
06 de novembro, de 2022 | 06:30
Lição da vida
Fernando Rocha
A gente costuma dizer, aqui em nossos grotões, que tem algumas coisas na vida que você aprende pelo amor ou vai pela dor. É o caso do Cruzeiro, que não teve outra alternativa senão recorrer às crias” da Toca e aproveitar o seu histórico de revelar grandes jogadores.Não saiu do forno ainda nenhum fora da curva, mas os jovens que foram lançados souberam aproveitar as oportunidades e tornaram-se suficientes para levar o Cruzeiro de volta à Série A com o pé nas costas.
Hoje, o time celeste faz a última partida nesta segunda divisão nacional, contra o CSA de Alagoas, encerrando um ciclo negativo de três anos com uma grande festa programada pela torcida para comemorar o acesso e, também, o título da competição.
Importante que o torcedor cruzeirense esteja bem ciente de que a volta à elite do futebol brasileiro, em 2023, não quer dizer que serão feitas contratações de medalhões caros com retorno duvidoso, como no passado recente.
A tendência projetada pela SAF/Cruzeiro é a de manutenção da atual política de pés no chão, sem endividar ainda mais o clube, para que as coisas aconteçam por meio do amor e nunca mais pela dor.
Sem noção
Chamou-me a atenção uma declaração do presidente Sérgio Coelho ao portal O Tempo”, sobre a atual temporada do Atlético.
Segundo o presidente do Galo, a temporada não foi tão ruim porque o time conquistou dois títulos, o Mineiro e a Supercopa”.
Considero o mandatário atleticano uma pessoa sensata, inteligente, honesta, mas sua declaração soa mais como uma tentativa de tapar o sol com a peneira.
A temporada 2022 do Galo, de fato, não é ruim, mas péssima das péssimas, considerando que possui um dos três elencos mais caros do país, um dos melhores CTs do mundo, conta com uma equipe de profissionais na retaguarda das melhores e mais conceituadas do futebol brasileiro, cercado de todas as mordomias inclusive voos fretados em todos os jogos, salários e premiações em dia.
Então, não há como concordar com o presidente do Atlético, sabendo que o time foi eliminado da Copa do Brasil e da Libertadores e ocupa há 15 rodadas apenas a 7ª colocação no Brasileiro, ameaçado até de ficar fora da Libertadores no próximo ano.
Que a diretoria trate logo de definir quem será o futuro treinador, resolva os problemas internos que fez o Galo fracassar nesta temporada e vida que segue, pois muito além de um bom time para torcer, a torcida quer também um time que seja vencedor.
FIM DE PAPO
O Palmeiras conquistou o título justíssimo de campeão brasileiro pela 11ª vez. Foi sem estar em campo, na derrota do Internacional para o América, no Independência. Mais tarde, sapecou uma goleada de 4 x 0, sem dó nem piedade, no Fortaleza, para delírio da sua torcida no Allianz Parque. Em pouco menos de 15 dias, as três principais competições disputadas por clubes brasileiros foram decididas e ficaram nas mãos da dupla Flamengo e Palmeiras.
Ao todo, nove títulos dos 12 disputados nas quatro últimas temporadas foram ganhos pela dupla mais endinheirada do futebol nacional. Só o Athletico (PR), ao conquistar a Copa do Brasil/ 2019, e o Galo, que levou ano passado o Brasileiro e Copa do Brasil, conseguiram quebrar essa hegemonia dos cariocas e dos paulistas, e não há sinal de que esse cenário irá se modificar nos próximos anos.
Se estivesse entre nós, o jornalista Sérgio Porto, com o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, teria um farto e vasto material para explorar no Febeapá - Festival de Besteiras que Assolam o País”, que tanto sucesso fez nos anos 50. Uma personagem que teria lugar cativo em sua coluna seria a madame Ângela Machado, diretora de Responsabilidade Social do Flamengo, mulher do presidente do clube, Rodolfo Landim. Esta mulher pobre e infeliz de espírito causou indignação em todo o país ao fazer uma insinuação pejorativa em relação aos nordestinos, por estar insatisfeita com o resultado das urnas na eleição presidencial.
O caso ganhou grande repercussão nos meios do futebol e os clubes do Nordeste, entre eles o Sport, o CSA e o Sampaio Corrêa, protestaram veementemente contra a postagem xenofóbica da madame rubro-negra, que recebeu também condenação de setores da oposição do clube. O grupo intitulado Fla-Tradição”, representado pelo conselheiro benemérito Siro Darlan, encaminhou dois requerimentos à diretoria onde não só pede a cabeça dela, mas também do marido, o presidente Rodolfo Landim. "Só a burrice é eterna". Nelson Rodrigues (Fecha o pano!)
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