28 de outubro, de 2022 | 16:31
Elon Musk assume Twitter com demissões no alto escalão e expectativa de mudanças nos filtros
Alex Ferreira
Com a frase 'O pássaro foi libertado', Elon Musk anunciou que concluiu a aquisição do Twitter; mídia social já restabeleceu conta de Donaldo Trump

Considerado o homem mais rico do mundo, Elon Musk assumiu a propriedade do Twitter com demissões de executivos do alto escalão, mas deu poucos detalhes sobre como alcançará as ambições que delineou para a mídia social. Ele adiantou, entretanto, que a mídia social será uma plataforma multiserviços.
"O pássaro foi libertado", tuitou ele, depois de concluir a aquisição de US$ 44 bilhões na quinta-feira (27), em uma referência ao logotipo do Twitter, um pássaro, e em um aparente aceno ao seu desejo de reduzir os limites de conteúdo do que pode ser postado pelos usuários.
Musk, que também é presidente-executivo da fabricante de carros elétricos Tesla e autodeclarado absolutista da liberdade de expressão, no entanto, disse que quer impedir que a plataforma se torne uma câmara de eco para ódio e segregação.
Apesar do anúncio, já nesta sexta-feira o Twitter devolveu as contas do ex-presidente Donald Trump e do rapper Kanye West. O ex-presidente dos Estados Unidos foi suspenso da mídia social depois de incitar a invasão no Congresso Estadunidense em 2021, e o rapper proferiu comentários antissemitas.
Contas robôs
Outros objetivos anunciados incluem "derrotar" as contas automatizadas - contas robôs - e tornar públicos os algoritmos que determinam como o conteúdo é apresentado aos usuários.
Porém, Musk não deu detalhes sobre como irá colocar em prática essas pretensões e quem vai administrar a empresa. Ele disse que planeja cortar empregos - o Twitter tem cerca de 7,5 mil funcionários - e que não comprou a companhia para ganhar mais dinheiro, mas "para tentar ajudar a humanidade, a quem eu amo".
Musk demitiu o presidente-executivo do Twitter, Parag Agrawal, o diretor financeiro, Ned Segal, e o chefe de assuntos jurídicos e de políticas, Vijaya Gadde, segundo fontes. Musk acusou os executivos de enganar ele e os investidores sobre o número de contas falsas na plataforma.
Agrawal e Segal estavam na sede do Twitter em São Francisco quando o negócio foi fechado e foram escoltados para fora, acrescentaram as fontes.
Musk, que ainda dirige a empresa de foguetes SpaceX, planeja se tornar o presidente-executivo interino do Twitter. Ele também quer acabar com as proibições permanentes de usuários, disse a Bloomberg.
"O Twitter obviamente não pode se tornar um inferno livre para todos, onde qualquer coisa pode ser dita sem consequências" disse o bilionário em uma carta aberta aos anunciantes na quinta-feira.
Reguladores europeus também reiteraram alertas anteriores de que, sob a liderança de Musk, o Twitter ainda deve cumprir a Lei de Serviços Digitais da região, que impõe pesadas multas às empresas se elas não controlarem conteúdo ilegal.
Musk indicou que vê o Twitter como uma base para a criação de um "super aplicativo" que oferece tudo, desde transferências de dinheiro a compras e caronas.
O magnata enfrentará um desafio para aumentar a receita "dado que as opiniões controversas de que ele parece querer dar mais liberdade são muitas vezes intragáveis para os anunciantes", disse Susannah Streeter, analista da Hargreaves Lansdown.
As ações do Twitter encerraram as negociações ontem com alta de 0,3%, a US$ 53,86, pouco abaixo do preço acordado na transação. Os papéis foram retiradas da Bolsa de Valores de Nova York nesta sexta-feira. (Com agências)
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