03 de julho, de 2022 | 11:00

Preso empresário de Araxá que torturou e matou com choques elétricos

O empresário Sílvio Fernandes Machado, de 50 anos, foi preso no fim de semana por policiais da Delegacia da Polícia Civil de Araxá. Com ordem de prisão expedida, foi recolhido ao sistema prisional o dono de uma fábrica de pisos, acusado de torturar dois homens com choques elétricos, e provocar a morte de um. O fato ocorreu dia 27/6. O empresário teve a prisão preventiva decretada dia 29/6, pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Araxá.

O crime foi cometido após o empresário desconfiar que as vítimas furtaram um carregador de bateria da empresa dele.

Desde o dia do ocorrido, Silvio estava foragido. Ele é considerado o mandante da sessão de tortura, com participação de dois empregados, já presos preventivamente, por ordem judicial.

Sexta-feira (1), o empresário foi preso por policiais, enquanto andava por uma estrada rural na cidade de Rifaina (SP), próxima à divisa com Minas. Estava abatido, com fome e sede e disse que iria se entregar à Justiça.

“Ele confessou o crime e alegou que não imaginava que os atos que ele praticou poderiam resultar em morte, em lesão grave. Se mostrou muito arrependido e se colocou à disposição para futuros questionamentos” esclareceu o delegado responsável pelas investigações, Vinícius Ramalho.

“Os investigados são acusados pela prática dos crimes de tortura, com resultado morte, e tortura com o resultado de lesão corporal grave. O inquérito já está parcialmente concluído. Ainda faltam algumas questões a serem analisadas. A Polícia Civil espera que até 10 dias esse inquérito seja finalizado”, ressaltou Vinícius Ramalho.

O sobrevivente, um homem de 37 anos, informou que ele e o amigo Dione Rodrigues de Jesus, de 31, foram abordados por três homens em um veículo e levados para um galpão, de propriedade do empresário Sílvio.
Mantidos presos, os dois foram agredidos e torturados com choques elétricos, enquanto eram questionados sobre um carregador de bateria (usina), que havia sido furtado.

Dione não resistiu aos choques e morreu no local. Ele chegou a ser levado em uma caminhonete para a Unidade de Pronto Atendimento de Araxá (UPA), pelos dois funcionários que confessaram terem cumprido ordens do patrão para prender os dois suspeitos do furto.

A versão contada aos profissionais de saúde é que eles haviam encontrado a vítima, já sem vida, caída em uma rotatória. O fato foi desmentido pela Polícia após o início das investigações.

O homem sobrevivente conseguiu escapar, quando o amigo dele morreu na cena dos fatos e, por conta própria, procurou a UPA para pedir socorro.

O homem também contou que havia prestado serviços para o empresário havia algum tempo e, por causa disso, nasceu a suspeita do empresário de que o homem poderia ser o autor do furto ao equipamento.

O delegado Vinícius Ramalho afirmou no fim de semana que, até o momento, inexistem indícios que comprovem que o carregador de bateria foi realmente furtado pelas vítimas. (Com informações da PCMG e jornal Estado de Minas)