17 de junho, de 2022 | 10:30

Elevação dos preços dos alimentos é provocada por fatores internacionais e domésticos, explica professor da UFMG

EBC
Consumidores devem tentar fazer substituições, sugere o professor Consumidores devem tentar fazer substituições, sugere o professor

Pandemia de covid-19 e guerra. Esses são alguns dos fatores apontados pelo professor do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Mauro Sayar, como os principais responsáveis pela alta dos preços de alimentos que atinge o bolso do consumidor brasileiro. “A elevação tem por trás fatores internacionais e fatores domésticos”, afirmou Mauro Sayar.

A reportagem do Diário do Aço conversou com o professor sobre o crescimento nos preços dos alimentos, que tem assustado, gerado insatisfação e medo aos consumidores que vão ao mercado. E o que muitos querem entender é: por que está tudo tão caro?

Fatores internacionais

Entre os acontecimentos internacionais que motivaram a elevação dos preços, Mauro Sayar cita a pandemia e a guerra na Ucrânia. “Desde o ano passado, em função da própria pandemia, que em alguns locais acabou ocasionando uma restrição de oferta e uma dificuldade na comercialização de bens e de insumos para produção de alimentos, então isso daí é um fator internacional, mas que foi muito agravado, no início do ano, em virtude da guerra entre a Rússia e a Ucrânia”, explicou.

Sayar destaca a importância dos dois países envolvidos na guerra na produção de grãos e de insumos necessários para a agricultura. “No momento em que a guerra estoura, naturalmente ocorre uma restrição na capacidade de ofertar, comercializar esses produtos no mundo”.

Fator doméstico

O professor lembra que os preços no mercado internacional são cotados em dólar e, sendo assim, o produtor doméstico vende a produção nessa moeda. “Então o que interessa para ele é o preço em dólar, e aí entra um outro fator: o doméstico”, alertou. Mauro destacou também que o real foi uma das moedas que mais se desvalorizou frente ao dólar. “Então nós tivemos não apenas o preço dos produtos subindo em dólar, mas assistimos ainda ao encarecimento do dólar”.

Fenômeno global

Segundo o professor da UFMG, a inflação dos alimentos e de outros commodities em geral não é um fenômeno exclusivo do Brasil. “Europa está tendo inflação elevada, Estados Unidos colhendo uma das maiores inflações nos últimos 50 anos, 40 anos, enfim é um fenômeno global”, apontou. Contudo, Mauro esclarece que comparando o Brasil a outros países, inclusive aos emergentes, a inflação tem alcançado patamares mais elevados por aqui. “O Brasil vem se destacando negativamente nesse quesito”, declarou.

Queda de preços

O que muitos consumidores também desejam saber é se há possibilidade de os preços caírem. Mauro afirma que é difícil fazer uma previsão e esclarece que a reversão dos preços está atrelada à oferta dos produtos. De acordo com o professor, enquanto a guerra continuar limitando a oferta de grãos, os preços devem permanecer mais elevados. “Enquanto a guerra persistir, dificilmente a gente assistirá, pelo menos ao longo desse ano, uma forte reversão na queda dos preços de alimentos”.

Recomendações

Em um cenário como esse, de elevação de preços, a orientação do professor é para que as famílias façam substituições e que evitem desperdícios e excessos. “Prestar atenção não só no desperdício de alimentos, mas também nas coisas básicas de casa, como água, gás, energia elétrica. Todo gasto adicional sem motivo deve ser cortado”, recomendou.

Mauro alerta sobre a possibilidade da chegada de um cenário ainda pior. “Há a possibilidade de uma retração da atividade econômica no ano que vem, que pode impactar emprego e também salários”, disse. Ele sugere que, para as pessoas que conseguirem, o ideal é fazer uma reserva. “Aquelas famílias que puderam se precaver, elas deveriam estar perseguindo sim esse objetivo”, concluiu.
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Comentários

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Impressora

18 de junho, 2022 | 07:08

“Inflação não é o aumento dos preços.
Inflação é o governo imprimido dinheiro.
Só em 2020 foi criado metade de todos os Reais que existem no mundo.
Oferta aumentada, demanda a mesma o valor cai (O valor do Real brasileiro, devido a alta oferta).
O Governo fez isto para pagar auxilio, bancar o fique em casa e pagar as contas de hospitais.”

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