13 de agosto, de 2022 | 08:25

Candidato a deputado estadual, Chico Simões defende pouco discurso e mais ações em prol das pessoas

Ele acredita que o momento do país é ruim em diversos aspectos e exige coragem para tentar reverter o quadro

O ex-prefeito de Coronel Fabriciano, Francisco Simões (PT), disputará as Eleições Gerais em outubro. Ele concorrerá ao cargo de deputado estadual e conversou com o Diário do Aço sobre a motivação em disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Chico Simões acredita que o momento do país é ruim em diversos aspectos e exige coragem para tentar reverter o quadro. “Estamos com uma convivência cheia de ódio, não há mais um debate político. Chego a ter saudade da disputa com o PSDB, pensávamos diferente, mas discutíamos de maneira civilizada. Hoje o debate passou a ser pessoal, inclusive, carregado de perigo e essa situação está não só prejudicando o Brasil, como também os brasileiros, principalmente aos mais pobres”, avalia.

Ele acrescenta que o brasileiro passou a conviver com a fome e que “todas as noites dormimos com 2 milhões de crianças que não têm o que comer, 35 milhões passando fome, mais de 50% da população brasileira com insegurança alimentar e isso me obrigou a sair da minha zona de conforto. Minha família e eu vivemos de forma digna, mas isso pra mim não basta. Pode parecer pra muitos que todo político é safado, mas pra mim a política é uma missão, é cuidar de gente”, afirma.

Áreas
Simões diz não querer falar em bandeiras e afirma que esse é um discurso vago. “Não existe uma bandeira, posso afirmar que não vou mentir, porque é comum ver parlamentares defendendo bandeira que não cabem, ‘vou trazer verba, distrito industrial’, isso é pura balela. O Vale do Aço sofre as consequências de um Brasil que não cresce, que está desacreditado. Temos de ter uma saúde de qualidade, região metropolitana que funcione, transporte público eficiente, segurança pública, temos de ter vias de acesso para escoar produção e receber matéria-prima e quem fez alguma coisa em relação a isso foi a Dilma (Rousseff, PT), com as obras na BR-381”, aponta.

Segundo o candidato, as pessoas não devem acreditar em promessas, em emendas, que são uma maneira de enganar. “É um dinheiro que é nosso e não discutem com você onde quer que aplique, mas destinam para onde dá mais voto e compra os cabos eleitorais”, opina.

Disputa de interesses
Ainda sobre sua motivação política, Simões acrescenta que quer despertar a consciência cidadã nas pessoas. “Política é uma disputa de interesse entre políticos que defendem os milionários e daqueles que defendem os pobres, isso que é a política. A tal nova política é pior ainda, o novo veio piorar, eu pelo menos não vejo um novo com a prática moderna e sim mais arcaica. Bolsonaro se vendeu como novo e olha a desgraça que tá aí, assim como o Romeu Zema”, salienta.

Municipalismo
Falando em defesa de um possível mandato, Chico Simões adianta que uma delas será o municipalismo e critica a forma como tem sido tratado. Segundo ele, as entidades que se colocam como defensoras do municipalismo não fazem isso, “é balela, cabide de emprego”.

Para se ter ideia, aponta, a Confederação Nacional de Municípios tem como presidente alguém que não é prefeito. “A Associação Mineira de Municípios é um apoio de quem está no governo e não defende o municipalismo porcaria nenhuma. Espero que no (futuro) governo Lula tenha isso, que tenhamos um legislador que apoie um pacto federativo, onde o prefeito não seja um assalariado. Temos de mudar e enfrentar o neoliberalismo, voltar ao capitalismo industrial, que gerava emprego”, opina.

PT
Sobre o desgaste do Partido dos Trabalhadores em nível nacional, Chico Simões acredita que pode sim ser um fator dificultador para sua caminhada. “Sei que é um desafio e é por isso que topei, se eu soubesse que seria fácil, ficaria em casa cuidando dos meus netos”, frisa.

Eleição municipal
Três vezes prefeito, Chico Doido, como é tratado por adversários políticos e até mesmo carinhosamente por correligionários, não descartou disputar a eleição municipal em 2024. “Mas é um passo de cada vez, se não tiver ninguém (para a disputa) serei eu. Até porque se tem uma pessoa que faz política despretensiosamente, sou eu. Se perder, tenho muito crédito, já ganhei demais. Não faço política por vaidade e sim por missão. Faço para cuidar das pessoas, mas sem passar a mão na cabeça de ninguém, quem me conhece sabe”, conclui.