06 de outubro, de 2022 | 10:30

2º turno: alianças e apoio não garantem transferência de voto, diz cientista político

Ibmec
''É importante deixar claro que o Nordeste, Minas e São Paulo serão cruciais para o segundo turno'', destacou o professor ''É importante deixar claro que o Nordeste, Minas e São Paulo serão cruciais para o segundo turno'', destacou o professor

A eleição para o cargo de presidente da República do Brasil acabou se estendendo para o segundo turno e será decidida, oficialmente, no próximo dia 30 de outubro. Depois do resultado nas urnas no domingo (2) passado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) deram início a articulações por possíveis alianças com governadores, lideranças políticas e até mesmo dos outros candidatos que concorreram à vaga durante o primeiro turno.

Na terça-feira (4), o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), declarou apoio à candidatura de Jair Bolsonaro. Cláudio Castro (PL), governador reeleito do Rio de Janeiro, também manifestou seu apoio à Bolsonaro, assim como o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), derrotado nessa eleição.

Lula também tem conseguido apoiadores para o 2º turno. Na terça-feira, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) anunciou o apoio ao petista. Ciro Gomes (PDT), que ficou em quarto lugar no primeiro turno das eleições, gravou um vídeo assegurando o apoio ao candidato petista, seguindo assim a linha de seu partido. Nesta quarta-feira (5) foi a vez de Simone Tebet (MDB), terceira colocada nas eleições, declarar apoio a Lula.

Até que o dia 30 chegue, devem surgir novos apoiadores e alianças, mas será que elas são eficazes? Para o doutor em Ciência Política e professor do Ibmec, Christopher Mendonça, as alianças e apoios são sempre bem-vindos, mas não representam uma garantia certeira de voto nas urnas. “Não há, todavia, garantia de transferência de voto”, afirmou.

Diferença no segundo turno

O cientista político explicou que é difícil medir a potencialidade de uma declaração de voto no segundo turno, diante da grande polarização e radicalização apresentada nas urnas no último domingo. “Observamos que, juntos, Lula e Bolsonaro receberam mais de 90% dos votos válidos. A maior expectativa recai, desta forma, sobre aqueles que não votaram no primeiro turno e que podem fazer a diferença na segunda volta”, declarou.

Na votação do dia 2 de outubro, 2,82% dos eleitores anularam o voto, outro 1,59% votou em branco e a taxa de abstenção, ou seja, os que não compareceram para votar passou de 31 milhões de pessoas (20% do eleitorado).

Eleitores de Simone e Ciro

Ao ser perguntado se o posicionamento de Simone Tebet e de Ciro Gomes deve ser significativo para a decisão dos eleitores, Christopher Mendonça esclareceu que não há como afirmar, com certeza, a posição do eleitorado desses dois candidatos na segunda fase das eleições. “Simone Tebet e Ciro Gomes receberam votos daqueles que estavam insatisfeitos com as candidaturas majoritárias”, definiu.

O especialista fez uma análise breve dos dois cenários que envolvem os dois políticos. “Tebet é senadora por um estado bastante conservador (Mato Grosso do Sul), ligado ao agronegócio e, mesmo com seu apoio a Lula, não deve ter uma transferência automática de votos. Ciro perdeu as eleições em seu próprio estado, o Ceará, e foi esvaziado com o discurso petista do voto útil. Embora o seu partido, o PDT, tenha apoiado Lula no segundo turno o (não) entusiasmo de Ciro não deverá movimentar grande transferência de voto ao seu apoiado”, avaliou.

Nordeste, Minas e São Paulo

Christopher Mendonça acredita que alguns locais do país serão decisivos para o resultado nas urnas no dia 30 de outubro. “É importante deixar claro que o Nordeste, Minas Gerais e São Paulo serão cruciais para o segundo turno”, destacou.
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Comentários

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Welton

06 de outubro, 2022 | 18:07

“aceita gente lula no segundo turno !”

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