10 de junho, de 2022 | 09:00

Ingredientes de comidas típicas juninas estão mais caros

Divulgação
Para fazer esse canjicão, a confeitaria utiliza seis tipos de leite; e o dono da loja conta que sentiu o peso do aumento no preço dos ingredientesPara fazer esse canjicão, a confeitaria utiliza seis tipos de leite; e o dono da loja conta que sentiu o peso do aumento no preço dos ingredientes

Este é o mês marcado pelas festas juninas. E se tem festa junina, tem comida típica no cardápio, seja em casa ou nas barraquinhas de festas promovidas nas comunidades. Os quitutes juninos vão desde os pratos salgados, como os caldos, até as sobremesas, como o canjicão e a maçã do amor. Mas neste ano, quem está pensando em preparar alguma dessas delícias vai precisar pesquisar, pois os ingredientes estão mais caros.

Segundo um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), o preço médio dos insumos para o preparo dos quitutes tradicionais das festas juninas aumentou 13,12% nos últimos 12 meses, mais até do que a inflação ao consumidor medida pelo IPC-M, que ficou em 10,08% no mesmo período.

Pesquisa

A pesquisa levou em consideração 27 itens alimentícios da cesta do Índice de Preços ao Consumidor (IPC/FGV), destes ganharam destaque os ingredientes usados na preparação do caldo verde: a batata-inglesa e a couve, que subiram 71,35% e 29,34%, respectivamente. A maçã e o açúcar cristal, usados para fazer a maçã do amor, também não ficaram atrás, subiram 28,68% e 26,80%, respectivamente.

Outros itens tradicionais dos preparos juninos subiram, como: milho de pipoca (20,95%), leite longa vida (18,03%), farinha de trigo (16,78%), mandioca (16,03%), fubá de milho (15,63%), ovos (15,10%), milho em conserva (12,08%), leite condensado (10,67%), linguiça (10,10%), farinha de mandioca (8,48%), salsinha (7,13%) e amendoim (5,68%).

Canjicão e bolo de milho

Na confeitaria Maria Formiga, localizada no bairro Iguaçu, em Ipatinga, durante essa época do ano o canjicão dá o ar da graça no cardápio, acompanhado do bolo de milho com requeijão. Desde o início do mês de maio, o canjicão tem sido preparado na confeitaria e o proprietário já percebeu o aumento no valor dos insumos.

“Nosso canjicão é feito com seis leites: leite integral, creme de leite, leite em pó, leite de coco, leite condensado e doce de leite. Sem contar os derivados de leite, os outros ingredientes também subiram bastante. Em média de 30 a 40%”, detalhou o dono da loja, Osmar Junio Silva Felix.

O empreendedor conta que tenta driblar os aumentos. “Temos negociado o máximo com nossos fornecedores, mas com pouco retorno”, explicou. A estratégia de Osmar é tentar vender mais. “Divulgar mais e tentar vender quantidades maiores para poder suprir a baixa margem de lucro. Tem sido difícil, mas estamos tentando ao máximo”.

Produtos mais procurados

Stéphanie Lisboa
Orientação de economista é de que consumidor não se apegue as marcas e pesquise os preços Orientação de economista é de que consumidor não se apegue as marcas e pesquise os preços

No Supermercado Coelho Diniz, a expectativa é de crescimento nas vendas dos produtos típicos da época, como conta Geraldo Magela dos Santos, gerente-geral da loja de Coronel Fabriciano. “Como nos anos anteriores não foram realizadas as tradicionais festas juninas, em consequência da pandemia, estima-se um crescimento nas vendas dos itens típicos entre 18% a 20% agora”, vislumbrou.

Os produtos mais procurados nesta época do ano no supermercado, segundo Geraldo, são a canjica branca, canjica amarela, canjiquinha, amendoim, leite condensado, milho de pipoca, gengibre, cachaça, broa de fubá, pé de moleque, paçoca e canela.

Motivo da alta

O consumidor acaba procurando respostas que justifiquem o motivo dos aumentos. Matheus Peçanha, economista do FGV/IBRE explica: “O Brasil tem vivido choques climáticos sucessivos praticamente desde 2020. Nesse último choque, chuvas torrenciais nos meses de verão impactaram quase todas as culturas de hortifrutis”.

É o que também esclarece o gerente do Coelho Diniz. “Todos os itens tiveram aumento de preços devido a fatores externos e climáticos, e também com a diminuição do plantio de alguns grãos”.

Pesquisa de preços

O jeito é pesquisar os preços e não se apegar às marcas. “Muitos desses produtos não têm substituto para quem quer seguir a receita tradicional, então a principal dica para driblar o impacto no bolso é pesquisar preços e dar preferência a marcas menos conhecidas”, aconselhou o economista.
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