
16 de junho, de 2022 | 08:29
Entidades do setor produtivo criticam aumento da Selic
Para Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), decisão prejudicará recuperação da economia
Wellton Máximo e Douglas CorrêaO aumento da taxa Selic (juros básicos da economia) para 13,25% ao ano foi recebido com críticas pelo setor produtivo. Para entidades da indústria, a decisão equivocada e prejudicará a recuperação da economia. O aumento da taxa básica de juros anunciada quarta-feira (16) é uma tentativa do governo em segurar a inflação, que já está no patamar de 12% e subindo. Entretanto, juros altos, significam freio no consumo e menos dinheiro em circulação.
Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que a taxa Selic está num nível que inibe a atividade econômica. Para a entidade, os aumentos realizados neste ano se refletem em uma taxa real (juros menos a inflação) elevada, num momento em que a inflação começa a desacelerar.
Este aumento adicional da taxa de juros no momento é desnecessário para o controle da inflação e trará custos adicionais à economia, como queda do consumo, da produção e do emprego”, afirmou em nota o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Para a confederação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) de maio mostrou que os preços dos bens industriais começaram a desacelerar e continuarão nesse movimento no segundo semestre, ainda refletindo os aumentos anteriores dos juros. A entidade também destacou que os preços internacionais de bens agrícolas e da energia mostram estabilidade, após a incorporação do choque provocado pelo conflito na Ucrânia.
Firjan
Em nota, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) considera que a Selic não pode ser o único instrumento para contornar o quadro generalizado de aumento de preços que assola a economia brasileira. A pandemia da covid-19 e posteriormente a guerra na Ucrânia evidenciaram problemas estruturais no mundo todo. O setor produtivo brasileiro ainda convive com os efeitos da alta dos custos de produção e a população sofre com a deterioração da renda”.
A nota da entidade diz que a continuidade do ciclo de alta da taxa de juros, ainda que em menor magnitude, é duplamente indesejável. Primeiro, porque sacrifica ainda mais a atividade econômica, que já dá claros sinais de fraqueza. Segundo, porque adiciona um fator de alerta no âmbito fiscal ao elevar o custo do endividamento do setor público”, avaliou.
A Firjan informou ainda que se busque por outras medidas que possam levar à queda persistente da inflação e à retomada sustentável do crescimento. É preciso manter a responsabilidade fiscal e preservar o atendimento básico das necessidades da população. A federação reafirma que, diante de um cenário de elevada incerteza, é imprescindível uma política monetária mais moderada e que atenda aos desafios de crescimento econômico do país”, destacou.
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu hoje (15) elevar a taxa Selic, de juros básicos da economia, de 12,75% para 13,25% ao ano. Depois de dois aumentos seguidos de 1 ponto percentual, a taxa foi elevada em 0,5 ponto.
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Paulo
16 de junho, 2022 | 10:19Empresários precisam parar de defender esse desgoverno e cair na real. O governo gasta muito e mal, não andou com a reforma tributaria, elevou o gasto com emendas pra comprar o centrão, agora estão reclamando da conta? Ainda bem que o BC é independe pra segurar o rojão.”