02 de fevereiro, de 2022 | 12:30

Índices de cobertura vacinal em Minas e no Vale do Aço são preocupantes

Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Pais devem ficar atentos e manter a caderneta de vacinação das crianças em diaPais devem ficar atentos e manter a caderneta de vacinação das crianças em dia

Com toda atenção voltada para a vacinação contra a covid-19, o medo de contaminação na pandemia e ainda a disseminação de notícias falsas na internet são alguns dos motivos que tem levado pais e responsáveis a não vacinarem suas crianças. Com isso, várias vacinas que fazem parte do calendário anual de imunização estão abaixo da meta desejada pela Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais.

Os pais e/ou responsáveis por crianças devem se manter atentos ao calendário de vacinação infantil. Conforme dados repassados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), consolidados até novembro de 2021, a cobertura vacinal está abaixo do recomendado para as vacinas importantes durante a infância. Com isso, doenças que já estavam erradicadas podem retornar, acometendo os pequenos e trazendo risco para a saúde.

Segundo a coordenadora estadual do Programa de Imunizações da SES-MG, Josianne Dias Gusmão, é necessário que as crianças estejam com o cartão de vacina atualizado, pois muitas doenças podem ser evitadas por meio de vacinação. Atualmente, por exemplo, não há casos registrados de poliomielite (paralisia infantil), resultado alcançado justamente em função da imunização bem-sucedida de crianças.

“Muitas doenças comuns no Brasil e no mundo deixaram de ser um problema de saúde pública por causa do sucesso da vacinação nas últimas décadas. Importante destacar que uma baixa cobertura vacinal contribui para o retorno de doenças que estavam erradicadas. Foi o que aconteceu em 2019, quando Minas Gerais registrou casos de sarampo. Esta falsa impressão de que algumas doenças não possam retornar e que a vacinação não é mais necessária é um risco para a reintrodução de doenças", destaca a especialista.

Baixa adesão em Minas
Conforme dados do Governo de Minas Gerais, as vacinas BCG e rotavírus têm a cobertura preconizada pelo Ministério da Saúde de 90%. Já as demais vacinas que fazem parte do calendário infantil têm meta de 95%. No entanto, dados parciais de 2021 mostram que a cobertura de vacinas essenciais segue abaixo do ideal em Minas, o que é motivo de alerta.

A vacina contra a poliomielite, por exemplo, destinada a crianças de dois, quatro e seis meses, está com 63,68% de alcance (dados parciais até novembro/2021). Considerando apenas a dose de primeiro reforço da poliomielite, aplicada em crianças de 15 meses, a cobertura está em 57,53%. Já na dose de poliomielite destinada a crianças de quatro anos, o número é ainda mais baixo, alcançando apenas 50,56%, o que causa preocupação.

Na vacina de febre amarela, destinada ao público infantil menor de um ano de idade, a cobertura é de 63,67%. Outras vacinas ainda apresentam cobertura abaixo do esperado, dentre elas a tríplice viral e a pentavalente, ambas de suma importância para proteger as crianças. Vale lembrar que somente nos primeiros anos de vida, o Estado oferece vacinas que previnem mais de 20 doenças. E a SES garante que o estoque está abastecido.

“Importante que os pais ou responsáveis levem as crianças até as Unidades de Saúde para a atualização do cartão de vacina. A vacinação é uma proteção coletiva, pois quanto menos pessoas adoecem, menor é a possibilidade de transmissão de doenças que são evitadas por meio da imunização”, ressalta Josianne.


Números no Vale do Aço também estão abaixo do indicado

Na Superintendência Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, os números do Vale do Aço também são muito preocupantes, com todas as vacinas do calendário vacinal de 0 a 4 anos abaixo da meta de cobertura que é de 90% a 95%. A vacina BCG, por exemplo, indicada para crianças logo após o nascimento, está com 64,34% de cobertura, porém a meta é 90%.

A Hepatite B, também destinada para crianças menores de um ano, a cobertura está em 70,68%, enquanto a meta é 95%. A poliomielite para crianças com 4 anos, com meta é 95%, está com a cobertura de apenas 51,23%. A segunda dose da tríplice viral está com cobertura de 56,81%, no entanto, o recomendado é 95%. A SES disse que os dados são preliminares e sujeitos a alterações.
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