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09 de fevereiro, de 2023 | 17:00

Prefeito de Ipatinga anuncia recurso contra possível paralisação na construção civil

Arquivo DA
Decisão judicial aponta prejuízo com licenças para construções em desacordo com parâmetros urbanísticos mínimosDecisão judicial aponta prejuízo com licenças para construções em desacordo com parâmetros urbanísticos mínimos

Em vídeo publicado nas suas mídias sociais, na tarde desta quinta-feira (9), o prefeito de Ipatinga, Gustavo Nunes (PL), tranquilizou sobre uma possível paralisação em obras do setor de construção civil no município. O material foi veiculado após uma decisão judicial em primeira instância ser proferida, no dia 27 de janeiro, fato que só veio a público quarta-feira (8/2).

No vídeo (que pode ser assistido mais abaixo), o político assegura que tem conhecimento da decisão, cujo intuito é paralisar todas as obras de construção civil em decorrência do descumprimento de parâmetros mínimos para liberar construções e ocupação do solo, previstos em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado, há alguns anos, entre município e Ministério Público.

“Quero tranquilizar que toda a nossa equipe jurídica da Procuradoria está avaliando essa questão. Vamos tomar as medidas necessárias para que possamos reverter a situação, porque, obviamente, não podemos deixar que um setor importante fique paralisado. Podem ficar tranquilos”, assegurou o prefeito.

TAC

O requerente, o Instituto Cidades - organização da sociedade civil sem fins lucrativos com interesse no urbanismo das cidades e na preservação da história, da cultura, do meio ambiente e de outros interesses difusos -, requereu o cumprimento do que foi acordado no TAC, assinado no dia 27 de abril de 2010 e em documento complementar homologado no ano de 2012.

Os termos do TAC referem-se ao atendimento de parâmetros urbanísticos mínimos a serem observados na liberação de pedidos de licenciamento de construção em Ipatinga (taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento, afastamentos, taxa de permeabilização). À época, o termo foi assinado para evitar a paralisação completa e indefinida da atividade da construção civil, por falta de leis que regulassem a atividade.

Na época, empresários da construção civil local tentaram impugnar o TAC. Igualmente questionaram a legitimidade do MP em propor o próprio termo. Os recursos foram todos perdidos, transitaram em julgado e voltaram a valer os ditames do TAC de 2012.

Entretanto, alvarás foram concedidos sem a observância dos parâmetros mínimos, alega o Instituto Cidades. “Desde 2016 até a data de hoje, prédios têm sido construídos sem o afastamento um dos outros, edifícios em lotes que mal cabem uma casa, desfiguração de bairros já consolidados, construções sem afastamentos que garantam a insolação e a salubridade, impermeabilização excessiva, taxas de ocupação descabidas, levando a degradação na qualidade de vida dos habitantes”, cita a petição. A alegação dos autores da ação é que esses problemas adquirem contorno potencializados pela poluição ambiental a que a cidade está sujeita.
Arquivo DA
Caso seja mantida a decisão de primeira instância, serão suspensos todos os alvarás concedidos sem atender a parâmetros mínimos para construção e ocupação do solo em Ipatinga a partir de 2016Caso seja mantida a decisão de primeira instância, serão suspensos todos os alvarás concedidos sem atender a parâmetros mínimos para construção e ocupação do solo em Ipatinga a partir de 2016

Decisão

Conforme decisão proferida pelo juiz da Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Ipatinga, Luiz Flávio Ferreira, o Instituto Cidades requereu que o município de Ipatinga cumpra, integralmente, os termos do TAC, obedecendo a critérios mínimos para liberar alvarás.

O município de Ipatinga apresentou recurso suscitando preliminar de ilegitimidade ativa, bem como prescrição do título e inexequibilidade/inexigibilidade. O pedido que foi rejeitado pelo magistrado.

Favorável

Conforme aponta a decisão, “em verdade, o prejuízo apurado é concreto e atinge os cidadãos do município de Ipatinga, visto ter sido demonstrado que o padrão de construção na cidade impedia a circulação de ventos, dispersão da poluição, insolação, salubridade, dentre outros”.

