05 de fevereiro, de 2022 | 07:29

Anvisa alerta que o chá ''50 Ervas - Emagrecedor'' está proibido no Brasil

Produto não está regularizado como medicamento

Com informações da Agência Brasil
Reprodução
Suposto 'chá emagrecedor' é consumido em pílulas e levou paciente a falência hepáticaSuposto 'chá emagrecedor' é consumido em pílulas e levou paciente a falência hepática

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou alerta sobre os produtos com a marca 50 Ervas Emagrecedor. De acordo com a agência, o 50 Ervas Emagrecedor está proibido no país desde 2020 por não estar regularizado como medicamento. O comércio de produtos com propriedades terapêuticas não autorizados pela Anvisa é atividade clandestina.

Uma mulher de 42 anos morreu na madrugada de ontem (3), em São Paulo, após ingerir um composto com 50 ervas que promete perda de peso. A mulher, que não tinha problemas prévios de saúde, sofreu uma lesão irreversível no fígado e precisou de um transplante de urgência. Mesmo após passar por cirurgia e receber um novo fígado, o corpo da paciente rejeitou o órgão transplantado e ela faleceu.

Segundo a Anvisa, alguns dos ingredientes do suposto emagrecedor têm autorização para uso somente em medicamentos, como fitoterápicos, e não em suplementos alimentares e também não pode ser classificado como alimento. Entre estes componentes estão o chapéu de couro, cavalinha, douradinha, salsa parrilha, carobinha, sene, dente de leão, pau ferro e centelha asiática.

Em seu alerta, a Anvisa explica que “qualquer produto com propriedades terapêuticas, por exemplo, com a promessa de emagrecimento, só pode ser comercializado no Brasil com autorização da Anvisa”. Além disso, o comércio desse tipo de produto só pode acontecer em farmácias ou drogarias, já que substâncias com propriedades terapêuticas são consideradas medicamentos.

A agência disponibiliza informações sobre produtos proibidos e registrados como medicamentos. Para saber se um produto é proibido pela Anvisa, acesse este link. Para entrar na página é preciso ter cadastro/conta gov.br.

O caso da enfermeira Mara



Esta semana a enfermeira Mara Abreu, de 42 anos, precisou ser submetida a um transplante de fígado após tomar cápsulas de chá emagrecedor e morreu no Hospital das Clínicas, em São Paulo. O corpo da enfermeira rejeitou o transplante e ela não resistiu. Mara foi cremada e o velório ocorreu nesta sexta-feira (4). A prima de Mara, Márcia Cristina Oliveira, contou que o corpo não aceitou o procedimento no domingo (30/1) e ela esperava um novo doador.

Após o agravamento da situação da paciente, a médica Liliana Ducatti Lopes, cirurgiã do aparelho digestivo, fez um vídeo alertando sobre os perigos de chás emagrecedores de 50 ervas. Mara teve hepatite fulminante depois de consumir o produto, que contém chá verde, carqueja e mata verde.

A cirurgiã compartilhou um vídeo no Instagram no qual relata que na literatura médica há casos semelhantes ao da paciente, que não tinha nenhum problema de saúde prévio e acabou desenvolvendo uma falência aguda do fígado gravíssima. "Se não transplantar vai a óbito em 24, 48 ou 72 horas. São casos dramáticos", explica a médica.

A cirurgiã acrescenta que, quando a paciente Mara foi admitida no HC, a primeira coisa foi verificar se a paciente tomava algum medicamento, que é a causa mais comum de falência do fígado. Foi quando a família levou para o hospital o frasco de chá emagrecedor com 50 ervas que a paciente tomou.

"Quando olhamos o rótulo dessa medicação já podemos identificar diversas ervas conhecidas por serem hepatotóxicas, por fazerem mal ao fígado. Dentre elas, a mais comum e mais conhecida é o chá verde. É muito bem descrito na literatura, há vários relatos que mostram casos de hepatite fulminante causada por uso de chá verde”, contou.

Segundo a médica, a carqueja e mata verde também são ervas descritas na literatura médica por serem prejudiciais ao fígado se mal administradas.

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