18 de agosto, de 2022 | 10:00

Maior queda do desemprego no interior de Minas Gerais é da região

Cerca de 52 mil pessoas deixaram de procurar emprego nos 128 municípios que incluem o Vale do Aço e seu Colar Metropolitano

Diário do Aço
No total, cerca de 52 mil pessoas deixaram de procurar emprego nos 128 municípios que incluem o Vale do Aço e seu Colar MetropolitanoNo total, cerca de 52 mil pessoas deixaram de procurar emprego nos 128 municípios que incluem o Vale do Aço e seu Colar Metropolitano

Com a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua Trimestral), pelo IBGE, o Observatório das Metropolizações Vale do Aço, instalado no IFMG Ipatinga, numa iniciativa inédita no estado, calculou a taxa de desocupação de todas as regiões de Minas Gerais, fornecendo um panorama comparativo do interior com a Região Metropolitana de Belo Horizonte e seu Colar Metropolitano.

O Vale do Rio Doce (que inclui centenas de municípios, dentre os quais os da Região Metropolitana do Vale do Aço e seu Colar Metropolitano) foi a região que registrou a maior queda do desemprego no interior. No total, cerca de 52 mil pessoas deixaram de procurar emprego nos 128 municípios que incluem o Vale do Aço e seu Colar Metropolitano. A taxa de desocupação na região, que alcançou 10,2% no último trimestre de 2021 (outubro a dezembro), encerrou o segundo trimestre de 2022 (abril a junho) em 5,7%, uma queda de 4,5% em apenas seis meses, a maior do interior do estado.

Já a taxa composta de subutilização da força de trabalho, que inclui pessoas sem ocupação (desocupados), pessoas que trabalham menos horas por semana do que gostariam (subocupados por insuficiência de horas trabalhadas) e a força de trabalho potencial (pessoas de 14 anos ou mais que não estavam ocupadas nem desocupadas, mas possuíam potencial de se transformarem em força de trabalho), caiu de 27,9% no trimestre móvel encerrado em dezembro de 2021 para 18,4% no trimestre móvel terminado em junho de 2022, totalizando 218.000 pessoas. Os dados foram tabulados pelo geógrafo William Passos, especialista em estatística pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE), do IBGE, e coordenador estatístico e de pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço.

Vale do Rio Doce

A região Vale do Rio Doce constitui uma unidade geográfica de coleta da PNAD Contínua Trimestral do IBGE formada por um conjunto de 128 municípios, que incluem toda a Região Metropolitana do Vale do Aço e seu Colar Metropolitano. Pertencem ao Vale do Rio Doce os municípios de Açucena, Água Boa, Aimorés, Alpercata, Alvarenga, Alvinópolis, Alvorada de Minas, Antônio Dias, Bela Vista de Minas, Belo Oriente, Bom Jesus do Amparo, Bom Jesus do Galho, Braúnas, Bugre, Campanário, Cantagalo, Capitão Andrade, Caratinga, Carmésia, Catas Altas, Central de Minas, Coluna, Conceição de Ipanema, Conceição do Mato Dentro, Congonhas do Norte, Conselheiro Pena, Coroaci, Coronel Fabriciano, Córrego Novo, Cuparaque, Dionísio, Divino das Laranjeiras, Divinolândia de Minas, Dom Cavati, Dom Joaquim, Dores de Guanhães, Engenheiro Caldas, Entre Folhas, Fernandes Tourinho, Ferros, Frei Inocêncio, Frei Lagonegro, Galiléia, Goiabeira, Gonzaga, Governador Valadares, Guanhães, Iapu, Imbé de Minas, Inhapim, Ipaba, Ipanema, Ipatinga, Itabira, Itabirinha, Itambacuri, Itambacuri, Itambé do Mato Dentro, Itanhomi, Itueta, Jaguaraçu, Jampruca, Joanésia, João Monlevade, José Raydan, Mantena, Marilac, Marliéria, Materlândia, Mathias Lobato, Mendes Pimentel, Mesquita, Morro do Pilar, Mutum, Nacip Raydan, Naque, Nova Belém, Nova Era, Nova Módica, Passabém, Paulistas, Peçanha , Periquito, Pescador, Piedade de Caratinga, Pingo-d'Água, Pocrane, Resplendor, Rio Piracicaba, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santa Bárbara do Leste, Santa Efigênia de Minas, Santa Maria de Itabira, Santa Maria do Suaçuí, Santana do Paraíso, Santa Rita de Minas, Santa Rita do Itueto, Santo Antônio do Itambé, Santo Antônio do Rio Abaixo, São Domingos das Dores, São Domingos do Prata, São Félix de Minas, São Geraldo da Piedade, São Geraldo do Baixio, São Gonçalo do Rio Abaixo, São João do Manteninha, São João do Oriente, São João Evangelista, São José da Safira, São José do Divino, São José do Goiabal, São José do Jacuri, São Pedro do Suaçuí, São Sebastião do Anta, São Sebastião do Maranhão, São Sebastião do Rio Preto, Sardoá, Senhora do Porto, Serra Azul de Minas, Serro, Sobrália, Taparuba, Tarumirim, Timóteo, Tumiritinga, Ubaporanga, Vargem Alegre, Virginópolis e Virgolândia.

