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21 de junho, de 2022 | 13:00

Cuspindo fogo

Nena de Castro *

Hoje eu tô afim de pisar no calo dos britânicos, aquele povo daquela ilhota que já dominou o mundo com um “império onde o sol jamais se põe” tal a extensão de seus domínios na Ásia e África e alhures... Chegavam com seus soldados, seus vice-reis e se punham a governar povos que não eram seus, tratando a ferro e fogo os autóctones. Que podiam plantar chá, colher, colocar nas embarcações, assim como a borracha, especiarias, ouro e pedras preciosas e ficar literalmente “vendo navios” sem nenhuma riqueza que ia toda pro bolsinho de sua graciosa majestade. Enfiavam seus nobres narizes em tudo, com a visão de que a civilização europeia era superior e a única a ser seguida.

Qualquer tentativa de se misturar com o povo dominado era rechaçada e se algum desinfeliz branco se casasse com uma local, perdia o direito de frequentar o clube, a igreja e era ignorado, deixado de lado. Dizem que em Pequim, na China, na entrada do clube britânico, havia um cartaz que dizia “Proibida a entrada de cães e chineses”. Sem contar as duas Guerras do Ópio em que o governo chinês resolveu proibir a venda da droga e os ingleses caíram matando pois eram os principais comerciantes da droga. A rejeição continua até hoje, em que pese as conquistas dos povos outrora dominados, que hoje fazem parte da ONU e são ”livres”. Mas eu dizia do racismo e do preconceito existentes aqui, na ”Oropa, França e Bahia” e que caminham vivos e odiosos, apesar de tanta luta.

Ia tudo muito bem na “Velha Albion, até que Harry, o neto branco OVELHA NEGRA resolveu se casar com a descendente de negros Meghan Markle. Nunca vou esquecer da cara da Rainha Elizabeth, na carruagem com a noiva, rumo à igreja - “O que essa mulatinha tá fazendo aqui”? – dizia sua expressão. Bão, deu o que tinha de dar, os nobres esnobaram suas altezas que renunciaram aos seus cargos representativos e se mudaram para o Canadá. Vieram duas crianças brancas, o que deve ter sido um alívio para os racistas. Mas euzinha hoje, botando fogo pelas ventas, resolvi implicar: suponhamos que a velhinha bata a caçuleta e seu herdeiro o Charles e sua insossa Camila, desapareçam, sejam abduzidos, assim como seu filho Harry com Kate Middleton e os filhos e tudo quanto é príncipe e baronete e lorde e que o único sobrevivente seja o Harry rebelde que assumiria o trono. E aí, para gáudio da geral, a Meghan se assentaria no trono como rainha. RÉ, RÉ RÉ, RÉ!

Meus cinco amados leitores devem querer saber causadequê a Bugra tá tão ferina, hoje, implicando com ozoto e seu país.

Isso se deve ao fato de que vivo em um país muito bem governado onde a gasolina não sobe descaradamente elevando o preço dos alimentos e o rei tenta desviar o assunto pedindo uma CPI contra a Petrobras regida por seus indicados, ninguém passa frio e fome no país, há remédios e atendimento nos postos de saúde, “tá tudo azul na América do Sul” e somos tão felizes e prósperos e educados, vivendo uma verdadeira “merdavilha”.
E nada mais digo, a não ser afeeeeeeeee!

* Escritora e encantadora de histórias

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Comentários

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Tião Aranha

21 de junho, 2022 | 12:38

“A vida de escritor político não é fácil, retrata a vida de personalidades distintas, aqui e lá fora, mas que têm todos um mesmo ponto comum da visão : em todos permeiam algum tipo de corrupção sem causa, mas com muito efeito. Einstein baseava a razão da sua fé encontrando similaridade com a razão entre a crença na capacidade humana de transformação proposta por Santo Tomaz de Aquino. Naquele tempo, da Idade Média, tez não existisse tanta ambição como hoje pelas ciosas materiais. Durante o perigoso período da ditadura militar os brasileiros, sobretudo, a classe trabalhadora ainda almejava melhores dias; é só ler os jornais daqueles tempos. Todo escritor se situa no tempo e no espaço. Risos.”

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