25 de março, de 2022 | 06:51

Presidente diz que ''bota a cara no fogo'' por ministro da Educação

Bolsonaro comentou denúncias de favorecimento a dois pastores da Assembleia de Deus em liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

Com informações da Agência Brasil
Reprodução de vídeo
Jair Bolsonaro, na trasmissão ao vivo na noite de quinta-feira, defendeu o seu ministro da educação, o pastor Milton RibeiroJair Bolsonaro, na trasmissão ao vivo na noite de quinta-feira, defendeu o seu ministro da educação, o pastor Milton Ribeiro

O presidente Jair Bolsonaro defendeu o ministro da Educação, Milton Ribeiro, na noite desta quinta-feira (24), durante sua tradicional transmissão ao vivo semanal nas mídias sociais. "[Sobre] o Milton, coisa rara eu falar aqui: eu boto minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele", afirmou.

Milton Ribeiro é alvo de investigação por suposto favorecimento na liberação de recursos para prefeituras por meio da intermediação de dois pastores da Igreja Assembleia de Deus, Gilmar Santos e Arilton Moura (que atuam numa espécie de gabinete paralelo no MEC). Os religiosos também são alvo do inquérito que foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).

Há denúncias de prefeitos de cidades no Norte, Nordeste e Sul do Brasil, segundo as quais, os pastores pediam propina em dinheiro, ouro e dólar, para liberar verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), destinadas a projetos ligados à educação nos municípios.

O presidente, entretanto, defende o ministro: "Se ele estivesse armando, não teria botado na agenda oficial aberta ao público. É muito simples: quando o cara quer armar, ele vai pelado na piscina, num fim de mundo, na beira da praia. Ele não bota o nome do corruptor na agenda", acrescentou Bolsonaro, durante a transmissão.

Em nota divulgada à imprensa, Milton Ribeiro disse não haver nenhum tipo de favorecimento na distribuição de verbas da pasta. Segundo ele, a alocação de recursos federais segue a legislação orçamentária.

"Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”, disse, ao se manifestar.

Já publicado:
CGU encontra indício de irregularidades cometidas por terceiros no MEC

Ação de improbidade

Durante a live, Bolsonaro também comentou o envio, por parte do Ministério Público Federal (MPF) à Justiça Federal, de uma ação de improbidade administrativa contra o presidente e a ex-secretária parlamentar da Câmara dos Deputados Walderice Santos da Conceição.

A ação, que pede também o ressarcimento de recursos públicos, é relativa ao período em que Bolsonaro atuou como deputado federal. Segundo o MPF, Walderice, conhecida como Wal do Açaí, não esteve em Brasília durante o período e não exerceu função relacionada ao cargo. A ação cita ainda movimentação atípica na conta bancária da ex-secretária, com saques em espécie de mais de 80% da remuneração.

"Ela nunca esteve em Brasília. Estou confessando aqui”, disse o presidente. Segundo ele, é prática comum os parlamentares distribuírem os assessores do mandato entre o gabinete em Brasília e o estado de origem.

Orçamento bilionário na mira dos dois pastores



O suposto 'gabinete paralelo da Educação' atuaria diretamente na distribuição dos recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Conforme o Portal da Transparência, o Orçamento do Fundo para 2022 é de R$ 45,6 bilhões, dos quais R$ 18,5 bilhões estão reservados para transferências a estados e municípios.

É nesta fatia dos recursos que estão os valores transferidos a prefeituras cujos mandatários participaram de reuniões com o titular do MEC, o pastor Milton Ribeiro, por intermédio dos também pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura. Os dois se apresentam como presidente e assessor da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, respectivamente.
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Comentários

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Bozo do Mau

27 de março, 2022 | 10:46

“E o Bozo nunca tem culpa. Antes a culpa era do PT, depois da pandemia, agora da guerra. Corrupção não há, porque não se deixa investigar e sempre muda a direção da PF quando se acha algo. E o povo se ferrando cada vez mais. Mas o gado está feliz e nunca vai assumir o erro de ter colocado esse incompetente no governo. Talvez acordem quando a gasolina chegar a 20 reais.”

Vitor

25 de março, 2022 | 19:49

“A CGU já acendeu o fogo!”

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