Força de trabalho e informalidade

Ainda no trimestre encerrado em junho, os 128 municípios do Vale do Rio Doce somavam 1.814.000 pessoas em idade de trabalhar (acima de 15 anos), com 1.121.000 pessoas dentro da força de trabalho e 693.000 trabalhadores fora do mercado de trabalho. Do total de 1.057.000 trabalhadores ocupados (94,3% da força de trabalho), 555.000 estavam empregados no setor privado, sendo 385.000 com carteira assinada e 170.000 sem carteira assinada, isto é, na condição de informais. Com isso, a taxa de informalidade do setor privado calculada pelo Observatório, que exclui os trabalhadores autônomos sem formalização, registrou uma leve oscilação de 30,5%, no trimestre móvel encerrado em dezembro de 2021, para 30,6%, no trimestre encerrado em junho de 2022.

Já os ocupados não empregados nem no setor público nem no setor privado, categoria que inclui os trabalhadores por conta própria, empregadores, trabalhadores domésticos e trabalhadores auxiliares familiares (aqueles que trabalhavam de graça para parentes, auxiliando familiares, mas sem receber remuneração), somavam 354.000 pessoas.

Por sua vez, o setor público dos 128 municípios da região, que inclui os servidores das prefeituras, do governo estadual e do governo federal, somava 148.000 trabalhadores, entre celetistas e estatutários.

Demais regiões

Todas as demais regiões de Minas registraram queda da taxa de desocupação entre o trimestre móvel encerrado em dezembro de 2021 e o trimestre encerrado em junho de 2022. A maior queda foi observada no Colar Metropolitano de Belo Horizonte, que apresentou recuo de 6,1%. Com isso, o conjunto destes 16 municípios reduziu a procura por emprego de 12,5% para 6,4%, ao longo do primeiro semestre de 2022.

Por outro lado, o recuo da desocupação na Região Metropolitana de Belo Horizonte foi um dos menores do estado, apenas 1,8%, levando a procura por trabalho nestes 34 municípios baixar de 11,1% para 9,3% da população trabalhadora.

No interior do estado, o Norte de Minas Gerais, ao registrar um recuo da procura por trabalho de 13,2% para 8,8%, apresentou a segunda maior queda da taxa de desocupação (4,4%), atrás apenas do Vale do Rio Doce (4,5%).
A terceira maior queda da taxa de desocupação no interior do estado foi apresentada pela região da Zona da Mata (2,7%), que registrou um recuo de 9,3% para 6,6%.

