DIÁRIO DO AÇO SERVIÇOS 728X90

30 de setembro, de 2022 | 06:00

Eleitores viram o último debate na TV, com poucas propostas dos presidenciáveis e ataques entre os polarizados Lula e Bolsonaro

Equipe de campanha de Bolsonaro comemoram quando Lula caiu em pegadinha armada pelo candidato "Padre" Kelmon

Divulgação TV Globo
Jair Bolsonaro (PL), Padre Kelmon (PTB), Felipe D?Avila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Lula (PT), Simone Tebet (MDB) e  Ciro Gomes (PDT)Jair Bolsonaro (PL), Padre Kelmon (PTB), Felipe D?Avila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Lula (PT), Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT)

Os eleitores que na noite de quinta-feira (29) ligaram a televisão depois das 22h30 para acompanhar o último debate televisivo entre os candidatos à Presidência da República e que esperavam chegar ao fim sabendo detalhes das propostas e contrapontos dessas propostas, podem ter se frustrado.

O debate durou três horas, o dobro do esperado, foi o assunto de maior audiência dos últimos 30 dias e ainda repercute nesta sexta-feira. Desde as 6h está entre os oito mais assuntos mais comentados nas mídias sociais. Como um todo, o debate teve mais trocas de ataques entre os candidatos do que debate de ideias e propostas para tirar o Brasil da situação em que se encontra, precisando de investimentos consideráveis na infraestrutura, na indústria e geração de empregos, entre outras demandas.

Participam do debate, os candidatos Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT), Felipe D’Avila (Novo), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Padre Kelmon (PTB). Entretanto, em vez de debater e contrapropor suas propostas para o Brasil, os candidatos decidiram ampliar ainda mais o clima de tensão política. O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não economizaram o tempo que tinham para trocar acusações.

Pesquisa divulgada antes do debate

Horas antes do debate na TV Globo, foi divulgada a pesquisa mais recente do instituto Datafolha. Nos votos válidos, Lula se manteve nos 50%, enquanto Bolsonaro oscilou um ponto para cima, de 35 para 36%. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

Ciro Gomes (PDT) permanece na terceira colocação, tendo oscilado de 7% para 6% nos votos válidos. Na quarta posição aparece Simone Tebet (MDB), que manteve os 5% que já obtivera na pesquisa anterior, divulgada no dia 22 de setembro. Soraya Thronicke (União Brasil) oscilou negativamente, de 2% para 1% nos válidos. Padre Kelmon e Luiz Felipe D'Ávila (Novo) não pontuaram.

A troca de farpas e "ataque terceirizado

Na internet, um dos pontos que chamam a atenção da audiência é o fato de Bolsonaro não ter feito perguntas diretamente a Lula, seu principal oponente, “terceirizando” essa oportunidade para o candidato Padre Kelmon.

Com o clima tenso dos ataques, só no primeiro bloco do debate foram concedidos seis direitos de resposta, dos quais, quatro para o petista e dois para o chefe do Executivo. Em função dos sorteios, eles não fizeram perguntas um para o outro.

Bolsonaro fez acusações contra Lula de corrupção e de mando do assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel. Além de termos como “ex-presidiário” e “traidor da pátria”. Lula ganhou direito de resposta e lembrou que o caso Celso Daniel foi dado como encerrado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo.

O presidente ainda disse que Lula só foi solto porque tinha um “amiguinho no STF”. Lula, por sua vez, acusou o presidente de comandar quadrilhas, citou escândalos no MEC, na compra de vacinas e as rachadinhas que envolvem familiares e a compra de imóveis milionários. Chamou o chefe do Executivo de ‘cara de pau’ e questionou o que a filha de Bolsonaro, de 10 anos, estaria pensando ao ver o pai com aquela postura na TV.

No debate, Bolsonaro contou com o apoio de Padre Kelmon nos ataques a Lula. O político que se intitula "padre", vinculado a igreja ortodoxa peruana defendeu Bolsonaro em todas as oportunidades que teve. A candidata Soraya Thronicke chegou a afirmar que o candidato recebeu indevidamente o "auxílio emergencial" na época da pandemia e que teria ganhado um cargo de cabo eleitoral do presidente. Também perguntou se o "padre" não teria medo de ir para o inferno e acrescentou que ele era um “padre de festa junina”.

