09 de março, de 2022 | 10:47

Governo brasileiro corre contra o tempo para evitar disparada de preços dos combustíveis

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Com a crise gerada a partir da guerra na Ucrânia, defasagem no preço da gasolina e do diesel já passa de 25% e governo tentar frear reajuste Com a crise gerada a partir da guerra na Ucrânia, defasagem no preço da gasolina e do diesel já passa de 25% e governo tentar frear reajuste

Com a disparada no preço internacional do petróleo (US$ 130 o barril na cotação de terça-feira) e as ameaças de embargo ao óleo e ao gás russo, a defasagem entre os preços da gasolina e do diesel no Brasil e no mercado internacional já chega a 25%. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Caso a Petrobras decidisse corrigir os valores com base na política de Preço de Paridade Internacional (PPI), a gasolina chegaria (hoje) perto de R$ 9 o litro, e o diesel passaria de R$ 8,30.

O petróleo já estava em alta desde o começo da guerra na Ucrânia, mas a disparada do preço nesta terça-feira (8/3) ocorreu após o presidente estadunidense, Joe Biden anunciar a proibição de petróleo e gás russo.

Embora a importação de petróleo e gás natural, que representem menos de 10% das compras dos Estados Unidos desses produtos, a máquina do capital especulativo não perdoou e fez disparar os preços.

Governo brasileiro é pressionado

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse a jornalistas na noite de terça-feira (8), ao deixar o prédio do ministério, que "não tem congelamento" de preços de combustíveis. "Esquece esse 'troço'", respondeu o ministro, que entrou no carro e logo deixou o local.

Entretanto, a realidade é outra. A disparada do preço do petróleo com a guerra no leste europeu levou o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) a discutir, inclusive com o Congresso, o congelamento temporário do preço de combustíveis pela Petrobras, proposta a qual o Ministério da Economia é contra.

A intenção se basearia em um modelo no qual o custo de não repassar a alta do petróleo no mercado internacional seria bancado pela Petrobras e, em última instância, pelos seus acionistas.

A concessão do subsídio seria temporário, com duração de três a seis meses, para tentar conter a alta dos combustíveis no Brasil, pressionada pela disparada no preço do petróleo.

O assunto foi tratado em reunião no Palácio do Planalto, sem definição, pois o governo quer mais cálculos para “bater o martelo”. Da reunião, participaram os ministros, da Casa Civil, Ciro Nogueira, de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e da Economia, Paulo Guedes, além do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Mas o entendimento é que um eventual congelamento tiraria a credibilidade da Petrobras e geraria prejuízo aos acionistas. Os administradores da empresa poderiam até ser penalizados criminalmente por isso. Já o subsídio tem risco de ter alto custo para os cofres públicos, comprometer a política fiscal do governo e ainda não surtir os efeitos, ou seja, poderia não impedir que a disparada no preço do petróleo chegasse bombas de abastecimento. (Com informações de agências)
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