03 de abril, de 2022 | 10:30

Valor do aluguel imobiliário teve reajuste entre 10% e 20% desde 2021

(Bruna Lage - Repórter do Diário do Aço)
Bruna Lage
Aumento no valor varia de acordo com cidade e região em que o imóvel está localizadoAumento no valor varia de acordo com cidade e região em que o imóvel está localizado

O valor do aluguel está mais caro e alta pode ser explicada por aquecimento de mercado e a escassez de imóveis. É o que apontam o proprietário e gerente de Locação da Diferencial Imóveis, Pedro Souza e o diretor da Oliveira Imóveis, Joaquim Pereira de Oliveira Jr., ambos, de Ipatinga. Eles concordam ao resumir que o residencial subiu, do início de 2021 até agora, de 10% a 15% e o comercial de 15% a 20%, em média.

Pedro Souza observa que de fato o valor do aluguel teve um salto grande nos últimos dez meses e que em Ipatinga, especificamente, tem havido escassez de imóveis, tanto residencial, quanto comercial. “Há três anos já tínhamos dificuldade de achar casas boas e hoje estamos também com escassez de apartamentos. Os disponíveis são apartamentos velhos, ruins e que acabam não sendo alugados”, aponta.

Pedro acrescenta que de fato houve uma alta no valor praticado, com casos pontuais de reajustes de até 70%. E avalia que o cenário se deve a uma série de fatores. “O primeiro porque desde 2016, na primeira crise do governo Dilma (Rousseff, PT), começaram a renegociações de aluguel, que em algumas ocasiões eram reajustados para um valor abaixo do mercado e fomos tendo represamento dos preços. No primeiro ano da pandemia, negociamos ou isentamos os aluguéis. Tempos depois, tivemos uma alta muito grande de preços e os proprietários aproveitaram para reajustar os valores por índices mais altos, muitas vezes até mais altos que o índice IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado). Há um ano e meio um apartamento num prédio no Cidade Nobre era alugado por R$ 1.500. Hoje, esse mesmo imóvel, sem nenhuma alteração interna, custa R$ 2.600”, exemplifica.

Escassez

O aumento no preço se deve também a escassez de imóveis na região. “Os proprietários vêm aumentando o aluguel, aproveitando que o índice IGP-M ainda está alto. Em maio de 2021 chegou a 37%, se não me engano, foi absurdamente alto, antes da pandemia sempre ficava em torno de 2%, chegou a ficar negativo e na pandemia chegou a 37%. E ainda é o índice que contempla a grande maioria dos contratos. Atualmente está na casa dos 16, 17% e os proprietários têm pedido para reajustar pelo índice”, revela Pedro.

Joaquim Pereira de Oliveira Jr salienta que o reajuste do aluguel é muito segmentado. O percentual praticado em Ipatinga não é o mesmo de Coronel Fabriciano e mesmo dentro da cidade, algumas regiões apresentam variações diferentes. “O residencial subiu, do início de 2021 até agora, de 10% a 15% e o comercial de 15% a 20%, em média. É sim uma alta significante, porque tem apartamento que fiquei cinco, seis anos sem reajustar o preço”, destaca.

O diretor enfatiza que a alta se deve ao aquecimento da economia, momento em que as pessoas ficam motivadas a empreender. “Foram mais negócios abertos, os clientes quiserem sair de um imóvel menor para um maior, a sociedade ganha mais confiança em promover mudanças e acabou gerando um aquecimento no nosso mercado, tanto locação quanto venda, que foi impulsionada pela Selic – taxa básica de juros da economia-, que estava baixa”, recorda.

Pandemia

Sobre o impacto da covid-19 nas transações imobiliárias, Pedro Souza avalia que a crise mais intensa ocorreu durante o lockdown, com comércio parcialmente fechado. “Mas o residencial ficou muito aquecido. As pessoas procuraram imóveis mais ventilados, casas, mais perto de parques. O comercial, desde meados do ano passado, passou a ficar aquecido. Os alugueis do Cidade Nobre, por exemplo, é difícil achar uma loja, que antes era alugada por R$ 1.800, hoje está por R$ 3 mil, R$4 mil, foram aumentos expressivos nos valores do alugueis comerciais”, frisa.

Por sua vez, Joaquim recorda que a empresa sentiu o impacto da pandemia de forma direta. “Foi assustador. Acho que foi um dos períodos que mais trabalhei na minha vida, passava o dia renegociando aluguel e a noite fazendo lançamento no sistema. Um período de redução de faturamento absurda, além de pressão psicológica. Ouvíamos relatos tristes de pessoas que viram seu sonho se desfazer, e isso nos deixava tristes. Graças a Deus tudo está voltando à normalidade”, celebrou.
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