportunidade é fraudulenta”, afirmou.

Cuidados
A reportagem do Diário do Aço ouviu também o professor de Segurança da Informação do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Ricardo Leocádio. Ele listou algumas atitudes que podem garantir a você uma compra segura na internet. Segundo ele, o primeiro fator relevante a se observar é a garantia da entrega do produto.

“Independentemente da oferta, tenha garantias ou busque garantias que o produto será entregue”, alertou.
Pesquisar a reputação do vendedor também é importante. “Se você não está comprando de uma empresa de varejo reconhecida é importante buscar reclamações sobre esta empresa também no próprio mundo virtual”, observou. Para aqueles que gostam de usar as mídias sociais para adquirir itens também há indicações: “A boa dica é você validar desde quando aquela conta está ativa. Quanto mais recente é a conta menor é a credibilidade dela, porque você pode estar sendo justamente enganado por fraudador que pode ter copiado uma marca, copiado um serviço”, destacou Ricardo Leocádio.

Para quem usa o cartão como forma de pagamento, a dica é adotar o cartão virtual. Alguns bancos, inclusive, só aceitam aprovar compras feitas com o cartão virtual. “Se você for usar desse tipo de serviço para fazer o pagamento dê preferência para cartões virtuais, porque são autorizados somente para aquele valor e é um cartão que é usado praticamente só para aquele pagamento”, sugeriu.

Fui vítima, e agora?
A verdade é que todos estão sujeitos a cair em algum golpe. Caso isso aconteça, a primeira medida a ser adotada é procurar a autoridade policial para registrar o boletim de ocorrência. “Comunicando que ocorreu um crime, o que possibilita que sejam tomadas as providenciais cabíveis. Em seguida é importante bloquear cartões de crédito e débito e trocar senhas de e-mails e redes sociais, para evitar outros delitos”, pontuou a advogada criminalista Renata Mayrink.