06 de setembro, de 2022 | 12:00

Guernica...

Nena de Castro *

Pablo Picasso gastou um mês para pintar sua obra-prima, “Guernica”. A inspiração viera do bombardeio da cidade espanhola do mesmo nome.

A cidadela de 6 mil habitantes era profundamente simbólica para os antigos bascos e foi bombardeada por dois motivos: o general Franco teria desejado humilhar os bascos sob o pretexto de terem dado abrigo a algumas tropas inimigas já vencidas; e, para os nazistas, foi apenas um teste de armas orquestrado por Wolfram Von Richthofen (primo do lendário Barão Vermelho).

"Hermann Goering, comandante da Luftwaffe (a força aérea alemã), revelou em 1946, durante julgamento no Tribunal de Nuremberg, que Guernica foi um estupendo laboratório para ensaiar sistemas de bombardeios com projéteis explosivos e incendiários em uma cidade aberta. O resultado da mórbida experiência se tornou o episódio mais lembrado da Guerra Civil Espanhola" Afeeeeeeee!

Esse Franco, viu, tinha que dar certo com os alemães pelas ideias de jerico que partilhavam, já diziam os antigos que “um gambá cheira o outro...”

Tudo aconteceu em 26 de abril de 1937. Picasso havia sido contratado no início do ano pelo governo espanhol para um trabalho que enfeitasse o pavilhão do país na Exposição Internacional de Paris, a ser realizada em junho. Dizem as boas línguas que o pintor não estava na sua melhor fase criativa, mas a notícia do bombardeio e as fotos que mostravam o horror, levaram-no a exprimir sua repulsa à guerra.

Infelizmente os espanhóis saíram do espeto e caíram na brasa, pois no ano em que a guerra cível acabou pela vitória de Franco apoiado pelos nazistas, veio a II Grande Guerra.

Dizem que durante a ocupação da França pelos nazistas na Segunda Guerra, um oficial alemão, diante de uma exposição do painel em Paris, teria perguntado a Picasso: - foi você que fez isso? "Não, foram vocês!"- respondeu Picasso. (Tomaaaa!)

Picasso cuidou que o painel fosse enviado aos Estados Unidos. logo após o início do grande conflito mundial e exigiu que nunca fosse enviado à Espanha enquanto o ditador Franco estivesse vivo. Franco morreu em 1975 e só em 1981 a obra voltou ao país.

Se você não conhece o painel, dê uma espiada pela Internet: é tão horrível, tão pungente, tão dolorosa, que a gente fica arrepiada. O pior, porém, é que de lá para cá, as cenas de guerra ficaram infinitamente piores, cruéis, com os novíssimos armamentos e tecnologias de morte que mostram a estupidez dos ditos humanos-inumanos que somos!

Fico abestada com tanta ambição, tanta cegueira e violência; no entanto a Primavera chega com flores cores, cheiros e amores, beleza e emoção, trazendo um laivo de esperança, dizendo que ainda há tempo, basta querer. Será que a gente quer? (E nada mais digo...)

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Comentários

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Jacqueline

11 de setembro, 2022 | 21:30

“Infelizmente a primavera no Brasil era para ser a época da reprodução de pássaros, animais na mata que mantém o equilíbrio da vida... mas acaba sendo a época de seca, incêndio em bosques, matas... parece haver um plano nacional de deixar este país cada dia mais feio, seco e destruído. No Vale do Aço infelizmente as forças da destruição seguem firmes nas matas, encostas.... cada dia menos fontes de água e mais feiura, que o povo esquecem olhando para árvores urbanas. Lindas, mas precisamos de mata e mato. Aquela grama ou capim amarelo que você vê e fica doido para queimar não está morto, está hibernando. Respeite-o e deixe-o acordar com as chuvas, menos fogo e mais beleza e saúde por favor!”

Tião Aranha

06 de setembro, 2022 | 10:31

“Usando das formas de geométricas o artista manifestou a sua revolta com a raça humana, que, por antecipação, ele já sabia da sabedoria vinda dos antigos: toda a energia que brota da terra só faz bem ao homem. Aliás, na época de Picasso esse movimento do cubismo estava em moda lá na França. E quando retrata fatos históricos envolvendo ditadores a tragédia é certa. Aguardemos o 7 de Setembro. Risos.”

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