10 de julho, de 2022 | 12:00

Seis golpes financeiros comuns com os quais as pessoas devem se preocupar

Afonso Morais *

Pessoas prontas para darem golpes sempre existiram e as formas que eles encontram para extorquir dinheiro de outras pessoas evoluem constantemente. Se analisarmos o passado recente temos casos de cheques falsos, pirâmides financeiras, golpes de bilhetes sorteados, ligações fingindo sequestros e por aí vai. Mas com o aparecimento das novas tecnologias os golpes também ficaram mais sofisticados, o que aumenta potencialmente as chances de em algum momento você ser enganado.

A verdade é que toda novidade sempre gera uma nova onda de golpes, pois o que muda são os tipos de tecnologias que estão aplicando, não a capacidade de pessoas mal-intencionadas. A criatividade dos bandidos é sempre grande e com a tecnologia eles têm a possibilidade de atuar com um alcance muito maior.
Hoje, são muitas as tecnologias que deixam as pessoas vulneráveis a esses tipos de golpes. Um destaque são as redes sociais, afinal, é onde mais facilmente os bandidos conseguem criar identidades falsas para se passar por outras pessoas.

Por mais que esses golpes se mostrem cada vez mais sofisticados, eles normalmente se aproveitam de falhas ou desatenção das vítimas. Assim, todo o cuidado é pouco na utilização da ferramenta, pois, se ela facilita as transações, também facilita os golpes.

A orientação é sempre manter o bom senso e utilizar todos os recursos que tiver ao seu favor, começando por ter habilitado duplo fator de autenticação em todos os seus recursos e aplicativos, desconfiar de grandes vantagens e promoções e, por fim, mas não menos importante, não enviar informações pessoais via mídias sociais.

Ela conta que já se tornou comum utilizar o WhatsApp, por exemplo, para golpes, como quando se faz o ‘sequestro de WhatsApp’ ou criar um número qualquer com uma foto do usuário para se passar por ele. Com isso, é possível fazer o pedido de empréstimo de dinheiro para a rede de contatos da pessoa.

Outra ferramenta que vem facilitando a vida dos bandidos é o PIX. Após pouco tempo de uso, já surgiram diversas estratégias de golpes registradas utilizando essa ferramenta. Assim, é importante redobrar a atenção por parte dos consumidores.

“São muitas as tecnologias que
deixam as pessoas vulneráveis a esses
tipos de golpes”



Falsos funcionários - No golpe do falso funcionário de instituição financeira, a vítima recebe contato passando por funcionário do banco ou empresa financeira oferecendo ajuda para cadastro da chave PIX, ou afirmando a necessidade de realizar algum teste, induzindo à realização de transferência bancária que será feita, na realidade, para a conta do golpista.

Falso sequestro - Essa já é bastante conhecida, mas tudo se tornou mais fácil com o PIX. A pessoa entra em contato com a vítima, afirmando que sequestrou alguém da família e fala que tem um valor a ser pago. A golpista aproveita o desespero da pessoa, e até imita a voz de um familiar, para induzir a realização da transferência.

Golpe do Bug - Esse golpe aproveita da má-fé da vítima, pois espalha em redes sociais (vídeos ou mensagens de WhatsApp, por exemplo), informações de que o PIX está com alguma falha em seu funcionamento (chamado "bug") e é possível ganhar o dobro do valor que foi transferido para chaves aleatórias. Contudo, ao tentar tirar proveito dessa ação, a vítima enviará dinheiro para golpistas.

Phishing - Os ataques de phishing são muito comuns e usam mensagens que aparentam ser reais para que o indivíduo forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões.
Por isso, muito cuidado com qualquer mensagem que receber por e-mail ou por redes sociais, principalmente, as que possuem links suspeitos ou que pedem dados pessoais.

Clonagem de WhatsApp - Outro golpe que vem crescendo com o PIX é o da clonagem do WhatsApp. Neste, os golpistas elaboram uma mensagem no WhatsApp informando falsamente que são de empresas com as quais as vítimas têm relacionamentos ou cadastros ativos. A partir disso, é solicitado o código de segurança, enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro. De posse desse código, é replicada a conta de WhatsApp em outro celular. Com isso, os criminosos enviam mensagens para os contatos da pessoa, fazendo-se passar por ela e pedindo dinheiro emprestado por transferência via PIX.

Engenharia Social no WhatsApp - No golpe de engenharia social com WhatsApp, o criminoso escolhe uma vítima, pega sua foto em alguma página de mídia social, e, de alguma forma, consegue descobrir números de celulares de contatos da pessoa. Com um novo número de celular, envia mensagens para contatos, informando que teve de trocar de número devido a algum problema. Assim, aproveita e pede uma transferência via PIX, dizendo estar em alguma emergência.

O que fazer? - Alguns cuidados podem ser adotados para prevenir-se dessas situações. As pessoas devem sempre suspeitar de mensagens pedindo dinheiro, principalmente, quando são urgentes. Dessa forma, antes de qualquer ação busque ter certeza de saber com quem está falando.

Uma medida simples para evitar golpe é habilitar, no aplicativo, a opção "Verificação em duas etapas", basta acessar e seguir o seguinte caminho: Configurações/Ajustes > Conta > Verificação em duas etapas. Desta forma, é possível cadastrar uma senha que será solicitada periodicamente pelo app, contudo, os golpistas já estão conseguindo vencer essa barreira também. Por isso, deixe a família e conhecidos avisados que nunca irá solicitar dinheiro por esse meio.

Mas, como pode-se ver, os aproveitadores nem precisam mais clonar o WhatsApp. Por isso, um alerta importante é sobre a necessidade de cuidado com a exposição de dados em redes sociais, fique atento a sorteios e promoções que pedem o número de telefone do usuário. Além disso, recebendo mensagem de alguém que afirma ter mudado o número, certifique-se dessa informação.

Importante lembrar ainda que instituições financeiras não solicitam dados pessoais ativamente e bancos não fazem teste de PIX. Sem contar que os sistemas bancários são muito avançados para terem "bug" que dê dinheiro às pessoas.

* Especialista em cobrança e direito do consumidor

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Comentários

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Tião Aranha

10 de julho, 2022 | 12:14

“Lá em SP, a maioria dos golpes bancários se dá em quem ganha mais de seis mil reais. Isso é reflexo da dicotomia que vive o país tal qual um planeta eclipsado: metade claro, metade escuro. Risos.”

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