22 de maio, de 2022 | 07:00

Lua de mel

Fernando Rocha

Em lua de mel com a torcida, o Cruzeiro enfrenta o maranhense Sampaio Corrêa, hoje, às 11h, pela oitava rodada, no Mineirão, defendendo a liderança isolada da Série B no Brasileirão.

Nas redes sociais houve uma intensa movimentação da torcida com o objetivo de colocar 60 mil torcedores e lotar completamente o “Gigante da Pampulha”, para transformá-lo em um grande “caldeirão” azul.

O horário das 11h aos domingos para jogos de futebol, desde que foi implantado pela televisão, foi aprovado pelos torcedores que, além de curtirem o jogo do seu time do coração, ganham o restante do dia para estar perto da família.

Sob o comando do técnico Paulo Pezzolano, o Cruzeiro retomou a confiança e soma quatro vitórias seguidas, entre jogos da Série B do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil.

A mudança de esquema na sua defesa, que passou a jogar com três zagueiros, tornou a equipe mais segura e um reflexo disso é a sequência de quatro partidas sem levar gols, o que não acontecia há mais de um ano.

Quase amistoso
O Atlético volta a campo hoje, em Cariacica-ES, em jogo isolado pela Copa do Brasil contra o Brasiliense, com cara de amistoso devido à grande vantagem que obteve ao vencer o primeiro confronto, no Mineirão, por 3 x 0.

Depois da vitória de 3 x 1, na última quinta-feira sobre o Independiente Del Valle, e com a classificação assegurada para a fase de mata-mata da Libertadores, o técnico Turco Mohamed vai poupar vários titulares e dar oportunidade aos jovens e aos jogadores pouco utilizados no elenco.

Hulk, Allan e Savinho foram os destaques na vitória sobre o Del Valle, mas, como o próprio Turco disse na coletiva após o jogo, o time ainda “pode melhorar”.

O técnico voltou a cobrar mais “contundência”, que nada mais é do que poder de definição dos atacantes, pois o time que quer ser campeão, sobretudo da Libertadores, não pode perder ou deixar de fazer tantos gols como vem acontecendo com o Galo.

Mas, a meu juízo, a preocupação deveria ser maior agora com a defesa, que está ficando muito exposta por conta da marcação frouxa do meio de campo, onde só o volante Allan de fato marca os adversários, enquanto os demais olham ou apenas cercam.

FIM DE PAPO

O público, considerado “bom”, foi de 28.873 pessoas e a renda, de R$ 1.442.491,63, ficou bem abaixo do que estamos acostumados a ver nos jogos do Galo, pelo Brasileiro e, principalmente, pela Libertadores. Dessa vez, vamos pôr na conta do preço salgado dos ingressos, do horário das 19h em pleno dia de trabalho normal, além do frio de fazer pinguim tremer em cima da geladeira.

Aos poucos, a torcida cruzeirense vai esquecendo o goleiro e ídolo Fábio em razão das atuações do atual titular Rafael Cabral. Depois de se consagrar e conquistar a confiança da torcida, ao defender três pênaltis contra o Remo, classificando o time celeste para as oitavas da Copa do Brasil, Cabral pode superar hoje outra marca de Fábio, caso não sofra gols do Sampaio Corrêa. Se isto acontecer, vai atingir seis partidas sem ter as redes balançadas, ultrapassando a marca de cinco jogos do ex-goleiro da Raposa.

Em países democráticos, a “presunção de inocência” é uma garantia da Justiça ao cidadão. Mas, nem por isso, acho que se deve condenar Edmílson, do Internacional, caso não haja provas comprovadas de que o lateral corintiano, o português Rafael Ramos, o tenha chamado de “macaco”. Se Ramos falou outra coisa, Edmílson entendeu como sendo uma palavra injuriosa, daí a sua indignação e a insistência em levar o caso adiante.

Vivemos, em nosso país, tempos brutais de desrespeito à dignidade humana que parte, sobretudo, de cima para baixo, com os péssimos exemplos dados pelos governantes, que ainda acham seguidores para aplaudir suas imbecilidades. O racismo, por exemplo, trata-se de um preconceito real, cotidiano, estrutural e inescapável aqui no Brasil. Por isso, acho que um atleta negro, no calor de um jogo, pode, sim, se sentir atingido por algum tipo de ofensa racial, mesmo que depois não se encontre a prova verdadeira. “Há momentos na vida em que o homem tem que virar dragão ou acaba apanhando papel no meio da rua”. Nelson Rodrigues. (Fecha o pano!)
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