26 de junho, de 2022 | 07:00
Pedras no caminho
Fernando Rocha
Com exceção do Corinthians, que aplicou uma goleada de 4 x 0 no Santos, todos os demais confrontos de ida na Copa do Brasil terminaram indefinidos.No caso do Atlético, o placar apertado de 2 x 1 sobre o Flamengo deixa os cariocas com muitas esperanças de reverter o quadro, contando com o apoio de um Maracanã lotado.
Mas, como escreveu o itabirano e nosso poeta maior, Carlos Drummond de Andrade, no meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho”, que neste caso são duas com influência direta no jogo decisivo de ambos, no dia 13 de julho.
Antes, o Flamengo vai encarar duas vezes pelas oitavas de final da Libertadores o Deportivo Tolima, que sabe aproveitar muito bem o fator campo e as dificuldades de locomoção dos adversários, até a longínqua Ibagué, no interior da Colômbia.
E o Galo, além do Emelec, terá de visitar um Equador que passa por grave momento de tensão social, devido à crise econômica, o que pode até adiar ou transferir a partida para outro país.
Pode sonhar
No caso do Cruzeiro, pelo time que possui e o futebol que vem apresentando, pode, sim, sonhar com uma vitória, contando com o Mineirão lotado e a instabilidade do Fluminense, para passar às quartas de final da Copa do Brasil.
A derrota pelo placar de 2 x 1, com um jogador a menos desde o primeiro tempo, deixou o time de Paulo Pezzolano vivo e confiante, sobretudo, porque já passou e sobreviveu na terceira fase contra o Remo, quando se classificou nos pênaltis de forma dramática.
O Fluminense é superior, tecnicamente, mas no futebol a quantidade e a complexidade de fatores que influenciam no resultado não dão ao favorito a certeza da vitória.
FIM DE PAPO
Em toda esta temporada, o Cruzeiro nunca tinha sido tão pressionado por um time como fez o Fluminense, apoiado por cerca de 40 mil torcedores no Maracanã. O tão aguardado encontro do time celeste com o goleiro Fábio foi frio e de pouco brilho em sua atuação. Antes do jogo, não houve os tradicionais abraços e a visita do goleiro ao banco de reservas do ex-clube, até porque os personagens de hoje são outros totalmente diferentes da sua época. Fábio quase não foi exigido durante a partida e, numa saída estabanada do gol, pegou a bola com a mão fora da área, sendo salvo pela ruindade do assoprador de apito e do VAR, que nada marcaram.
Depois da derrota pelo Brasileiro, o Flamengo foi muito intenso e conseguiu em vários momentos pôr o Galo na parede. Mas a noite teve o brilho intenso do artilheiro Hulk, autor de um golaço e de outra assistência para Ademir também marcar. No final da partida, o time se desconcentrou e permitiu ao Flamengo fazer o que queria, diminuir o placar, para 2 x 1, e sair vivo do Mineirão.
Os atleticanos que presenciaram decisões contra o Flamengo, na década de 80, sabem que Gabigol não está blefando ao prever um inferno” para o Galo na partida de volta, no Maracanã. Hulk respondeu, e de fato não há dúvidas quanto ao time atual do Atlético possuir jogadores experientes, rodados suficientemente e capazes de suportar quaisquer tipos de pressão, em qualquer lugar. Na década de 80, os dois times, também, possuíam craques e jogadores experientes, como Zico, Adílio, Junior e cia, no rubro-negro; Reinaldo, Cerezzo, Palhinha, Luisinho, entre outros, que eram ícones no Galo.
A diferença do futebol nos anos 80 para os tempos atuais, que pode ser favorável ao Galo, está na arbitragem. Hoje, mesmo com o VAR, os assopradores de apito ainda erram muito, mas não por falta de idoneidade e, sim, por incompetência. O futebol se profissionalizou e virou um grande negócio, onde hoje não cabem mais atos explícitos de desonestidade e comportamentos estranhos, sejam de árbitros ou de dirigentes da CBF, que dominavam as cenas nas decisões entre Flamengo e Atlético, onde o rubro-negro carioca sempre levava vantagem.(Fecha o pano!)
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