20 de junho, de 2022 | 13:59
José Mauro Coelho pede demissão da presidência da Petrobras
Divulgação
José Mauro Coelho defende o ajuste de preços dos combustíveis ao mercado internacional, para não faltar derivados no Brasil

Em comunicação enviada ao mercado na manhã desta segunda-feira, a Petrobras anunciou a renúncia de José Mauro Coelho, do cargo de presidente da petroleira.
Coelho foi o terceiro executivo a comandar a Petrobras na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a empresa, Coelho também deixa o cargo de membro do Conselho de Administração da estatal.
Fernando Borges, diretor executivo de Exploração e Produção da Petrobras, foi nomeado pelo Conselho de Administração como novo presidente interino até a eleição e posse do novo comandante da empresa.
A saída de Coelho ocorre após uma escalada de críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PL).
Sexta-feira, a Petrobras divulgou novos reajustes nos preços, da gasolina e do diesel. Após o anúncio, Bolsonaro defendeu a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a Petrobras, seus diretores e conselheiros.
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Turbulência
José Mauro Coelho assumiu oficialmente a presidência da Petrobras em 14 de abril. Ex-secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, foi indicado ao cargo após desistência de Adriano Pires.
Em pouco mais de dois meses, sua gestão foi marcada por pressões e polêmicas sobre o reajuste nos preços dos combustíveis. Sua saída já era esperada desde o dia 23 de maio, quando o Ministério de Minas e Energia anunciou a troca de cadeiras.
Coelho é defensor da política de paridade da estatal, que desde 2016 vincula os preços dos combustíveis às cotações do dólar e do petróleo no mercado internacional.
"Nós temos que ter os preços do mercado doméstico relacionados à paridade de preços de importação (PPI), porque se assim não fosse, não teria nenhum agente econômico com aptidão ou vontade de trazer derivados para o mercado doméstico e poderia ter desabastecimento no país", afirmou o então presidente. Atualmente a Petrobras importa 30% da gasolina consumida no Brasil.
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