05 de março, de 2023 | 06:00

Novas regras

Fernando Rocha

Sob pretexto de melhorar as dinâmicas dos jogos de futebol, o órgão da Fifa denominado “International Board” vai se reunir em Londres, neste fim de semana, com a responsabilidade de regulamentar e realizar mudanças nas partidas.

O radar dos “velhinhos” que compõem esse órgão cabuloso está focado em duas mudanças principais que, se aprovadas, trarão grande impacto no esporte mais popular do planeta.

A regra de impedimento poderá mudar, corrigindo um exagero atual, isentando de irregularidade o atacante cujo corpo estiver na mesma linha do penúltimo jogador da defesa adversária.

Trocando em miúdos, acabaria o tal do impedimento milimétrico, que só é marcado com a interseção do VAR, por conta de um dedo à frente, um calcanhar etc.

Quanto à outra proposta, de paralisar o cronometro quando a bola não estiver rolando em campo, nas cobranças de escanteio, lateral, faltas, impedimentos, entre outros, acho que não vai acrescentar nada de positivo e não será aprovada.

Muito chato
A cronometragem reduziria o tempo das partidas de 45 para 30 minutos, com o objetivo de diminuir a famosa “cera”, catimba, antijogo, mas, a meu juízo, tornaria o esporte muito chato e sem graça.

Haveria, também, conflito com os interesses comerciais das emissoras de TV, algo que tirou o tênis das TVs abertas, em razão da impossibilidade de se prever a duração das partidas.

A Copa do Mundo de 2022 já ajudou para que mudanças fossem feitas naturalmente nos jogos, aumentando o tempo de acréscimos, o que é compreensível e justo, mas a cronometragem seria dar um passo além das pernas.

FIM DE PAPO

Algumas mudanças foram aprovadas com base na experiência da Copa do Mundo de 2022, entre elas que os goleiros não irão poder mais fazer jogos psicológicos com os jogadores adversários no momento da cobrança de pênalti, uma das armas utilizadas com sucesso pelo goleiro da Argentina. Acho essa proibição ridícula e incompreensível, pois diminui ainda mais as chances do goleiro obter sucesso frente aos atacantes, que já contam com inumeráveis vantagens. Virou meme do menino birrento, mimado, que chama a vovó toda vez que se sente prejudicado por qualquer coisa.

O narrador do Sportv, Jaime Júnior, com quem tive a honra de trabalhar e conviver em seu início de carreira na Intertv, protagonizou com toda a equipe que trabalhou na transmissão do jogo do América com o Tocantinópolis, em Palmas-TO, um dos melhores momentos do ano nas transmissões esportivas da TV brasileira. Com todo seu talento, Jaime Júnior segurou a transmissão de forma especial, brilhante, sem cansar o telespectador, durante quase uma hora e meia de paralisação do jogo devido à falta de energia elétrica no estádio.

Embora houvesse outros jogos em andamento, não houve motivo para mudar de canal. Jaime Júnior foi sério, bem humorado, criativo ao narrar até os momentos em que um funcionário da companhia de eletricidade tentou ligar a chave do disjuntor de um transformador no poste, o que poderia restabelecer a energia e dar segmento à partida. A classificação do América, obtida com um empate de 1 x 1, ficou em segundo plano, pois o show mesmo foi do amigo Jaiminho, hoje um dos melhores narradores do país.

Na última sexta-feira (3), Arthur Antunes Coimbra, o Zico, completou 70 anos de idade esbanjando saúde, graças a Deus. Tive o privilégio de acompanhar a sua carreira, desde que chegou ainda garoto ao Flamengo, até se tornar um gênio dentro e fora de campo. Não torço pelo Flamengo, mas ouso dizer que o grande azar do fantástico time do Galo nos anos 80, que tinha Reinaldo, Cerezzo, Éder e Cia., foi ter surgido na mesma época do “Galinho” e seus parceiros no Rubro-negro carioca, que, além de um timaço, tinha uma desigual força política para empurrá-lo rumo às conquistas. Muita gente que não viu o Zico jogar faz comparações injustas e sem sentido dele com outros craques e tentam diminuir a sua importância por não ter conquistado uma Copa do Mundo. Quanto às comparações, a minha é tê-lo no mesmo patamar de Maradona, Cruyff e Messi. Sobre não ter ganho uma Copa do Mundo, fico com a frase famosa do grande jornalista Fernando Calazans: - Zico não ganhou uma Copa, pior para ela! (Fecha o pano!)
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