Luiz Flávio acolheu o pedido para determinar que Ipatinga cumpra os termos do TAC firmado: a paralisação do recebimento, tramitação e emissão; a suspensão de todos os alvarás de construção já emitidos e cujas obras não tenham sido iniciadas até a presente data, e que em seu projeto contenham algum parâmetro em desacordo com o TAC; a exigência dos parâmetros constantes do TAC em todos novos pedidos de alvarás de construção.

Também, decidiu favoravelmente sobre a interdição de obras que contenham adição de novos andares em todas as construções prediais acima de dois andares, que não tenham chegado ainda no seu último andar previsto, e que em seu projeto contenham algum parâmetro em desacordo com o TAC; a revisão de todos os projetos de construções concluídos em que os alvarás foram emitidos a partir de 20 de outubro de 2016 para verificar os que se encontram em desacordo com o TAC.

O descumprimento da presente ordem judicial ensejará a aplicação das penalidades constantes do TAC, quais sejam multa de R$ 500 mil além de multa cominatória diária de R$ 10 mil, com correção monetária e juros de 1% ao mês.

STJ

Em 2016, uma decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que reformou sentença da Justiça de Ipatinga, entendeu que o Ministério Público tem competência para realizar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) estabelecendo parâmetros para a construção civil. O caso foi alvo de novo recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelos autores da Ação Popular, que perderam a argumentação também na última instância.

Na época foi alegado que, mesmo com a revisão do Plano Diretor e da Lei de Uso e Ocupação do Solo, o TAC da Construção, firmado em 2010 sobrepunha ao que decidiu o poder Legislativo. No fim, prevaleceu o entendimento que o TAC estabelecia o mínimo a ser observado na criação das leis, que não foi atendido com seguidas mudanças realizadas. “O TAC, em seu item 12.11, previa que seus índices e parâmetros só poderiam ser substituídos por leis que os tornassem mais restritivos, e não mais relaxados. A PMI concordara e reconhecia que aqueles eram cuidados mínimos, com os quais se comprometia, e então, ela jamais poderia ter enviado à Câmara Municipal uma proposta de lei com parâmetros relaxados como os que enviou, e que acabaram aprovados”, cita o Instituto Cidades.


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Comentários

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Victor

13 de fevereiro, 2023 | 08:52

“Eu acredito que quem deveria definir os padrões construtivos são os somar-lhes de classe, CREA e CAU, pois o ministério público não entende nada de construção civil e coloca situações totalmente descabidas em suas legislações por desconhecimento técnico, quem deveria montar montar as diretrizes são os engenheiros e arquitetos. Outro ponto, grandes construtoras constroem apenas em lotes bem localizado e que atendam todas as normas legislativas, justamente para valorizar os imóveis e poderem vender com maior valor agregado. Sempre o maior prejudicado do excesso de leis são a população!”

Chega de Falsidade

12 de fevereiro, 2023 | 15:09

“Temos que pensar e obedecer as leis e os tacs que foram acordados no município que moramos, independente de quanto tempo foi feito, como o prefeito mencionou. Prefeito, se quer beneficiar a construtora que investiu na sua campanha, construtora apoiada também por um outro grupo religioso muito conhecido no município, dono até de rádio, *faz o seguinte*, "manda um projeto de lei pra câmara com as novas regras", e pra quem não está satisfeito com regras do município, vai morar em outro lugar. *LEI É PARA CUMPRIR ENQUANTO NÃO FOR ALTERADA*”

Guima

11 de fevereiro, 2023 | 09:27

“Desculpem eu falar isto mas tem dedo político nisso. Na época do Sebastião Quintão aconteceu a mesma coisa a cidade ficou 5 anos parada. A gora depois da eleição de novo? A construção civil é a locomotiva de desenvolvimento de qualquer cidade . gera milhares de emprego e renda. Porquê esta rigidez apenas com Ipatinga . Imaginem S.Paulo, Belo Horizonte onde os Prédios são construídos um encostado no outro? Alguns até invadem a rua . Aqui perto mesmo como em Gov Valadares . Não podemos deixar apenas com o prefeito a sociedade Civil tem que ir contra isto. A lei não pode ser exclusiva para nossa cidade.”