Além de ser foco dos ataques de Kelmon, o petista foi mais atacado do que Bolsonaro, também, por Ciro Gomes (PDT) e Felipe D’Avila (Novo). Soraya Thronicke e Simone Tebet, entretanto, não pouparam ataques a Bolsonaro. Tebet, por exemplo, discutiu sobre sustentabilidade e desmatamento. A senadora disse que o presidente foi o pior da história para o meio ambiente

Lula "Mordeu a isca"

Jornalistas que acompanhavam o debate afirmam que a equipe de assessores de Bolsonaro saiu comemorando, nos bastidores, quando Lula "mordeu a isca", ao rebater o candidato Padre Kelmon, quando o indagou sobre corrupção. Bolsonaro teve a oportunidade de fazer a pergunta a lula, mas em vez disso, deixou para que o candidato Kelmon perguntasse a Lula sobre uma fala antiga de Geraldo Alckmin (PSB), hoje vice do petista, de que ele queria "voltar à cena do crime". Para colunistas que acompanhavam o debate, Kelmon atuou em dobradinha com Bolsonaro nos ataques a Lula.

Kelmon perguntou se o ex-presidente era "chefe do esquema de corrupção" no governo. Em sua resposta, além de se defender, o petista chamou Kelmon de "candidato laranja". O religioso afirmou que ele deveria respeitar um sacerdote, ao que Lula respondeu que ele não era padre, mas apenas um homem fantasiado.

Mediação

No debate, o apresentador William Bonner precisou interromper o programa para pedir que o candidato Padre Kelmon (PTB) atendente ao que ele tinha aceitado como regras do debate.

"Vou pedir a interrupção do debate só um minuto. Candidato Kelmon, eu não consigo entender, já falei algumas vezes. Você compreendeu que tem regras, concordou com elas e que basta cumpri-las. Quando seu adversário está falando é só o senhor aguardar, o senhor vai ter direito a réplica. É assim que funciona", disse o apresentador.

Para a colunista Míriam Leitão, as regras eleitorais obrigam que o debate tenha a presença de um candidato como Kelmon, mas acrescentou que ele foi para o debate com a finalidade de tumultuar e conseguiu isso.

Propostas

O presidente Bolsonaro citou em sua fala, o Auxílio Brasil, em comparação ao Bolsa Família, enquanto o petista aproveitou partes de quase todas as respostas para lembrar de projetos em seu governo. D’Avila defendeu seu programa de privatizações, Ciro Gomes realçou seu plano nacional de desenvolvimento e Soraya Thronicke teve oportunidade de falar mais uma vez do imposto único que defende.

Mais ataques

Durante o enfrentamento entre os candidatos, havia uma insistência da fuga dos tema das perguntas. Soraya Thronicke, em determinado momento, deveria falar sobre "segurança pública", mas perguntou a Bolsonaro sobre a aceitação ou não do resultado da eleição e se daria um golpe. O presidente respondeu dizendo que ela o ataca pelo fato de não ter lhe dado cargos. Soraya então perguntou sobre vacinas, ao que Bolsonaro respondeu sobre políticas econômicas na pandemia.

Ciro Gomes alternou críticas a Bolsonaro e mais a Lula e disse que tinha mais questionamentos ao petista do que ao atual presidente. Na internet, o pededista, foi amplamente criticado por escolher Lula e não Bolsonaro como alvo dos ataques. O entendimento é que Ciro Gomes, adotou uma estratégia de “impedir votos úteis” ao PT. Quando teve a oportunidade de questionar Bolsonaro, Ciro Gomes indagou acerca dos escândalos de corrupção em seu governo e o presidente reiterou que seu governo não tem escândalos e afirmou que nunca faria o mesmo com o pedetista, que passou a elencar então episódios relacionados à atual gestão, em especial o orçamento secreto, verbas do Fundeb no MEC, compra de vacinas, entre outros. O presidente, por sua vez, afirmou que não tem nenhuma responsabilidade pelo mecanismo e que seu governo é limpo.

