28 de novembro, de 2021 | 16:04

Em operação de guerra, PF e Ibama desmobilizam garimpo ilegal no rio Madeira, na Amazônia

Divulgação PF
Invasão de garimpeiros ilegais no rio Madeira ameaçava virar novo escândalo internacional e governo agiu em menos de uma semanaInvasão de garimpeiros ilegais no rio Madeira ameaçava virar novo escândalo internacional e governo agiu em menos de uma semana

Uma operação conjunta da Polícia Federal, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Força Nacional e a Marinha do Brasil o avanço do garimpo ilegal na região da Amazônia sofreu um golpe neste fim de semana. Segundo o ministro Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública), foram destruídas 69 balsas que faziam dragagem ilegal no rio Madeira, em busca de ouro e outras pedras preciosas. Um garimpeiro foi preso e ouro extraído ilegalmente foi recolhido.

Na semana que passou a denúncia de centenas de garimpeiros instalados no rio Madeira, no Amazonas, expôs um dos problemas centrais da região: o garimpo ilegal. O governo brasileiro, que já tem a imagem abalada no exterior com o avanço desenfreado do desmatamento, decidiu agir e mobilizou as forças do Estado para atacar a ação criminosa

“Conforme determinei, o Ministério da Justiça e Segurança Pública agiu imediatamente contra o crime”, escreveu o ministro em seu perfil no Twitter. Torres divulgou um vídeo com imagens de balsas incendiadas.

Em nota, o Ibama disse que a operação teve início quarta-feira-feira (24), quando helicópteros do órgão “fizeram o reconhecimento do local, ajustando todos os pontos necessários para intervenção das forças de repressão do Estado, trazendo assim resultados efetivos no combate aos crimes ambientais naquela região”.

Em áudios vazados na semana passada, um homem identificado como um garimpeiro fala em reagir a abordagens de fiscalização no rio. “Vocês que têm muita balsa aí, montar um paredão aí”, disse ele.

O garimpo é a mineração manual. Por não haver profundidade na exploração, esse tipo de mineração degrada mais a superfície dos biomas. Também é, normalmente, ilegal. É o caso dos garimpeiros que invadiram o Rio Madeira, que não têm autorização da ANM (Agência Nacional de Mineração) para explorar a região.

As embarcações alvo da denúncia chegaram no rio há pelo menos duas semanas. Foram feitas denúncias às autoridades locais, mas nenhuma ação concreta foi desencadeada e a aglomeração de balsas e dragas foi crescendo.

“Eles [garimpeiros] estão dragando o fundo do rio, com um processo de separação [da areia e dos metais] que gera uma poluição química”, afirmou Pedro Walfir, coordenador de pesquisa sobre mineração do MapBiomas, em entrevista ao Poder 360. “Quanto mais tempo eles permanecem lá, nessa atividade, maior vai ser o impacto na região”.

A mineração ilegal raramente tem protocolos de segurança, ambientais e trabalhistas. O garimpo (em grande parte ilegal) é a principal forma de mineração na Amazônia. Dados do MapBiomas indicam que a área minerada por garimpos na região em 2020 chegou a 101,1 mil hectares. É, de longe, a maior área de garimpo no Brasil.



Reprodução de vídeo
Em uma ação programada, centenas de balsas foram instaladas em rio na Amazônia, em menos de uma semana Em uma ação programada, centenas de balsas foram instaladas em rio na Amazônia, em menos de uma semana

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