19 de abril, de 2022 | 09:30

Ipatinguense que mora na China relata situação do país em meio a surto de covid-19

(Tiago Araújo - Repórter do Diário do Aço)
Nos últimos meses, a China tem registrado aumento do número de novos casos de covid-19, conforme divulgado na imprensa internacional. Com isso, medidas restritivas foram adotadas pelo governo chinês com o intuito de evitar que mais pessoas sejam infectadas pelo coronavírus. Em entrevista ao Diário do Aço, a ipatinguense Daniele Assis, de 42 anos, que mora atualmente na cidade de Guangzhou, localizada no sul da China, detalhou a situação que enfrenta no país asiático em relação ao surto de covid.

Daniele Assis trabalha como administradora e contou que mora na China há dois anos e meio, país para onde mudou-se acompanhando o marido, expatriado por motivos de trabalho. Conforme a ipatiguense, atualmente a China enfrenta a pior onda de casos de covid-19 desde o começo da pandemia, em janeiro de 2020. “O governo Chinês tomou medidas estritas para conter a propagação da variante Ômicron. As cidades onde surgem casos são categorizadas em três níveis – ‘áreas fechadas’, ‘áreas controladas’ e ‘áreas de precaução’ – com base em seus riscos de infecção”, explicou.

A ipatinguense ainda contou que as pessoas que residem em “áreas fechadas” são proibidas de sair de suas casas sem aprovação enquanto o bloqueio está em vigor. “Aqueles em ‘áreas controladas’ não podem deixar seu complexo residencial ou se reunir durante os períodos de monitoramento de saúde. E residentes em ‘áreas de precaução’ não podem entrar em áreas fechadas ou controladas sem permissão, e todas essas áreas controlam o número de pessoas reunidas”, afirmou.

Medidas adotadas

Conforme Daniele Assis, já foram registrados 67 novos casos de covid na cidade onde mora, Guangzhou, que não chegou a entrar em “lockdown” (confinamento). No entanto, as aulas foram suspensas em todas as escolas, retornando ao ensino remoto. Até o momento, nenhuma morte por covid foi registrada na cidade. “Os moradores fazem constantemente o teste de PCR e testes de antígeno organizados pelas autoridades da cidade e as pessoas que testam positivo para covid-19 e aquelas identificadas como seus contatos próximos cumprem quarentena”, explicou.

Dados oficiais

A ipatinguense também informou que dados oficiais apontam o registro de 517.679 casos de covid-19 confirmados em toda a China durante a pandemia e 4.638 mortes. “Nas últimas semanas foi registrada uma média diária de 26.198 novos casos, dos quais 96% desses são assintomáticos e duas mortes foram confirmadas”, informou.

Preocupação

Segundo Daniele Assis acrescenta que a situação atual na China tem impactado o emocional das pessoas. “As testagens em massa e obrigatórias geram uma tensão pelos resultados dos testes. Além disso, as novas notícias que chegam sobre o isolamento forçado de quem testa positivo, o risco de termos os filhos separados dos pais caso testem positivo, novas medidas restritivas, a cada dia maiores e a iminência de um possível lockdown, tudo isso tem nos deixado sobressaltados. E certamente a ansiedade e estresse maior atingem principalmente as pessoas que têm os negócios e empregos impactados”, afirmou.

Vacinação e máscara

Conforme Daniele, apesar de não ser obrigatória, a adesão à vacinação foi superior a 90% da população. “Por não terem priorizado a vacinação dos idosos, como foi feito no restante do mundo, ainda existe uma população vulnerável de 130 milhões de pessoas sem a proteção da vacina, e pela qual estão mantendo a política de covid zero. Já o uso de máscara por aqui é praticamente um hábito já incorporado pela população. Durante a pandemia sempre foi obrigatório em locais públicos, como shoppings ou ambientes fechados, transporte público, porém observamos o uso maciço mesmo em locais abertos ou onde o uso é facultativo”, pontuou.