20 de junho, de 2022 | 06:00

Barco de indigenista e jornalista foi encontrado afundado

Divulgação PF
A embarcação foi localizada a cerca de 20 metros de profundidade, afundada com sacos de areiaA embarcação foi localizada a cerca de 20 metros de profundidade, afundada com sacos de areia

oliciais do Amazonas, que autuam numa força-tarefa no caso do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, localizaram neste domingo a lancha em que os dois viajavam.

A embarcação foi localizada a cerca de 20 metros de profundidade. Segundo nota divulgada pela Polícia Civil do Amazonas, estava "emborcada com seis sacos de areia para dificultar a flutuação, a uma distância de 30 metros da margem direita do rio Itaquaí, nas proximidades da comunidade Cachoeira".

O local foi indicado, segundo a polícia, pelo suspeito Jeferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha, preso no sábado (18). "Além do casco da lancha, também foram encontrados um motor Yamaha 40 hp, quatro tambores que eram de propriedade do Bruno, dos quais, três em terra firme e um submerso".

Participaram da operação a Polícia Militar do Amazonas, a Marinha do Brasil e o Corpo de Bombeiros.

Além de Jeferson, estão presos os irmãos Amarildo Oliveira, conhecido como Pelado, e Oseney Oliveira, conhecido como Dos Santos. Foi Pelado quem levou, segundo a polícia, ao local no qual os corpos de Dom e Bruno foram achados, quarta-feira (15).
Divulgação
Polícia Federal já identificou nomes de oito pessoas envolvidas com duplo assassinato no AmazoasPolícia Federal já identificou nomes de oito pessoas envolvidas com duplo assassinato no Amazoas

Mais cinco envolvidos estão identificados

A Polícia Federal divulgou neste domingo (19) que identificou oito pessoas envolvidas na morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, das quais, três indivíduos estão presos e cinco foram identificados por terem participado da ocultação dos cadáveres.

Os presos são Amarildo da Costa Pereira, conhecido como Pelado, Jefferson da Silva Lima e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Até o momento, apenas Amarildo confessou participação no crime.
Segundo a PF, as investigações continuam para esclarecer todas as circunstâncias, os motivos e os envolvidos no caso.

Mortos a tiros

Nesse sábado, a polícia divulgou que concluiu a análise da causa da morte de Bruno Pereira e de Dom Phillips. Bruno Pereira foi morto com dois tiros na região abdominal e torácica e um na cabeça. Dom Phillips levou um tiro no abdômen/tórax. A munição usada no assassinato foi típica de caça.

A munição de caça utilizada no crime dispara projéteis múltiplos, chamados de balins. Assim, um único tiro pode causar uma série de perfurações provocadas por pequenas esferas de chumbo. Nos últimos dias, a PF confirmou a identidade de Phillips e Pereira nos restos mortais enviados a Brasília para a perícia. Os corpos foram encontrados após a confissão do pescador Amarildo da Costa Pereira.
Arquivo
Bruno Pereira e Dom Phillips estava desaparecidos desde o dia 5/6 e corpos foram encontrados após confissão de um dos três envolvidos já presosBruno Pereira e Dom Phillips estava desaparecidos desde o dia 5/6 e corpos foram encontrados após confissão de um dos três envolvidos já presos

Reportagens e livros

Dom Phillips, que era colaborador do jornal britânico The Guardian, e Bruno Pereira, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), foram vistos pela última no dia 5 de junho, na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares. Eles se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas, quando sumiram sem deixar vestígios.
Em uma de suas últimas publicações, em uma página nas mídias sociais, Dom Phillips escreveu: "Amazônia, sua linda". Isso foi publicado cinco dias antes do seu desaparecimento, e de Bruno Pereira, no Vale do Javari (AM), dia 5 de junho.

As palavras — acompanhadas por um vídeo no qual um barco viaja lentamente por um rio amazônico, com uma mata exuberante no fundo — expõem a paixão que o britânico desenvolveu pela floresta após se mudar para o Brasil, em 2007.

Num momento de crescente interesse internacional pela Amazônia, o jornalista produziu dezenas de reportagens sobre o bioma para o jornal britânico The Guardian e se tornou uma das principais vozes na imprensa estrangeira a documentar o avanço do desmatamento durante o governo Jair Bolsonaro. (Com informações da Polícia Civil do Amazonas, Agência Brasil e BBC)

Veja também:
Exames mostram que Bruno e Dom foram mortos com tiros na cabeça e no tórax

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