04 de outubro, de 2022 | 15:00
Pela manhã...
Nena de Castro *
Bem cedinho, observo minhas plantas verdinhas e lindas. Agradecidas, algumas ainda mostram as gotas da chuva em suas folhas. Passarinhos cantam desavergonhadamente, numa euforia primaveril que me deixa feliz, feliz. Nossa cidade tem muitos pássaros, isso por causa das muitas árvores, afinal temos o maior índice de árvores por pessoa da América Latina. Minhas plantas me dão alento, cuidar delas, conversar com elas, afofar a terra me envolve em doces lembranças de D. Inês e suas hortas enormes e o jardim, onde nunca faltava um pé de rosas brancas.
Meu analista são minhas ervas e flores, pés de fruta, o meu pé de limão, dadivoso e sempre carregado perfuma minha alma. Pé de jabuticaba carregadim, pé de cajá-de-vaso estourando de frutinhas, pés de goiaba que dão o ano todo...
As orquídeas que recebem água todo dia, ao contrário do que se aconselha e estão lindas, são bênçãos que me deixam contente, malgrado as trenheiras feias e a fome que grassam por aí. Deve ser minha criação simples, deve ser o que mamãe fazia, mas minha receita de felicidade passa bem longe de certas coisas que outros ambicionam, dedicam toda sua vida em adquiri-las e não lhes sobra tempo para ouvir os bem-te-vis ou contemplar as flores compartilham conosco seus cheiros e mistérios...
A propósito, contam que uma velhinha andava de cabeça baixa, procurando algo no chão imundo do mercado. Imediatamente, algumas pessoas pararam e começaram a olhar de forma atenta para o chão. Aí um rapaz perguntou:
- A senhora perdeu alguma coisa?
- Perdi uma agulha respondeu ela.
- Uma agulha? A senhora não sabe que aqui no mercado há mais de duzentas barracas que vendem todo tipo de agulhas? E a senhora procurando nesse chão imundo...
E as pessoas em volta começaram a se dispersar.
- É uma agulha de ouro! exclamou a velhinha.
Ao ouvir isso, todos retornaram. Vai que se tratava de uma agulha de crochê, daquelas bem grandes, com ouro de 24 quilates!
Lá pelas tantas o mesmo rapaz voltou a perguntar:
- A senhora não tem ideia de onde mais ou menos perdeu a agulha?
- Tenho sim disse ela Perdi em casa a duas quadras daqui.
- A senhora é mesmo louca! Perdeu em casa e veio procurar aqui fora, no mercado.
- Exatamente como vocês fazem com a felicidade disse a velha. Ela está dentro, mas vocês procuram fora!
Então, não percamos tempo, amar as pessoas e apreciar as belezas que o Criador nos deu, é a fórmula para usufruir a vida de forma completa. E nada mais digo!
* Escritora e encantadora de histórias
Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
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Tião Aranha
06 de outubro, 2022 | 22:27Daqui a pouco vou pedir licença aos leitores pra poder dar uma aula de Botânica pro Patriota. Que, no fundo no fundo gostaria estar no lugar do Tião. Correção- o certo: "Não confundir bugalho com alho".
"Bugalho: protuberância que nasce no tronco da árvore devido a multiplicação de células". "Alho: fruto." Sic (solicitado). Galho é tronco secundário que tem como finalidade produzir folhas e sombra para a árvore. Quanto ao pedido da explicação, reafirmo que vc foi infeliz ao usar o "Vermelho" como indumentária política, de vez que a estimada colunista versava sobre a Natureza, mais específicamente, a chegada da Primavera; e não, sobre a celeuma da Política com você entendeu. / " Numa discussão vence quem tem o argumento mais forte"/, dizia o meu professor de Direito Penal. Espero ter-lhe tirado as dúvidas. Risos.”
Patriota
05 de outubro, 2022 | 20:46Entendi! "Galhos com bugalhos" (sic) ? O que você não entendeu?! Assim fica difícil mantermos um diálogo em alto nível intelectual.”
Tião Aranha
05 de outubro, 2022 | 15:45Patriota. A relevância dada ao tema foi sobre o significado das cores verde e amarela na Natureza. O senhor tá confundindo galho com bugalho. Risos.”
Patriota
04 de outubro, 2022 | 18:48Tião Aranha, no momento, o Vermelho substituiu a cor verde.”
Tião Aranha
04 de outubro, 2022 | 14:54Bom texto, ainda somos muito limitados, ficamos somente nas superficialidades do intelecto e não conseguimos entender as articulações das formas variadas da Semelhança já que a Natureza opera pelo Centro, pensada como um todo vivente. Entender esse ponto de equilíbrio e esses mistérios naturais é desafio pra todos nós neste Universo material e espiritual ao mesmo tempo. O amarelo é a cor da riqueza. O verde da esperança. No geral, a grande maioria dos brasileiros é constituída de pessoas alegres, mas sempre deixam escapar a desesperança ou a falta de esperança. Risos.”