O candidato Felipe D’Avila também aproveitou sua participação para atacar o candidato do PT, perguntando sobre corrupção e até acerca de cotas para negros em universidades. Lula respondeu que as políticas sociais sempre estiveram presentes em seu governo e rebateu afirmando que, como parte da elite, D’Avila não conseguia entender as demandas sociais do Brasil. O petista ainda pediu que o candidato D'Avila apresentasse as fontes para as afirmações que fazia no debate. O candidato do Novo citou que o dinheiro devolvido por condenados pela Lava Jato eram provas da existência de desvios.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Consumidor

01 de outubro, 2022 | 09:45

“Certamente chegamos num colapso, não há UM candidato decente. Todos com o intuito de colocar dinheiro no bolso e manter a classe baixa cada vez com expectativas menores de qualidade de vida. Lula sendo candidato novamente? Isso é um absurdo, um condenado e analfabeto podendo controlar nosso país, Bolsonaro foi uma grande expectativa na ultima eleição mas não soube governar, pode ter sido pela decadencia do nosso país ou por mera incompetência, os demais candidatos é apenas "PLANTAS" que estiveram no governo mas sequer moveram um dedo pra promover melhorias, não posso deixar de mencionar uma entidade religiosa é um absurdo usar o nome de Deus numa coisa tão suja como propaganda política.
Antes de rever reformas previdenciarias, reformas nos pisos salariais, nos salarios de politicos, deveriam fazer a reforma para candidatura, considerar candidatos apenas que tenham capacidade de fazer algo pelo nosso país, chega de corupção.

Uma vergonha estarmos nessa situação, uma vergonha ter que escolher um candidato que não apresenta 1% do que o nosso país de fato precisa.

Mas antes de cobrarmos a candidatura presidencial, devemos ter consciencia de eleger um prefeito. A prova da nossa péssima escolha é colocar no poder um prefeito que promove eventos para motoqueiros colocar suas vidas em perigo mas não incentiva a educação para a sociedade e tão pouco melhoria nas ruas e calçadas”

Rafael Miranda

30 de setembro, 2022 | 16:40

“Estimados, assim como milhões de brasileiros, fiquei até às 02:00 da manhã pra assistir um DEBATE, porém o que vimos foi uma verdadeira baixaria, infelizmente. Mas tendo um presidente que temos no poder, o que podemos esperar, não é mesmo!?! E o que foi mostrado a nós, também transpos fronteiras mundo a fora, que vergonha.... Minha gente, domingo vamos diminuir um pouco essa vergonha, vamos extirpar de uma vez por todas este ser desprezível, abjeto, vulgar, dentre tantas outras qualificações deprimentes que este miliciano representa. E junto a ele, coisas como este ser estranho que se diz padre. Meu Deus, de onde saiu essa gente? Não da, sinceramente, a cada dia que passa , nosso Brasil se torna cada vez menor, cada vez mais ridicularizado. Concordo com o miliciano qdo ele diz que estamos querendo virar uma Venezuela, com todo respeito ao país vizinho, mas se continuarmos nessa linha, não demora não!!! Affffffffffffff.......”

Por Ai

30 de setembro, 2022 | 14:37

“Brasil para melhorar tem que retirar é TODOS da suprema, todos do congresso, todos que ja sabem onde mamar...”

Eu

30 de setembro, 2022 | 11:29

“Eu já vi todo tipo de pet de estimação...cachorro, gato, pássaro, peixinho, tartaruga e até iguana...mas padre de estimação só o Bolsonaro pra arranjar, e ainda mais com jeitao de bruxo...a porta do inferno tá aberta e é de lá q saiu os membros e apoiadores desse desgoverno demoníaco...mas dia 02 de outubro vamos exorcizar de vez essa corja satanica de volta pro lugar deles...O Brasil não merecia isso...”

Anderson

30 de setembro, 2022 | 09:59

“Esse Padre ganhou meu voto”

Tião Aranha

30 de setembro, 2022 | 09:44

“Discursos vazios e sem conteúdos que estão botando em risco o futuro da humanidade. Muita ânsia pelo poder; e, sobretudo, muita sem vergonhice. Deus tá de olho neles. Risos.”

Marcelo Costa

30 de setembro, 2022 | 08:49

“Nem queria comentar, depois do que vi ontem, mas o sangue ferve. Domingo irei, envergonhado, às urnas votar. Eu não anulo voto nunca. Mas penso que nós, brasileiros, merecíamos ter gente melhor para escolher. Só isso o que penso depois do debate de ontem. PQP!!!”

Envie seu Comentário