Já a menor taxa de desocupação da força de trabalho foi observada no Sul de Minas, onde a procura por trabalho recuou 2,2%, passando de 7,6%, %, no final de 2021, para 5,4%, no trimestre móvel encerrado em junho de 2022.

Por sua vez, as duas menores quedas da taxa de desocupação foram verificadas, respectivamente, na região Central e no Triângulo Mineiro. A primeira é a que, no trimestre móvel encerrado em junho de 2022, registrou o menor nível da procura por trabalho em todo o estado (5,6%), oscilando negativamente 0,8% (no trimestre móvel encerrado em dezembro de 2021, a taxa de desocupação na Região Central de Minas Gerais fechou em 6,4%). A segunda região, o Triângulo Mineiro, por outro lado, é a que apresentou a maior estabilidade e a menor variação na procura por oportunidades de trabalho em todo o estado (queda de apenas 0,3%), variando de 7,4%, no final de 2021, para 7,1%, no trimestre móvel encerrado em junho de 2022.

Desemprego e subutilização da força de trabalho

No Brasil, a taxa de desocupação do segundo trimestre do ano foi de 9,3%, um recuo de 1,8 ponto percentual em comparação ao primeiro trimestre (11,1%), que se refletiu na queda pela procura por emprego em 22 das 27 unidades da Federação, entre as quais Minas Gerais, cuja desocupação encerrou o segundo trimestre de 2022 em 7,2%, um recuo de 2,1% em relação à taxa de desocupação registrada no primeiro trimestre do ano (9,3%).

Já a taxa composta de subutilização da força de trabalho do país caiu de 23,2% para 21,2% entre os dois primeiros trimestres do ano, movimento também observado em Minas, que viu os trabalhadores sem ocupação, aqueles que trabalham menos horas por semana do que gostariam e a força de trabalho potencial recuar de 21,0% para 17,9% ao longo do primeiro semestre de 2022.

Informalidade

Por trabalharem com metodologias diferentes, não é possível a comparação da PNAD Contínua Trimestral, calculada pelo IBGE, com os registros de empregos formais do Ministério do Trabalho e Previdência, divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), pontua William Passos.

Assim, quando aumenta o emprego formal, isto é, o número de trabalhadores sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), não necessariamente diminui o total de desempregados. Isso porque o que se considera taxa de desemprego no Brasil, na verdade, consiste na taxa de desocupação (procura por emprego) na semana da pesquisa da PNAD Contínua Trimestral. Desse modo, apenas são considerados desocupados (ou desempregados) os trabalhadores que procuravam alguma ocupação, seja formal ou informal, quando entrevistados pelo IBGE, podendo ser esta ocupação também alguma atividade por conta própria ou mesmo como empreendedor na iniciativa privada. Com isso, a pesquisa da PNAD Contínua Trimestral também apura a dimensão da informalidade do trabalho no Brasil, não captada pelas estatísticas do Ministério do Trabalho e Previdência.

Como lembra o coordenador do levantamento, o geógrafo William Passos, “a compreensão ampliada do comportamento do mercado de trabalho brasileiro exige que os empregos formais do Caged e da RAIS sejam cruzados com a PNAD Contínua Trimestral. Daí a enorme importância do trabalho do Observatório das Metropolizações Vale do Aço, o primeiro no Brasil a divulgar as duas estatísticas para municípios do interior”, conclui.

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Comentários

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Viewer

18 de agosto, 2022 | 14:44

“Isso é pra mostrar mais uma vez pro povo quem está realmente trabalhando em prol do povo e quem só trabalhou em causa própria.

Isso é pra deixar os esquerdistas chorando em posição fetal debaixo da cama.”

Roberto

18 de agosto, 2022 | 10:05

“Nota 100 para o Jornal Diário do Aço., por divulgar esta excelente notícia, independente de quem está no governo, ou partido do mesmo, ao contrários de muitos outros jornais que até medidas positivas do atual governo criticam sem dó e piedade ou escondem. Este jornal sim, tem credibilidade. Parabéns...”

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