10 de setembro, de 2022 | 06:00

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Fernando Rocha

O Cruzeiro subiu mais um degrau e se aproxima cada vez mais de confirmar, matematicamente, o acesso à Série A, depois de três anos de sofrimento na segunda divisão do futebol nacional.

Na vitória magra de 1 x 0 sobre o Operário de Ponta Grossa, interior do Paraná, o gol do artilheiro Edu, no início do primeiro tempo, contribuiu muito para que os jogadores celestes conseguissem se sobrepor à ansiedade e ao nervosismo pela proximidade da classificação, que vinham atrapalhando o rendimento da equipe nas últimas partidas.

O jogo teve um pouco de tudo, até mesmo árbitro substituído por contusão, o que não é comum no futebol. Mas o importante foi a vitória que deixou a Raposa com 62 pontos na tabela, distante 21 pontos do 5º colocado, Londrina, que joga hoje à noite contra a Chapecoense.

Nas arquibancadas mais uma vez lotadas do Mineirão, os mais de 52 mil torcedores presentes cantaram e empurraram o time celeste fazendo, merecidamente, muita festa antes, durante e depois do jogo, pois, afinal de contas, o Cruzeiro está virtualmente classificado para voltar à Série A, com todos os méritos de uma campanha irretocável e sensacional.

Muito estranho
O Galo tropeçou outra vez no Mineirão, diante de 34.941 pagantes, ao empatar em 1 x 1 com o Bragantino, no feriado da Independência.

Nas entrevistas do pós-jogo, o técnico Cuca e os jogadores que se dispuseram a falar com a imprensa soltaram o mesmo discurso clichê da boleirada para justificar os maus resultados: “não faltou luta”, “tivemos mais posse de bola”, “faltou sorte”, “vai passar” e uma desculpa que tem sido frequente neste momento do Galo, que é o tal “fator psicológico” dos atletas.

Aqui, nos nossos grotões, tem um ditado popular que talvez explique toda essa situação vivida pelo Atlético: “Debaixo desse angu tem carne”.

Algo de muito estranho ou grave deve estar acontecendo nos bastidores, envolvendo jogadores e comissão técnica, pois não há nada que justifique um time com a qualidade técnica do atual elenco jogar tão mal e desinteressado como tem acontecido.

Como a imprensa não tem acesso aos treinos e ao dia a dia dos jogadores, não há como saber o que se passa, verdadeiramente. Então, caberia à comissão técnica e à diretoria explicar, mas, pelo visto, estão todos perdidos e, também, sem saber o que estaria causando esse calvário que se tornou esta temporada do clube.

FIM DE PAPO

Outra péssima notícia para o atleticano foi a contusão grave do lateral Guilherme Arana, que vai afastá-lo não só do restante do Campeonato Brasileiro, mas de toda a temporada e, inclusive, de uma provável participação na Copa do Mundo no Qatar. Arana foi vítima de uma entrada violenta do jogador Carlos Eduardo, do Bragantino, no meio de campo e já nos acréscimos da partida, sem necessidade e de uma imprudência descomunal. Arana se manifestou na rede social e não culpou o atleta do Bragantino, ao dizer que foi uma “fatalidade” ou coisa do futebol.

Pode ter sido uma fatalidade, mas originada por uma atitude totalmente desnecessária e imprudente do Carlos Eduardo, seu colega de profissão. Vou repetir aqui o que já defendo há anos para coibir casos graves de violência no futebol, como foi este do lateral Arana. O agressor, desde que comprovada a sua culpa, deveria ficar impedido de atuar por seu clube durante o mesmo tempo em que a sua vítima permanecer fora dos gramados, sem poder atuar em razão da contusão. Simples assim. Acho que faria justiça, além de diminuir a presença desses “brucutus” que só servem para piorar a qualidade dos jogos de futebol.

O torcedor do Cruzeiro está em festa e uma prova clara disso é a quantidade de camisas azuis vistas aonde se vai por aqui, no Vale do Aço, território onde a “China Azul” é maioria. Apesar do discurso protocolar, o comando da SAF/Cruzeiro e o técnico Paulo Pezzolano já devem estar planejando a próxima temporada na Série A, que vai exigir mais investimentos na montagem do time e muito mais competência para não sofrer sustos com a ameaça de novo rebaixamento.

Até agora, os novos gestores não enganaram a torcida prometendo craques ou medalhões caros que, em passado recente, eram contratados sem nenhuma responsabilidade com o endividamento futuro, o que levou o clube à quase insolvência. Toda essa euforia da torcida com o atual momento é compreensível e necessária, mas não espere a montagem de um supertime de jogadores renomados e caros, pois isso não irá acontecer. A política de “pés no chão” implantada pela administração Ronaldo Fenômeno vai continuar e acho que não há outro caminho; caso contrário, seria um retrocesso que não cabe mais na história centenária do clube. (Fecha o pano!)
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