Joanas

11 de fevereiro, 2023 | 06:06

“E agora como fazer com obra que iniciei .eu nao sabia que tinha este entrave.”

Feliz

10 de fevereiro, 2023 | 19:29

“Ohla a construçao civil da renda e emprego.isso e nitido agora meu prefeito nao pode dirigir usando o telefone pior gravando video.ze e un de nos teriamos a carteira. Apreendida”

Marmendecelos

10 de fevereiro, 2023 | 16:42

“Zoio De Zoiar, violão e outros também tem dó (C).”

Cidadão Indignado

10 de fevereiro, 2023 | 15:58

“Jaime, nem em Ipatinga e nem em outras cidades é proibido construir prédios. Quem disse isso? O detalhe pequeno é que nas outras cidades não deve ter máfia, forçando liberação de alvarás desobedecendo o ordenamento legal, situação que em Ipatinga é tão gritante que a Justiça teve que intervir.”

Jaime

10 de fevereiro, 2023 | 15:28

“Sera porque so em ipatinga tem este problema .nunca vi falar em outro municipio e proibido predio.”

Alexandre Dias

10 de fevereiro, 2023 | 09:36

“O pessoal que tem lote em Paraíso e Caratinga (empresários de terceira categoria) PRECISAM vender seus lotes ruins, ainda que para isso precisem atar uma cidade inteira.”

Junior

10 de fevereiro, 2023 | 09:28

“A ação da justiça deveria ser APENAS contra as grandes construtoras que fazem praticamente o que querem, não contra todos. Apenas contra quem aprova e constre fora dos parâmetros, não contra todos.”

Zé Doido

10 de fevereiro, 2023 | 08:39

“Quem paga a banda, escolhe o repertório.
Alguns grandes empresários de Ipatinga, ligados à construção civil e principalmente donos de construtoras fizeram doações pra campanha do atual prefeito, então agora a conta chegou, daí pergunto:
Porque uma empresa coloca dinheiro na campanha de um candidato ou outro? Simplesmente porque se esse beneficiado for eleito, lhe ressarcirá de forma muito generosa, afinal de contas, empresas não fazem doações, fazem investimentos.
O MP deveria acompanhar isso bem de perto, porque infelizmente não temos uma câmara de vereadores eficientes, podemos ter até 1 ou 2 vereadores de oposição, mas isso não representa força frente ao executivo.
Alô MP, verifique isso aí.”

Marcio

10 de fevereiro, 2023 | 08:28

“Resumindo
Pagou aprovou! Fora o q foi negociado debaixo dos panos.
É nítido o descumprimento de regras básicas. Qualquer um ver isso.
Fiscalização inexistente para prefeito nao perder voto !
Olha as inundações de ruas e avenidas !”

Guima

10 de fevereiro, 2023 | 08:25

“Sera que esta exigência é também exigida em outras cidades? Isto so vai prejudicar o desenvolvimento da cidade . Construção Civil gera renda e é a locomotiva de empregos de qualquer cidade.”

Humberto

10 de fevereiro, 2023 | 06:57

“As normas de arquitetura, taxa de ocupação e afastamentos sempre foram descumpridas em Ipatinga. É um grande mal que a população colhe. Em nome da economia e empregos, vão continuar com a ilegalidade. A Usiminas construiu todos imóveis dentro das normas. As reformas fora dos padrões foram autorizadas pela Prefeitura e a ignorância dos proprietários.”

Cidadão

09 de fevereiro, 2023 | 23:29

“Desde 2016 eram cometidas irregularidades na liberação de alvarás e o MP não fez nada? E os vereadores estavam mortos? E os prefeitos que estavam no cargo? Brasil, onde a regra é não atender regra nenhuma.”

Zoio de Zoiar

09 de fevereiro, 2023 | 23:23

“Uma hora a conta chega, esses construtores da região gostam de explorar mão de obra barata para vender imóveis mequetrefe a preço de mansão. Quem tem dó é piano. Ministério Público mostre sua força e não retroceda.”

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