26 de novembro, de 2021 | 17:45
Uso inadequado de remédios para emagrecer pode causar danos à saúde, alerta médica
Com a proximidade do verão, o desejo de ficar em forma leva muitas pessoas a buscarem fórmulas mágicas e rápidas para reduzir peso. Uma delas é o uso inadequado de remédios que inibem o apetite e saciam a fome, os anorexígenos. Essas medicações, no entanto, somente têm prescrição para alguns casos. Se utilizadas sem indicação médica e tratamento adequado podem causar problemas sérios à saúde. O alerta é da médica endocrinologista da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Camila Teixeira Costa, que explica quais são os casos indicados e por quais motivos esses remédios não devem ser utilizados por outras pessoas.
Segundo a médica, os anorexígenos são utilizados somente para tratamento da obesidade. Eles não têm indicação alguma para quem não tenha a doença ou mesmo só queira um emagrecimento rápido”, explica.
Padrão de beleza
A profissional de Recursos Humanos, Thaísa Brunelli, de 35 anos, começou a fazer uso de remédios para emagrecer ainda na adolescência. O que eu achava bonito era as mulheres magras. Eu queria ser uma, mas eu era gordinha. Fazia diversas dietas. No verão ficava ainda mais preocupada com o corpo. Queria perder peso de todo jeito e ficar com a barriga seca. Foi aí que comecei a tomar esses remédios sem um acompanhamento médico adequado”, lembra.
Entre 18 e 21 anos, Thaísa tinha um índice de massa corporal de 28, o que não é considerado obesidade, e sim, sobrepeso. Com o uso dos remédios, Thaísa chegava a emagrecer rapidamente. Porém, os remédios provocaram diversos efeitos colaterais nela. Tinha muita diarreia, insônia, ficava irritada com frequência e às vezes sentia muitos tremores, mesmo assim o que importava era o resultado final”, lembra.
A briga com a balança foi frequente na vida de Thaísa. Aos 22 anos e já casada, Thaísa chegou à obesidade, fez um acompanhamento mais sério e relata mudanças. Por volta dos 26 anos fiz o projeto equilibrar, mudei a alimentação, fiz atividade física e contei com a ajuda de uma medicação que me ajudou a emagrecer”.
No entanto, depois que chegou o primeiro filho, na correria do dia a dia, ela confessa que relaxou com o tratamento e voltou a engordar. Eu não fazia mais as coisas certas, não tinha tempo. Depois que me tornei mãe, desbandou tudo mesmo, sendo que aos 29 tive a doença autoimune e piorou a situação porque ganhei muito peso no tratamento com corticoide”. E acrescenta. Cheguei a pesar 105 kg e perdi o controle da situação. Acabei apelando para uma cirurgia bariátrica”.
Efeitos colaterais
Segundo a endocrinologista, os remédios para o tratamento da obesidade agem reduzindo o apetite, aumentando a sensação de saciedade ou mesmo diminuindo a absorção da gordura dos alimentos. Entre os principais efeitos colaterais desses remédios estão a dor de cabeça, boca seca, diarreia, náuseas, tonteira e irritabilidade.
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