07 de dezembro, de 2021 | 17:02

Documentário conta a história da professora Eli Moreira Drumond

Divulgação
Autores doam obra impressa para a Biblioteca Raquel Pacífico Drumond: ''a história sobrevive''Autores doam obra impressa para a Biblioteca Raquel Pacífico Drumond: ''a história sobrevive''

O ano de 2021 marca o centenário de nascimento Eli Moreira Drumond, a primeira professora normalista de Timóteo que consagrou a vida à área de educação no município. A trajetória da educadora foi resgatada por seus filhos Mariângela e Joseli Moreira Drumond, que organizaram um documentário a partir de documentos e relatos catalogados pela própria mãe. A condensação do material deu origem ao documentário impresso “Eli Moreira Drumond”, cujo exemplar foi doado à Biblioteca Pública Municipal Raquel Pacífico Drumond, na sexta-feira passada (3), visando à preservação das memórias da cidade.

Ao falar sobre a doação do documentário, Mariângela e Joseli Drumond, muito emocionados, frisaram que “Eli dedicou sua vida à educação do município, tendo lecionado para várias figuras ilustres da cidade, como o ex-prefeito Jésus Martins, e dirigido a Escola Angelina Alves de Carvalho”. Os autores da obra acrescentam que, como professora e gestora, Eli sempre teve atuação proativa.

“A partir do registro, a história sobrevive. E a história da cidade é feita por seu povo”, ressaltaram os autores. Em 4 de junho de 1971, após 31 anos de dedicação exclusiva ao cargo de magistério, Eli aposentou-se como diretora do Grupo Escolar Angelina Alves de Carvalho. A professora faleceu em 3 de fevereiro de 2006, um dia antes da data de aniversário.

“É uma honra receber esse documentário, que traz uma aprendizagem grande e valoriza a história e a cultura de Timóteo”, agradeceu a coordenadora da Biblioteca Raquel Pacífico Drumond. A cerimônia de entrega do documentário foi prestigiada pelos demais filhos de Eli (Zulmira, Marilene e Eugênio), bisnetos, parentes e amigos, representantes de entidades e da prefeitura.

Ascendência

Mais do que a trajetória pessoal da normalista, o documentário traz memórias da história do município. “Nascida em 4 de fevereiro de 1921, filha de José Moreira Bowen e de Lúcia de Assis Castro, no vilarejo denominado São Sebastião do Alegre, que pertencia ao distrito de São José do Grama, atual Jaguaraçu, da Comarca de São Domingos do Prata, em Minas Gerais, posteriormente denominado Timóteo, foi batizada como Eli Moreira de Assis”, registra a obra. Ela era a quarta filha dentre 12 irmãos.

O documentário destaca a participação no desenvolvimento da região de ascendência da professora. Conhecido por todos como Zé Adão, por ser filho de Adam Little Berry Bowen, José Moreira Bowen era proprietário da Fazenda “Paraíso”, localizada onde é hoje o quartel da Polícia Militar, no bairro Primavera, em Timóteo. A área da fazenda abrangia toda área do Oikós (Centro de Educação Ambiental da Aperam South América). José Adão, um dos pioneiros de Timóteo, cultivava na fazenda vários produtos agrícolas, além de se dedicar à pecuária. Ele muito trabalhou pelo desenvolvimento de São Sebastião do Alegre, atual Timóteo. Em 1925, conseguiu a instalação da primeira agência dos Correios.

“Como citado por Maria Celeste de Abreu, em seu livro ‘Sertão Bravo do Rio Doce’, à página 167, Adam Bowen, Adão em português, era também conhecido na região do Vale do Rio Doce como Adão Americano, devido ao seu idioma natal, ou Adão Arado, por ter introduzido na região a prática do arado à tração animal, no cultivo da agricultura”, reconta o documentário sobre o avô da educadora.

Magistério

Eli se formou no curso normal, em São Domingos do Prata/MG, em 10 de dezembro de 1939. Na época, não existia curso na região. Neste ano, enquanto Eli cursava o último ano do Curso Normal, Zé Adão, que aprendeu com o próprio pai o ofício de carpintaria, dentre vários ofícios, construiu uma casa na antiga rua Jaguaraçu, no atual município de Timóteo, hoje denominada rua Sebastião Malaquias Ferreira, com sala e alguns móveis como mesa, carteiras e estante, para funcionamento da escola onde sua filha pudesse lecionar.

No dia 26 de janeiro de 1940, Eli toma posse como professora interina da Escola Municipal de Antônio Dias, iniciando assim sua trajetória no magistério, lecionando para as crianças do vilarejo Sebastião do Alegre, atual Timóteo. O município de Timóteo viria a se emancipar em 1964. A trajetória completa da educadora encontra-se à disposição para pesquisa na Biblioteca Pública Raquel Pacífico Drumond.
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