11 de abril, de 2022 | 06:38

Criminosos agem dentro de site oficial para aplicar golpes

A ação dos golpistas não tem limites. Noticiados diariamente, os golpes aplicados via WhatsApp, Marketplace (Facebook), Instagram, OLX, dentre outros ganham novas roupagens e causam prejuízos. Agora há provas de que os criminosos usam páginas oficiais do e-commerce para aplicar golpes. E isso é facilitado com o cadastro que permite a terceiros o uso de sites oficiais para fazer vendas também.

No caso específico de um morador de Coronel Fabriciano trazido à reportagem do Diário do Aço, uma quadrilha conseguiu implantar dentro do site submarino.com.br um link de uma página falsa. Dessa forma, o internauta navega entre o link do grupo criminoso e o link oficial, sem perceber nenhuma diferença no layout.

O caso foi levado ao conhecimento da assessoria da empresa na quinta-feira (31/3), mas até este sábado (9/4) o link golpista intitulado “semanadoclientesub.com” permanecia ativo. Como atrativo, os golpistas ofertam produtos com preço muito abaixo do mercado. Em resumo, empresa e bancos “lavam as mãos” em relação ao golpe e ao cliente lesado foi dada a orientação para que procure a Justiça, caso queira ser ressarcido do prejuízo.

Quem, inadvertidamente, fecha a compra recebe um boleto acima de qualquer suspeita, emitido pelo Bradesco, em nome da B2W Digital, empresa de comércio eletrônico que resultou da fusão dos sites Americanas.com, Submarino, Shoptime e Sou Barato e que tem como acionista controladora as Lojas Americanas.

O próximo passo, no pagamento, entretanto, surge a única chance de a vítima escapar do golpe, se, ao preencher o pagamento de boleto, após a leitura do código de barras, perceber que o recebedor não é a emissora do boleto, mas uma pessoa física, que pode, inclusive, ser um laranja, ou seja, nome de um terceiro usado para abrir uma conta e receber o dinheiro resultante do golpe.

Todas as informações foram repassadas pela vítima à Caixa Econômica Federal e ao Bradesco. Nesse último, onde o golpista possui conta, no interior de São Paulo, a orientação dada ao cliente é que nada pode ser feito pelo banco e, caso a vítima queira ser ressarcida, deve procurar a Justiça.

Em resposta à reportagem, a Caixa repetiu o que já havia informado ao cliente. “Não tem o que fazer, pois apenas é o banco do cliente que pagou o boleto do golpe via internet banking e não possui acesso à conta de quem recebeu”.

No Bradesco, a resposta não muito diferente. O banco onde o golpista atua disse que não pode estornar o valor, mesmo com acesso à conta do golpista, que é do Estado de São Paulo, informou que o setor de segurança da instituição bancária seria acionado e, ao cliente, foi informado que ele registrasse boletim de ocorrência na polícia e acionasse a Justiça para ter o dinheiro de volta.

Resposta do Bradesco

À reportagem, a assessoria do Bradesco informou que todo boleto gerado é registrado com o CNPJ ou CPF do pagador e do recebedor. Mesmo informada que a vítima confirmou o nome do emissor no boleto, a assessoria insistiu que, “sendo assim, sempre que for efetuar o pagamento, é fundamental confirmar se esses dados conferem com a pagamento pretendido e, caso não confira, não pague e notifique o banco e a empresa que fez a geração.

Nesses casos, orientamos enviar para [email protected] , para que seja checada sua veracidade e tomadas as ações necessários com o falso beneficiário. É importante estar atento e ter cuidado com ofertas recebidas por e-mails, anúncios em sites e consultas por sites de buscas, normalmente onde iniciam esses golpes. Confirmar diretamente no site oficial, sem utilização do buscador, é a ação recomendada”, detalha a nota.

O que diz o submarino

A assessoria do Submarino explicou em nota o seguinte: O Submarino recomenda aos clientes que confiram sempre os produtos e seus preços no site, aplicativo e redes sociais oficiais da marca (no caso do golpe denunciado, o usuário estava sim no site oficial Submarino). Além disso, alerta que as pessoas fiquem atentas às campanhas com preços muito baixos, principalmente relacionadas a produtos de informática, eletrônicos e eletrodomésticos.

Por fim, o Submarino informa que possui um Guia de Segurança com informações para que os clientes possam fazer suas compras na internet de maneira mais segura, disponível na parte inferior, na aba ‘Mais Informações’ do site oficial. “O Submarino informa ainda que entrou em contato com o cliente e explicou a posição da companhia”, concluiu.

Até as 9h05 de sábado, o link do golpista permanecia ativo (10 dias depois que o golpe foi aplicado) e podia ser acessado a partir da página oficial da empresa Submarino. As respostas das assessorias das empresas envolvidas na operação foram respostas padronizadas, sem levar em conta os detalhes informados pelo jornal e pelo cliente lesado pelo golpe.