17 de fevereiro, de 2023 | 17:00

Amigos lamentam a perda de Amarildo Assis, exaltam sua lealdade e compromisso com o desenvolvimento de Ipatinga

Familiares e amigos se despediram de Amarildo José Assis. Comerciante em Ipatinga, era também figura pública e engajada na vida da comunidade local, com atuações na política e entidades empresariais. Seu corpo foi sepultado na tarde de sexta-feira (17), no Cemitério Parque Senhora da Paz.

Amarildo estava hospitalizado no Hospital Márcio Cunha e morreu na noite de quinta-feira (16), aos 60 anos, em decorrência de um câncer no intestino, doença com a qual lutou por dois anos. Ele deixou esposa, Sônia Assis, e os filhos Thales e Victor. O Diário do Aço ouviu relatos carinhosos de pessoas próximas a ele e que asseguram: seu legado será grandioso.

Amarildo atuou no comércio durante 40 anos. Atualmente era proprietário da Opa Carnes e Bebidas, no bairro Cidade Nobre. Entre outros feitos, foi fundador, diretor e segundo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Ipatinga, foi também diretor da Associação Comercial de Ipatinga (Aciapi) e Ipaminas Esporte Clube.

Foi gestor do suplemento Veículos, publicado durante cerca de dez anos pelo jornal Diário do Aço. Ainda atuou na agência publicitária Ten Comunicação e foi secretário nos governos Chico e Cecília Ferramenta (PT).

Amigo de todas as horas
Para o diretor do jornal Diário do Aço, Valter Oliveira, falar sobre Amarildo é muito fácil. “Era um irmão, esteve comigo em todos os lugares por onde passei. Foi assim no Ipaminas, onde foi meu diretor, na Aciapi também. Fundei a CDL em 1997 e passei a presidência para ele em seguida, até no Clube do Cavalo ele estava comigo, sempre querendo ajudar. E na prefeitura não foi diferente, quando fui secretário levei ele junto, foi meu chefe de gabinete no governo Chico Ferramenta. Afastei em abril de 2004 por questões políticas e ele assumiu. Tempos depois voltou como secretário no governo Cecília Ferramenta”, recorda.

Valter relata que Amarildo foi a primeira pessoa a organizar uma surpresa em sua homenagem. “Foi em 6 de maio de 2000. Me surpreendeu com uma placa com meu nome num salão do Ipaminas”, lembra. Além de companheiro nas empreitadas em Ipatinga, Amarildo e Valter eram vizinhos.

“Morava em frente à minha casa, estávamos sempre juntos. O câncer é uma doença terrível, não escolhe idade e sexo, muitos alcançam a cura, foi o caso dele, teve uma primeira etapa vitoriosa. Estive com ele há dois dias, conversamos normalmente, mas infelizmente aconteceu. O que nos resta é dar forças à família”, destaca.

O presidente da Aciapi de Ipatinga, Luís Henrique Alves, lembra do amigo e companheiro de associação como uma pessoa de fino trato, educado e que sempre respeitou a opinião do outro. “Muito fiel aos seus amigos e diretoria. Só tenho que agradecer por esses anos de convivência, todo apoio que me deu enquanto fez parte da minha diretoria. Lamentamos muito, foi uma perda grande para a Aciapi-CDL, para Ipatinga e claro, para familiares e amigos que estão consternados nesse momento”, salienta.

À frente de seu tempo
Em relação ao trabalho desenvolvido em Ipatinga, Luís Henrique revela que Amarildo sempre pensava à frente de seu tempo. Tinha ideias inovadoras e era defensor da cidade. “Amava Ipatinga, defendia e vibrava em discutir as coisas de nossa região, principalmente no que tange ao desenvolvimento econômico. Dias atrás, quando Alexandre Silveira tomou posse no ministério (de Minas e Energia), conversou comigo da oportunidade que nossa região teria de duplicar essa BR-381 e desenvolver cada vez mais. Ipatinga perde essa figura pública que buscava o crescimento. Estamos chateados, mas que Deus dê o melhor para sua família e conforte os corações”, anseia.

Diretor da Aciapi-CDL de Ipatinga, o lojista Márcio Penna foi só elogios ao falar sobre Amarildo. “Um dos caras mais autênticos que conheci, conseguia divergir com elegância e educação impressionantes, conseguia dialogar com um ponto de vista antagônico ao seu, sem brigar”, aponta.

Para ele, Amarildo foi um amigo, com sensibilidade enorme, visão comunitária, bem-humorado e prestativo. “Nosso período de CDL foi de ideias inovadoras, ele tinha sempre uma coisa nova na cabeça. A vida nos dá irmãos, Amarildo foi um deles e, apesar da rotina afastar a gente, nossa camaradagem era espetacular. O mundo merecia tê-lo mais tempo. Foi uma perda e tanto, um cara muito bom, muito ético. Perdi um amigo”, lamenta.

O amigo e ex-sócio, Lúcio Reis, tinha Amarildo como mais que um parceiro de negócios. “Somos amigos desde a infância e ele já está deixando muita saudade, um cara que amava a vida, se dava bem com todo mundo. Um pai e marido exemplar, e que só deixa um legado de coisas boas. Ele cumpriu seu papel com propriedade e deixa só histórias boas”, assegura,

Uma pessoa querida em diversas esferas

A ex-prefeita de Ipatinga e atual vereadora Cecília Ferramenta (PT) avalia que Amarildo deixa um legado de trabalho, de amizade e de dedicação à família, aos amigos e à cidade. Para ela, Amarildo sempre foi empreendedor e tinha um perfil classista e progressista.

“Como secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico, Amarildo Assis foi importante em várias conquistas de Ipatinga. Trabalhou pela ampliação do Distrito Industrial, desenvolveu projetos que colocaram Ipatinga no mapa do turismo de Minas Gerais, lutou pelo desenvolvimento econômico do Vale do Aço. E, principalmente, era um grande amigo, meu, do Chico Ferramenta, da nossa família. Tinha sempre uma palavra de incentivo, estava sempre disposto a colaborar. Sua morte representa uma grande perda para a nossa cidade, deixa uma grande lacuna”, classifica.

Presidente do Grupo Raízes, Elísio Cacildo classificou a morte como uma perda irreparável. “Quando fui gerente da Agência de Desenvolvimento de Ipatinga, mantive contato enorme com o Amarildo, sempre com presteza. Deixa uma grande folha de serviço prestado à cidade. Foi um baluarte na prefeitura e conquistamos uma amizade. Espero que esteja em um lugar que é merecedor, no céu”, frisa.

O vereador de Ipatinga e assessor da Aciapi de Ipatinga, Adiel Oliveira, que também esteve no velório prestando solidariedade aos familiares, deixou sua homenagem a Amarildo. “Pra gente é muito triste. Foi uma pessoa que atuou em diversas frentes, sempre participando das ações do município. Além disso foi um grande amigo nosso, convivíamos muito. Meu amigo de pedal e, quando perdemos alguém assim, ficamos sentidos. Mas Deus sabe de tudo. Esperamos que ele tenha um bom lugar lá no céu”, conclui.