18 de fevereiro, de 2022 | 06:58

Petrópolis volta a enfrentar chuva e alagamento; já são 120 vidas perdidas em tempestade

Com informações da Agência Brasil
Bombeiros, moradores e voluntários trabalham no local do deslizamento no Morro da Oficina, após a chuva que castigou Petrópolis, na região serrana fluminense - Tânia Rêgo/Agência BrasilBombeiros, moradores e voluntários trabalham no local do deslizamento no Morro da Oficina, após a chuva que castigou Petrópolis, na região serrana fluminense - Tânia Rêgo/Agência Brasil

A tarde e a noite de quinta-feira (17) foram marcadas pela volta da chuva em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, o que dificultou o trabalho de buscas a vítimas do temporal de terça-feira (15). A chuva e a enxurrada voltaram a gerar dificuldades para o município. As ruas Washington Luiz e Coronel Veiga, que ligam o centro histórico ao bairro Quintandinha, foram fechados para o tráfego em decorrência de novos alagamentos e inundações.

Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) autorizou o repasse de R$ 2,33 milhões para ações de defesa civil na cidade de Petrópolis. Portarias foram publicadas ontem (17), no Diário Oficial da União.

"Em uma hora, houve o registro de 60,54 milímetros", informou a Defesa Civil municipal na noite desta quinta-feira. Com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, o órgão atua na sinalização e orientação da população.

Outras vias da cidades foram interditadas pela Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans). Entre elas, a Estrada da Saudade, a Rua Silva Jardim, a Rua do Túnel, a Rua Marques de Pará, a Rua Santos Dumont e um dos sentidos da Rua do Imperador.

A Defesa Civil municipal emitiu alerta de mobilização para evacuação de moradores das áreas de risco do Quitandinha. Moradores das comunidades receberam o informe por mensagem de celular e por aplicativos. "A orientação é que os moradores de áreas de risco, que não tenham a opção de se acolher em casa de familiares em área segura, se desloquem para os pontos de apoio que funcionam na região", diz a Defesa Civil. Ao todo, 25 escolas foram designadas pela prefeitura para receber os desabrigados.

Balanço parcial

Até o momento, já foram registradas 120 mortes desde o temporal de terça-feira (15). O número consta no balanço divulgado no começo da manahã desta sexta-feira pela Defesa Civil do Rio de Janeiro e Corpo de Bombeiros. Essa é considera a chuva com maior impacto na cidade de Petrópolis desde 1932. Há ainda desaparecidos, mas os números são incertos. A estimativa é que cerca de 40 pessoas ainda precisam ser encontradas. Os números vão baixando na medida em que corpos são identificados nos trabalhos dos legistas.
Bombeiros, moradores e voluntários trabalham no local do deslizamento no Morro da Oficina, após a chuva que castigou Petrópolis, na região serrana fluminense - Tânia Rêgo/Agência BrasilBombeiros, moradores e voluntários trabalham no local do deslizamento no Morro da Oficina, após a chuva que castigou Petrópolis, na região serrana fluminense - Tânia Rêgo/Agência Brasil

As chuvas impactaram também para os serviços de saúde, tendo sido suspensa alguns atendimentos, incluindo a vacinação contra a covid-19. "Além da dificuldade de acesso de alguns profissionais aos locais de trabalho, devido às interdições, algumas unidades também sofreram danos com a chuva", informou a Secretaria de Saúde, acrescentando que trabalha para restabelecer a normalidade dos atendimentos.

A pasta está priorizando a atuação em unidades próximas ao Morro da Oficina, o local mais atingido. Houve um grande deslizamento de terra no local, que fica próximo à Rua Tereza, conhecida área comercial perto do centro histórico. A prefeitura estima que cerca de 80 casas tenham sido afetadas.

Mais cedo, um novo deslizamento, dessa vez na comunidade 24 de Maio, exigiu rápida mobilização da Defesa Civil. Uma casa chegou a ser atingida, mas ninguém ficou ferido. Após a ocorrência, o órgão organizou a evacuação da Rua Nova.

Também foi interditada a Vila Manoel Correa, com acesso pela Rua Teresa. A medida é considerada preventiva. O tráfego de veículos na região também está impossibilitado.

O receio com novos deslizamentos aumenta diante da previsão meteorológica. Um aviso da Defesa Civil alertou para a possibilidade de pancadas de chuvas moderadas a fortes entre a tarde de hoje (17) e a madrugada de amanhã (18). Nas últimas horas, 14 das 18 sirenes instaladas próximas a áreas de risco da cidade foram acionadas.

Apesar das novas chuvas, o Corpo de Bombeiros informou que mantém as atividades de buscas por vítimas sem interrupção. A corporação conta com mais de 500 pessoas atuando no salvamento em toda a cidade. Segundo os dados divulgados, 24 pessoas já foram resgatas com vida.

Ajuda do governo federal



O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) autorizou o repasse de R$ 2,33 milhões para ações de defesa civil na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. As portarias que liberam os recursos foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), na noite desta quinta-feira (17). Segundo o governo federal, outros repasses estão previstos para os próximos dias.

Dos R$ 2,33 milhões já autorizados, R$ 1,67 milhão serão utilizados na compra de cestas básicas, kits de higiene pessoal, colchões, materiais de limpeza e kits de dormitório com cobertor e lençol. Mais de três mil pessoas poderão ser beneficiadas.

Além disso, R$ 655,7 mil serão destinados à limpeza urbana e à desobstrução de canais, com a contratação de auxiliares de serviços gerais, encarregado geral de obras, caminhões e escavadeira. A limpeza ocorrerá, nesta primeira fase, em mais de 10 áreas da cidade.

Também nesta quinta-feira (17), foi publicado decreto com reconhecimento federal do estado de calamidade pública na cidade fluminense.
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