18 de fevereiro, de 2022 | 09:00
Usuários pedem melhorias com urgência na LMG-758, em Açucena
Falta de acostamento, curvas acentuadas e pistas estreitas são alguns dos problemas apontados por quem passa no trecho, conhecido como curva da morte
Quem precisa passar pela LMG-758, estrada que liga Açucena a Guanhães, seja como motorista ou passageiro, tem medo. A rodovia construída em meio às serras tem um traçado sinuoso com subidas e descidas acentuadas e é marcada por acidentes fatais. O último deles tirou a vida de um jovem de 22 anos.
Vinícios Gomes Barros estava em uma motocicleta, voltando de uma entrega, quando uma carreta-tanque descontrolada o atingiu, no dia 28 de janeiro. O entregador de leite morreu no local.
Primo da vítima, o auxiliar administrativo Marcos Antônio também passa em uma motocicleta pelo trecho, com frequência e relata os riscos: Infelizmente, é uma estrada muito perigoso. As carretas precisam adentrar na contramão, passar por cima da canaleta, ou então encostar no barranco para dar conta de fazer a curva. É um perigo tanto para quem está descendo quanto para quem está subindo passando ali pela serra. Isso tem tirado muito o sono das pessoas que precisam trafegar pela estrada. As curvas são muito próximas. Se um veículo grande perde o controle, mata mesmo, é muito complicado”, afirma.
Marcos Antônio conta que acidentes são frequentes na região, principalmente, com veículos de grande porte. Não é de hoje que isso acontece. Já tombou ônibus, carreta. E com o fechamento do trecho da BR-381 em Nova Era, o número de veículos maiores passando por aqui se intensificou ainda mais”. A LMG-758 é a principal ligação do Vale do Aço com o Vale do Jequitinhonha (Serro, Diamantina) ou com Itabira.
Temor
Outra pessoa que passa quase todos os dias pelo local é José Carlos. O servidor público diz que a estrada é o único acesso para que os moradores das comunidades possam ir a Açucena. Dessa forma, ele e outras pessoas não têm escolha, precisam passar por lá. Em várias comunidades o acesso principal e o único é a LMG-758. São as comunidades do Mirante, Ruinha, Pedra Redonda, Peroba, Mirassol, Pompéu. Em todas elas, o acesso para Açucena é a LMG-758”, explica.
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José Carlos conta que sempre teve medo de passar pelo trecho e que, após a morte de Vinícios, esse sentimento ficou mais intenso. Sempre tive medo. Ainda mais voltando para casa, que é sentindo Guanhães, subindo. Aí o perigo é das carretas descendo. Depois que teve o acidente, agora a gente passa lá todo dia esperando que uma carreta tombe em cima da gente”, desabafa o motorista, apontando os problemas do trecho. Os principais são a má sinalização da via, há muitos buracos e não é feita a manutenção corretamente. É feita com um dia e, em uma semana, choveu e o buraco está lá até maior. Um descaso mesmo com a manutenção. É uma estrada apenas de duas pistas, sem acostamento, várias curvas”.
Alerta para os motoristas
Uma faixa foi fixada no local dias depois do acidente que vitimou Vinícios, com a seguinte afirmação: Serra Açucena (Dois Sentidos) ATENÇÃO: PERIGO, Curvas sem Acostamento”. Os moradores acreditam que a instalação da faixa foi feita por uma empresa que presta serviço ao DER-MG.
Mobilização
Os moradores pedem a intervenção das autoridades competentes para que consigam usar a rodovia com mais segurança e sem o sentimento de medo. A morte do jovem cheio de sonhos e querido pela comunidade fez com que a população se mobilizasse para pedir melhorias na LMG-758, na altura do Km 34. Um grupo foi criado e um protesto deve ser realizado no trecho neste sábado (19). O objetivo é chamar a atenção das autoridades para o local.
Resposta do DER-MG
Por meio de nota, o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) informou ao Diário do Aço que, de imediato, vai providenciar um reforço da sinalização em pontos que exigem uma maior atenção dos motoristas. Técnicos vão permanecer monitorando o tráfego da rodovia e haverá reforço da sinalização com faixas educativas para orientar os motoristas, alertando para o respeito à sinalização e aos limites de velocidade, com objetivo de prevenir acidentes. Em relação à curva do quilômetro 34, o DER-MG esclareceu que serão solicitados estudos de segurança viária e construtiva.
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Fabiano Castro
18 de fevereiro, 2022 | 13:52Estrada ruim a mais de 30 anos, traçado sem lógica, curvas que quase se vê a placa traseira do carro. Carretas de 26, 30 metros a todo momento, ninguém faz nada. Poder público ignora, cenibra não procura o estado para uma parceria. Deputados só aparecem na época de eleições. Valourec duplicou parte da Br483 região de Congonhas, em parceria com o estado. Porque a Cenibra não faz a mesma coisa na Mg758?!”
Hugo
18 de fevereiro, 2022 | 09:37Passei por esse trecho ontem de noite, e realmente está muito perigoso, não tem faixas na vida, passar de noite e chovendo é perigo na certa, já é muito perigoso claro e seco imagina noite e chuva.”