30 de setembro, de 2022 | 16:50

Ex-marido de servidora do MPMG assassinada em 2016 é condenado a 24 anos de prisão

A Justiça concedeu a Artur Campos Resende o direito de recorrer da sentença em liberdade

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Julgamento se estendeu até as 6h desta sexta-feiraJulgamento se estendeu até as 6h desta sexta-feira

Em julgamento que teve início na manhã de quarta-feira, 28 de setembro, e se estendeu até as 6h desta sexta-feira (30), no Fórum de Contagem, o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri acatou todos os pedidos feitos pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e condenou o advogado Artur Campos Resende e Alisson Caldeira pelo feminicídio praticado contra a servidora da Promotoria de Justiça de Defesa da Mulher do MPMG, Lilian Hermógenes da Silva.  

Ex-marido da vítima e mandante do crime, Artur foi sentenciado a 24 anos de reclusão. Já Alisson, um dos executores do assassinato, teve a pena fixada em 23 anos de reclusão. O terceiro réu, T.R.S., foi absolvido, conforme pedido feito pelo MPMG diante da prova realizada ao longo do procedimento criminal. Novas provas foram colhidas, e as investigações terão seguimento para identificar e adotar as medidas cabíveis com relação a outros dois envolvidos no crime.

Lílian foi morta a tiros por uma dupla em uma moto, quando saía de casa, no dia 23 de agosto de 2016, no bairro Industrial, em Contagem. Os assassinos levaram a bolsa da vítima para simular um crime de latrocínio. Ela tinha 44 anos e deixou dois filhos.  

No dia da morte da servidora pública, o ex-marido dela foi detido, suspeito de ser o mandante do assassinato. A Polícia Civil e o Ministério Público chegaram à conclusão, após as investigações, que ele encomendou a morte de Lílian por não aceitar o fim do relacionamento, que durou cerca de 20 anos. A vítima tinha uma medida protetiva de urgência contra ele devido a ameaças. 
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Lílian foi morta a tiros quando saía de casa, no dia 23 de agosto de 2016, em Contagem Lílian foi morta a tiros quando saía de casa, no dia 23 de agosto de 2016, em Contagem


De acordo com a denúncia, a vítima sofreu por anos violências físicas, psicológicas, morais, sexuais e patrimoniais. Ainda conforme apurado, o advogado vivia envolvido em dívidas e se ancorava financeiramente na companheira, de modo que o divórcio representava uma ameaça à sua vida financeira.
  
A Justiça concedeu a Artur Campos Resende o direito de recorrer da sentença em liberdade. Alisson Caldeira já cumpre, atualmente, pena de prisão pela prática de outros crimes.

Dia Estadual de Combate ao Feminicídio 

O assassinato de Lílian Hermógenes da Silva deu origem à instituição do Dia Estadual de Combate ao Feminicídio em Minas Gerais, pela Lei 23.144/2018, como sendo 23 de agosto. Desde 2019, a data é lembrada no estado, com várias ações de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher. 
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