30 de dezembro, de 2021 | 09:51

FMF tem eleição prevista para esta quinta-feira, novamente sem que oposição consiga registrar chapa

Reprodução Twitter
Adriano Guilherme Aro sucede o poder da família na FMF desde os anos 1960Adriano Guilherme Aro sucede o poder da família na FMF desde os anos 1960

Em meio a uma ferrenha batalha judicial, que ainda se arrasta e poderá ter desfecho com adiamento no mesmo dia do pleito, a Federação Mineira de Futebol (FMF) marcou a eleição para o mandato do quadriênio 2022/2025 para esta quinta-feira (30), a partir de 8h, em sua sede, à rua Piauí, 1977, bairro Funcionários, Belo Horizonte. E novamente, conforme acontece ao longo de décadas na entidade, a oposição não conseguiu registrar uma chapa para concorrer contra o atual presidente, Adriano Guilherme Aro Ferreira, neto do coronel José Guilherme, cuja família está no poder na entidade desde a década de 1960. Seu vice é o ex-presidente Castellar Guimarães Neto, atualmente um dos vice-presidentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e também com um cargo na Fifa.

O obstáculo para o registro da chapa é o mesmo de sempre: imposições no estatuto da FMF que praticamente eliminam a possibilidade de algum oponente formar um grupo que dispute a eleição. Desta feita, o pretenso candidato Frederico Pacheco, dirigente do Betim Futebol Clube, esbarrou, dentre outras dificuldades, na exigência de anuência de cinco clubes do departamento de futebol amador de Belo Horizonte, quando, na prática, somente oito agremiações estavam legalizadas junto à Federação e cinco delas já haviam assinado este documento para a chapa da situação, isto depois da “descoberta” da publicação do edital de convocação das eleições.

O pleito pode ser suspenso, adiado ou ter outro rumo caso a Justiça acate um mandado de segurança impetrado no Tribunal de Justiça, no qual os opositores questionam as regras do processo eleitoral contidas no edital. Tentativa semelhante foi negada há duas semanas, porém os advogados contratados por Frederico Pacheco afirmam que há elementos suficientes para adiar a eleição e abrir outro prazo de inscrição de chapas, citando os mesmos obstáculos dos pleitos anteriores, que fizeram a família Guilherme estar no poder há décadas. Adriano Aro é irmão do deputado federal Marcelo Aro (PP), pretenso candidato a senador no grupo de apoio a Jair Bolsonaro (presidente) e Romeu Zema (governador), no ano que vem.

Estariam aptos a votar os 12 clubes da 1ª Divisão, 12 clubes do Módulo B, os 15 clubes que disputaram a Terceira Divisão este ano, 72 ligas amadoras do interior e os oito clubes do futebol amador da capital.
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Comentários

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Edimilson Kokin

06 de janeiro, 2022 | 12:16

“Por essas situações é que o futebol mineiro do interior nunca vai pra frente. Vai ser sempre uma várzea um pouco mais organizada. A federação tem que estar a serviço dos times mineiros e não a serviço de uma mesma família há varias décadas servindo como palanque e curral eleitoral. Coisa vergonhosa e imoral.”

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