07 de agosto, de 2022 | 08:20

Sinal de alerta: golpistas querem atrair desempregados

A abordagem é feita por meio de anúncios, mensagens enviadas por SMS ou em aplicativos

Stéphanie Lisboa
Golpistas enviam mensagens com ofertas de trabalho em que o salário é atrativo e utilizando o nome de alguma grande empresa Golpistas enviam mensagens com ofertas de trabalho em que o salário é atrativo e utilizando o nome de alguma grande empresa
(Stéphanie Lisboa - Repórter do Diário do Aço)
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram que no segundo trimestre de 2022 o desemprego atingiu 10,1 milhões de pessoas no país. E são exatamente essas pessoas, que estão afoitas à procura de uma chance no mercado de trabalho, que os golpistas têm na mira e querem acertar.

Para atrair a vítima, a tática é quase sempre a mesma. A abordagem é feita por meio de anúncios, mensagens enviadas por SMS ou em aplicativos, geralmente usando o nome de uma empresa reconhecida. No discurso, a oferta de emprego dos sonhos, que na verdade, pode se tornar um pesadelo.

Tentativa recente
Nesta semana, uma moradora de Santana do Paraíso, que preferiu não se identificar, recebeu pelo WhatsApp uma mensagem de texto de um número que ela desconhecia. Do outro lado da conversa, estava uma pessoa que se identificou como gerente geral de uma grande empresa. O suposto gerente oferecia uma oportunidade de trabalho.

“Estou contratando uma equipe de meio período trabalhando em casa. Não há requisitos de horas de trabalho, os salários serão líquidos no mesmo dia”, prometia a mensagem. Por fim, o estelionatário sugere que o interessado adicione um WhatsApp e inicie um atendimento.

Perigo
O golpista joga a isca com a oferta de emprego atrativa, depois disso, basta dar início a uma conversa. E é aí que está o perigo, como alerta a advogada especializada em Direito Digital, Elaine Keller. “Esses criminosos têm por objetivo extorquir dinheiro das vítimas através de promessas de bons salários trabalhando poucas horas de casa”.
A advogada destaca, ainda, a maneira insistente dos criminosos. “Quando a vítima clica no link e inicia o interesse, por mais que ela não siga adiante, o criminoso entende que se investir um pouco mais com falsas promessas, a vítima poderá finalmente cair na sua armadilha”, disse.

Cenário
Para mensurar esse cenário de golpes em anúncios de emprego, a OLX, uma das maiores plataformas de compra e venda do país, realizou um levantamento de mercado. A pesquisa apontou que foram aplicados 29 mil golpes por mês em candidatos que buscavam emprego de janeiro a maio de 2022.

Para a empresa de comércio eletrônico, o número é um reflexo do desemprego. “Na grande maioria dos golpes, os fraudadores utilizam de engenharia social para atrair possíveis vítimas. Em um cenário de queda do poder aquisitivo e alto número de desempregados, as pessoas ficam mais vulneráveis e acabam caindo em golpes”, explicou Beatriz Soares, diretora de Produto e Operações na OLX.

Orientação
Diante de tantas investidas dos golpistas, a orientação da advogada é de cautela e atenção. “Nunca acredite em ofertas muito vantajosas ou que ofereçam ganhos de dinheiro fácil. Não existe mágica! Nunca compartilhe dados pessoais com pessoas estranhas. Nunca pague para trabalhar. A gente trabalha para ganhar dinheiro e não para perder dinheiro”, enfatizou.

Mercado Livre
Na mensagem enviada à moradora de Santana do Paraíso, o estelionatário se passou por um funcionário do Mercado Livre. Procurada pela reportagem do Diário do Aço, a assessoria de comunicação da empresa informou que não divulga oportunidades de trabalho por SMS, WhatsApp ou quaisquer outros serviços de mensagens instantâneas.

Declarou também que o Mercado Livre tem usado seus canais para alertar os usuários sobre possíveis golpes e que tem tomado as medidas cabíveis para frear os responsáveis. “Quando identificados, os números suspeitos são denunciados pela companhia às operadoras telefônicas e às empresas que controlam grupos e redes colaborativas, pedindo ainda a instauração de inquérito policial para que as autoridades possam iniciar as investigações”, reforçou.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Mak Solutions Mak 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário