15 de julho, de 2022 | 09:30

Especialistas reforçam importância da manutenção de medidas de combate ao coronavírus

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Na prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios, 77,6% foram de covid-19 Na prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios, 77,6% foram de covid-19

O Boletim InfoGripe, divulgado pela Fiocruz nesta semana, mostrou que o número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) apresentou crescimento em pelo menos 23 estados do país, entre eles Minas Gerais. O aumento a longo prazo, ou seja, com base em dados das últimas seis semanas, pode ser justificado por três fatores, como explica Leonardo Bastos, pesquisador da Fiocruz.

“Primeiro pela mudança no padrão do vírus, subvariantes da ômicron. Segundo, o clima. Esfriou e isso muda o comportamento das pessoas. Por fim, em terceiro lugar o relaxamento das pessoas”, esclareceu Bastos em entrevista ao Diário do Aço.

Três fatores

O infectologista e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Unaí Tupinambás, também acredita que esses três fatores explicam o atual cenário. “O primeiro é o relaxamento total da população, isso é um ponto importante que nós temos que considerar. Temos que levar em conta também o inverno. Outra questão que podemos considerar é o aparecimento das variantes BA.4 e BA.5 da ômicron”, apontou.

Covid-19

Dos casos com resultado positivo para vírus respiratórios, nas últimas quatro semanas epidemiológicas (de 12/6 a 9/7), pelo menos 77,6% foram de Sars-CoV-2 (covid-19); 2,4% para influenza A; 0,1% para influenza B e 7,6% para vírus sincicial respiratório. O dado revela que a covid-19 tem um peso considerável nesse aumento de registros de síndrome respiratória. “Quase, certamente, o aumento é a covid-19. Quem domina é a covid-19”, declarou Bastos.

Vacina

O cenário ainda inspira cuidados e os dados merecem a atenção da população, destacou o pesquisador. Mas, não é preciso desespero, em virtude, principalmente a vacina. “A gente não precisa se preocupar como há um ano atrás, graças a vacina, mas existe sim um motivo de preocupação”, alertou o pesquisador.

É justamente a vacina que merece destaque, como salientou a médica infectologista que atua em Ipatinga, Carmelinda Lobato. “Hoje nós temos um aumento de pacientes internados com síndrome respiratória aguda grave por causa de covid, mas em uma quantidade muito menor do que nós já tivemos anteriormente, por causa da vacina”, enfatizou.

Cuidados

Mesmo diante de um cenário mais brando da doença, em relação aos anos anteriores, a recomendação é clara: os cuidados precisam continuar sendo tomados. “Sempre que possível mantenham as medidas, como lavar as mãos, usar a máscara e a carteirinha vacinal completa”, pediu Leonardo Bastos.

É o mesmo recado deixado por Carmelinda. “Se apresentar sintomas gripais, que as pessoas fiquem em casa, mantenham o distanciamento, mantenham as medidas preventivas, não corram o risco de contaminar outras pessoas”, orientou.

Unaí também foi um defensor da continuidade das medidas de prevenção à covid. “Além da vacinação, da 3ª dose, da 4ª dose, nós temos que manter as medidas não farmacológicas, ventilar espaços fechados, usar máscaras de boa qualidade, higienização das mãos, ampliar testagem. Isso tudo vai ajudar a combater essas ondas que estão vindo da ômicron”, defendeu.

Pesquisa

A análise realizada pela Fiocruz é referente à Semana Epidemiológica (SE) 27, que compreende de 3 a 9 de julho. Tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 11 de julho.
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