26 de junho, de 2022 | 10:30

Projeto quer preservar e recuperar vazão hidrológica da Bacia do Ribeirão Ipanema

Divulgação
Para o monitoramento, foram selecionados três pontos principais na microbacia da comunidade do IpaneminhaPara o monitoramento, foram selecionados três pontos principais na microbacia da comunidade do Ipaneminha

O Instituto Interagir de Ipatinga realiza, desde o mês de abril deste ano, um projeto que busca dar subsídios para proteção de nascentes, assim como a medição da vazão hidrológica da Bacia do Ribeirão Ipanema. Conforme o coordenador do projeto, Alessandro de Sá, o intuito é também de levantar a qualidade física e química do ribeirão.

A bacia do Ribeirão Ipanema, localizada no município de Ipatinga, tem sido modificada por diversas atividades humanas, especialmente agropecuária e urbanização, processos que atingem e causam impactos diretos na quantidade de águas superficiais. As comunidades rurais da região são dependentes dos mananciais principalmente para o abastecimento humano e dessedentação de animais (saciar a sede), assim o monitoramento da vazão dos rios.

Alessandro explica que o Ribeirão Ipanema é abastecido principalmente pelos córregos Ipanemão, Becas, Ipaneminha, Lúcios, Tribuna, Morro Escuro, Pedra Branca, Bucaina, Barra Alegre, Chácara Madalena, Limoeiro, Novo, Taúbas, Vagalume, Forquilha e Bom Jardim. “Além disso, destaca-se a presença de áreas degradadas e a ausência de mata ciliar original em vários pontos das margens do Ribeirão Ipanema e dos demais cursos d’água da bacia, assim como o descarte de efluentes domésticos sem tratamento prévio”, aponta.

As comunidades rurais que são abastecidas pela rede de drenagem do Ribeirão Ipanema: Ipanemão, Ipaneminha, Morro Escuro, Taúbas, Pedra Branca, Barra Alegre, Córrego dos Lúcios e Tribuna. Não participam do programa de saneamento, uma vez que os interceptores de esgotos foram instalados somente na área urbana de Ipatinga.

Abrangência

No município de Ipatinga, a bacia hidrográfica do Ribeirão Ipanema representa a maior abrangência espacial, de forma que seus cursos d’água são os recursos hídricos prontamente disponíveis para a população. O conhecimento sobre a qualidade da água desses ambientes, bem como da influência da ocupação do solo e suas principais fontes de poluição são essenciais como fonte de informação para o adequado manejo dos recursos hídricos.

“Logo, é necessária a realização de monitoramento da água nessa região para o controle da poluição que está diretamente relacionada com a proteção da saúde, garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado e a melhoria da qualidade de vida”, alerta o geógrafo.

Monitoramento da qualidade da água

Foram selecionados três pontos principais na microbacia da comunidade do Ipaneminha, do Ribeirão Ipanema, Ipatinga. “Iremos verificar se na mesma comunidade, a microbacia possui diferentes qualidades da água ou se mantem constante em toda sub-bacia. Verificaremos quais fatores podem ou não afetar essa qualidade no mesmo curso d’água em pontos distintos”, salienta.

Medição de vazão

Segundo o geógrafo e coordenador do Instituto Interagir, os dados referentes à vazão de um curso d’água fornecem informações sobre a qualidade dos recursos hídricos, bem como determinação de hidrogramas e referências para gestão e manejo. A importância de se saber o volume de água é necessário para realizar um estudo para o abastecimento humano, bem como uma possível previsão e prevenção de enchentes.

“Para esse trabalho foi utilizada o Método do Flutuador. Com o uso de uma trena, é medida a largura do canal, em seguida, é determinada sua profundidade média. Para cada uma dessas variáveis são realizadas três medições dentro da seção. Fazem-se medições para estimar a média das profundidades, somam-se todos os pontos amostrados e divide-se pelo número de pontos amostrados”, detalha o coordenador.

Alessandro acrescenta que o objeto flutuador, no caso foi utilizado uma tampa de margarina, foi colocado em determinado ponto e solto, à distância pré-fixada em que o objeto flutua, neste caso foram utilizados 3 metros e o tempo decorrido estima-se a velocidade, isto é, velocidade é igual ao tempo dividido pela distância. Este passo foi repetido três vezes para que se tenha uma melhor média da velocidade da corrente de água.

“Verificamos que no mês de junho todos os pontos apresentaram quedas nos índices de vazão hidrológica. Essa medição apresenta uma grande tendência do uso inadequado do solo da bacia. A escassez de poucas áreas com cobertura vegetal para reter água proveniente da chuva onde poderia possibilitar a infiltração e o abastecimento do lenço freático, ofertando vazôes regulares para as nascentes e cursos da água”, esclarece.

Conclusão

Por fim, Alessandro alerta que a preservação das nascentes e monitoramento da qualidade da água são fundamentais para a manutenção da vida. “Seja ela humano ou animal, sem a água, não teremos futuro. Precisamos conscientizar as comunidades sobre a necessidade urgente disso. Nosso papel é assegurar que teremos essa qualidade para nossa geração e para as futuras, principalmente”, conclui.
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Comentários

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Jaime

26 de junho, 2022 | 11:17

“Pena que tem muito esgoto jogando no Ribeiro Ipanema principalmente ao lado da Ponte da guido marlieri que liga iguacu a jardim panorama la e muito esgoto.as autoridade finge que nao ve este problema.”

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