
17 de setembro, de 2022 | 10:00
Número de mineiros à espera de um transplante já passa de 6 mil
Um total de 6.003 mineiros estão na fila de espera por um transplante de órgãos ou tecidos, no estado. Os dados disponibilizados pelo MG Transplantes revelam que o número de pacientes precisando de uma doação tem crescido, em contrapartida, a quantidade de doadores não tem acompanhado.
Comparando o número de pessoas que estavam na fila em 2019 (4.132) com a quantidade registrada até o dia 13 deste mês (6.003), é possível constatar que, somente em Minas Gerais, a lista de espera por um transplante cresceu 45,28%.
Mesmo com um número maior de pessoas à espera, o registro de transplantes não tem aumentando, pelo contrário caiu. De janeiro a dezembro de 2019 foram 2.512 transplantes, no mesmo período de 2020 o número caiu para 1.573 e no ano de 2021 apresentou um pequeno aumento, foram registrados 1.733 procedimentos.
O coordenador do MG Transplantes, Omar Lopes Cançado Junior, explica que este cenário foi provocado, sobretudo, por causa da pandemia de covid-19. Que reduziu de maneira importante o número de possíveis doadores de órgãos, somado a isso houve um aumento da recusa familiar para doação que culminaram numa menor captação de órgãos e consequente diminuição da realização de transplantes e no aumento das filas de espera”, explicou.
Dados de 2022
Neste ano, de janeiro a agosto, já foram realizados 1.301 procedimentos, com destaque para julho, mês com o maior número de transplantes de 2022, foram 209 ao todo, seguido por abril (183) e março (182). Das 6.003 pessoas que estão à espera da tão desejada doação, a grande maioria precisa de um transplante de rim (2.933) ou de córnea (2.901).
Resistência
Fhemig
''Todo mundo pode ser um doador, basta comunicar sua vontade pois quando isso ocorrer é a família que deve proceder à doação'', reforçou Omar Lopes

O coordenador do MG Transplantes contou à reportagem do Jornal Diário do Aço que ainda existe muita resistência a doação de órgãos. Omar Lopes informou que cerca de 35% a 40% das famílias são contrárias à doação no momento em que são solicitadas e apontou alguns dos fatores que baseiam a decisão dos familiares. Muito devido ao desconhecimento do diagnóstico de morte, medo de mutilação do corpo, questões religiosas, entre outros”, disse.
Apesar dos mitos sobre o procedimento, ele garante que não há com o que se preocupar. O diagnóstico de morte é muito seguro, não há mutilação do corpo, que após a retirada dos órgãos é reconstituído não deixando nenhuma marca para realização do sepultamento”, esclareceu.
Setembro Verde
Para levar informação sobre o assunto, no mês de setembro são intensificadas as ações de incentivo a doação de órgãos, é a campanha intitulada Setembro Verde”. Além dela, o MG Transplantes também trabalha o tema ao longo de todo o ano. Realizamos campanhas de conscientização da população além de cursos de capacitação de profissionais de saúde para o diagnóstico de morte encefálica e comunicação em situações críticas”, contou.
Salvar vidas
Para terminar, Omar Lopes enfatizou que a doação de órgãos pode salvar vidas. Somente a doação de órgãos pode salvar a vida das pessoas que se encontram em fila de espera, que estão gravemente enfermas e sem o transplante evoluem para o óbito”, concluiu.
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