17 de novembro, de 2022 | 09:10
Polícia federal prende agentes públicos em operação que investiga fraude de R$ 200 milhões em Minas Gerais
Delegado da Polícia Federal de federal e gerente do Banco do Brasil de montes claros estão entre os alvos de mandados de prisão e apreensão de bens
Divulgação
Foram cumpridos 38 mandados de sequestro de bens. Foram recolhidos veículos, dinheiro, telefones celulares, computadores, entre outros

A Polícia Federal de Minas Gerais deflagrou nesta quinta-feira (17), a Operação Glyphosate, desencadeada na manhã desta quinta-feira (17) pela Polícia Federal (PF) para combater crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro em Montes Claros, região Norte de Minas.
Foram cumpridos 38 mandados de sequestro de bens e recolhidos veículos, dinheiro, telefones celulares, computadores, entre outros. Também foram expedidas 35 determinações de intimação e indiciamento, 13 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária e afastamento de função pública contra um agente da Polícia Federal. Ele ostentava uma vida de luxo nas mídias sociais. Um gerente do Banco do Brasil também é investigado, pela suspeita de envolvimento direto no esquema de corrupção.
O nome da operação, Glyphosate, remete à fórmula molecular do herbicida utilizado no controle de plantas daninhas em plantios de eucalipto.
Desvio de dinheiro público
As investigações da Polícia Federal foram iniciadas a partir da ocorrência de possíveis fraudes na liberação de financiamentos do programa de Agricultura de Baixo Carbono ABC, programa custeado com dinheiro público administrado pela União, com taxa de juros subsidiada pelos cofres públicos.
Apurou-se que foram liberados fraudulentamente, com a anuência de gerentes do Banco do Brasil, cerca de R$ 200 milhões em empréstimos do citado programa para um grupo de empresários, profissionais liberais e servidores públicos”, informa a nota publicada pela PF.
Os levantamentos da PF também apontam que os envolvidos captavam valores que deviam ser direcionados para a plantação de eucalipto e, contrariando as regras do financiamento e a vedação legal, desviavam o recurso aplicando em outros investimentos e bens, inclusive utilizando de pessoas interpostas para ocultar a origem do dinheiro”.
O delegado da PF suspeito de envolvimento é lotado na Delegacia da Polícia Federal em Montes Claros. Contra ele foi cumprida determinação judicial de prisão temporária e afastamento do exercício da função pública”. Ao fim do processo poderá perder a função.
Além dos crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, apura-se também o crime de falsificação de documento e inserção de dados falsos em sistemas de informações.
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