08 de dezembro, de 2022 | 07:30

''Estamos atravessando o momento financeiro mais dramático de nossa história'', afirma reitoria da UFMG

Foca Lisboa
Os dirigentes calculam que a UFMG é afetada por um déficit de cerca de R$ 16 milhõesOs dirigentes calculam que a UFMG é afetada por um déficit de cerca de R$ 16 milhões

O drama vivido pelas universidades e institutos federais com os bloqueios orçamentários, impostos pelo governo federal, parecia ter tido uma trégua, mas voltou a afligir as instituições de ensino. Horas depois da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgar, no dia 1º de dezembro, o desbloqueio dos limites de empenho, veio o susto: o Ministério da Economia voltou a bloquear os recursos.

Em um vídeo publicado nas mídias sociais, o presidente da Andifes, Ricardo Marcelo Fonseca, classificou o episódio como uma reviravolta inacreditável. “De um lado o Ministério da Educação (MEC) restituiu os limites dos nossos gastos, de outro, o Ministério da Economia simplesmente retirou os recursos”, afirmou. Além de voltar a bloquear os recursos, por meio do Decreto nº 11.269, o governo zerou o limite de pagamento das despesas discricionárias do MEC previsto para o mês de dezembro.

Bloqueio nefasto
O cenário é tratado com preocupação pela reitoria da Universidade Federal de Minas Ferais (UFMG). Em nota divulgada à comunidade, nesta semana, e assinada pela reitora Sandra Goulart Almeida e o vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira, a instituição avaliou que o impacto do novo bloqueio é ainda mais nefasto às contas das universidades. “Esse novo bloqueio, além de não permitir que as instituições programem despesas a serem efetuadas, impede, de maneira ainda mais danosa, a instituição de honrar com compromissos já realizados”, diz a nota.
Segundo a UFMG, a medida inviabiliza o pagamento de contas de água, luz e telefonia, dos contratos de serviços de trabalhadores terceirizados e o pagamento de bolsas de ensino, pesquisa e extensão aos estudantes e de diárias para atividades acadêmicas.

“Até que o bloqueio seja revertido teremos condição apenas de arcar com os recursos destinados à assistência estudantil, que serão pagos por meio da Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump)”.

Momento dramático
Cálculos preliminares realizados pela UFMG indicam que a universidade será fortemente afetada. Os dirigentes estimam um déficit de cerca de R$ 16 milhões. “Configurando um cenário espantoso de crise orçamentária”, afirma o texto. Em nota, a instituição fez questão de lembrar que, em maio deste ano, sofreu um corte de outros 16 milhões. “Não é exagero afirmar que estamos atravessando o momento financeiro mais dramático de nossa história”, declarou.

Rotina
Para Sandra e Alessandro, os bloqueios viraram rotina na vida das universidades e institutos federais nos últimos anos, atingindo, segundo eles, escalas insuportáveis. “Em 2022, ano que marcou a plena retomada das atividades presenciais depois da pandemia de covid-19, nosso orçamento é inferior ao de 2020 e 2021 e semelhante ao executado no distante ano de 2008”.

Fracasso
Por fim, para concluir a nota, a reitoria propôs uma reflexão a respeito das consequências geradas a um país que não investe em educação. “Um país que não investe em educação, que não valoriza o seu sistema de inovação e geração de conhecimento, está fadado ao fracasso, ao subdesenvolvimento e à eterna dependência”.
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Comentários

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Geraldinho Manolo

09 de dezembro, 2022 | 08:00

“STF ordenou a União enviar 3,8 BILHÕES para Estados e Municípios gastarem com a "curtura" (lei Paulo Gustavo). Patota aplaude. Como dinheiro não dá em árvore e nem cresce do chão como cogumelos após a chuva o governo tem que tirar de algum lugar. (ou de alguns lugares). Assim a União contingenciou (ou seja, bloqueou temporariamente) despesas inclusive das federais. Patotinha chora. Na UFMG não tem curso de matemática e de economia?”

Joseph

08 de dezembro, 2022 | 11:56

“Estavam acostumados a gastar a vontade, aí vem um governo, que acabou com as mamatas e mordomias, agora não sabem administrar com pouco dinheiro, Fiquem tranquilos o maior corrupto da história do Brasil está voltando e vai resolver todos os problemas, mas só vão perceber quando a conta aumentar. Eta povinho cego e ignorante.
(será o que o DA vai publicar isso, só publicam comentários da esquerda)”

Jorge

08 de dezembro, 2022 | 11:13

“O bloqueio é feito para acabar com as festinhas e presentes de natal do setor administrativo, reitoria das universidades, dentro do gasto com a educação é o setor que mais recebe dinheiro,para poucas vagas criadas de estudo.”

Paulo

08 de dezembro, 2022 | 10:17

“Faz arminha.... Esse é o trágico fim de um governo que não deu certo e que conseguiu enganar quase metade da população. Metade essa que teima em continuar sendo enganada, sendo motivo de chacota nas portas dos quarteis. Enquanto isso, todos os podres e o preço do desgoverno virão a tona. Mas esses imbecis ainda vão dizer que é perseguição política.”

Gildázio Garcia Vitor

08 de dezembro, 2022 | 09:42

“Todo final de mandato do Executivo tem cara de "fim de feira", mas o governo atual está passando dos limites com esta xepa na Educação.”

Lu Magalhães.

08 de dezembro, 2022 | 09:00

“Faz arminha..kkkk
MITO... MITO..MITO..MITO ...MITO :!MITO...MITO.
DEUS ACIMA DE TUDO
OS POLÍTICOS EM CIMA DE TODOS
E O POVO PATRIOTARIOS NAS PORTAS DOS QUARTÉIS KKKK”

Anti Mico

08 de dezembro, 2022 | 08:57

“Graças aos cortes do governo federal!!! Parabéns bolsonaro, neste seus 4 anos de mandato foram muitos privilégio que vcs cortaram, privilégios que inclusive limitaram o povo brasileiro de estudar!!!!”

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