16 de junho, de 2022 | 17:00

Corpus Christi: tradição e fé reúnem amigos e familiares no bairro Cidade Nova

A manhã desta quinta-feira (16) foi de trabalho para muitos católicos. A montagem de tapetes de Corpus Christi está de volta às comunidades, que viram suas rotinas serem interrompidas por dois anos por causa da pandemia de covid-19. Mais do que serragem, cascas de ovos e tintas, a confecção dos tapetes nas ruas é marcada pela fé daqueles que mantêm viva a tradição.


A montagem é um costume iniciado, segundo historiadores, em Portugal e difundido no Brasil por seus colonizadores. Consiste na elaboração de cenas e representações bíblicas e da fé católica com uso de materiais como sal, borra de café, serragem, tintas e areia, dentre outros. É sobre esse tapete que percorre a procissão de Corpus Christi.

Na comunidade Nossa Senhora de Fátima, no bairro Cidade Nova, em Santana do Paraíso, por exemplo, os fiéis driblaram o frio da manhã, com temperatura chegando aos 12º, e pularam cedo da cama. Maria das Graças de Miranda, moradora do bairro há 22 anos, participa da atividade há algum tempo e a classifica como necessária. “A fé que a gente tem mantém viva essa tradição, é fé no Sagrado Coração de Jesus e Maria, fé em Jesus vivo na eucaristia. É bonito e importante montar os tapetes, ensinar as crianças os nossos costumes. Eles vieram mesmo nesse horário, alguns estão dormindo, mas já, já isso aqui ‘enche de menino’, eles adoram participar”, relatou ela no início da manhã. A reportagem do Diário do Aço acompanhou o início dos trabalhos na comunidade, quando havia um grupo com alguns fiéis. Aline Andrade era um deles. Ela avalia que a confecção faz parte da fé e da obrigação do cristão.


“Tem que ter quem faça, é nossa tradição, eu já vinha antes, mas quando meus meninos estavam menores, fiquei um tempo sem vir. Agora que cresceram, estamos voltando, hoje estou com meus dois filhos, um de 14 e um de 10. Nos dias de hoje temos de fazer o que podemos para educar nossos filhos na vida cristã. Deus nos deixou a sagrada escritura para que a gente aprenda, é nossa obrigação passar para os filhos, não só com palavras, mas com atitudes”, ensina.

Em família


Rafael Andrade, de 14 anos, foi com a mãe, Aline, com quem aprendeu a gostar da atividade. “É legal estar aqui, montar os tapetes para que na hora da missa estejam bonitos. Representa muito para a igreja e para nós. Estar com minha família e comunidade é bom, pois nos unimos, fazemos as artes e isso tudo é para Deus, né, tudo para Ele é importante. Meus amigos estão aqui e é muito bom ter essa confraternização”, conclui o menino.