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14 de outubro, de 2021 | 16:06

Projeto que fixa cobrança do ICMS dos combustíveis pode gerar preço ainda mais alto

Yago Cardoso
Para Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais, proposta reduz arrecadação do ICMS dos estados, mas combustíveis permanecerão com preço alto Para Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais, proposta reduz arrecadação do ICMS dos estados, mas combustíveis permanecerão com preço alto

Foi encaminhado para apreciação no Senado, o Projeto de Lei Complementar 11/2021, aprovado na Câmara dos Deputados, e que prevê a incidência por uma única vez do ICMS sobre combustíveis, inclusive importados. O texto remete ao Conselho de Secretários Estaduais de Fazenda (Confaz) a definição de uma alíquota única, atrelado à quantidade do combustível vendida, não incidindo sobre o preço total, como na regra atual. O cálculo do ICMS seria feito com base na média dos preços de dois anos anteriores. A proposta foi aprovada por 392 votos a favor, 71 contra e 2 abstenções.

Apenas neste ano, a gasolina já acumula alta de mais de 31%, o etanol, 40,7%, e o diesel, 28%. Com o litro da gasolina na casa dos R$ 7 o litro há pressão política para mudanças. Mas a medida relativa ao ICMS aprovada na noite de quarta-feira é alvo de contestação e coloca em dúvida o resultado prático esperado, que é a redução nos preços para o consumidor final.

Divulgado nesta quinta-feira (14), um estudo da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite) alerta que a alteração na cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis pode causar um prejuízo de R$ 24 bilhões à economia dos estados, em perda de arrecadação.

Somente Minas Gerais irá perder cerca de R$ 3 bilhões, comprometendo ainda mais o equilíbrio fiscal. Em Minas, a alíquota para a gasolina é de 31%, a do etanol de 16% e a do diesel, 15%. Apesar da perda na arrecadação com o ICMS, há dúvida se a redução chegará ao consumidor final, porque com a adoção do Preço de Paridade de Importação (PPI), o preço dos derivados nas refinarias não para acompanhar a alta do dólar e do petróleo no mercado internacional.

Como é hoje e como pode ficar

Atualmente, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) divulga, a cada 15 dias, o preço médio dos combustíveis no período, para calcular o ICMS.

O governo federal aponta o imposto, recolhido pelos estados, como o principal responsável pelo aumento no preço dos combustíveis nas bombas. A Febrafite afirma que a adoção de alíquota com valores fixos por unidade de medida (R$/litro) – como propõe o governo federal – pode ter efeito contrário e deixar os combustíveis ainda mais caros.

“Hoje o preço da gasolina está alto, mas se, futuramente, o valor do dólar e do barril de petróleo caírem, essa média dos últimos 24 meses vai deixar o preço mais alto e terá um efeito contrário do pretendido, que seria reduzir o preço do combustível”, diz Rodrigo Spada, presidente da Febrafite em entrevista ao jornal Estado de Minas.


Entenda o que é o PPI implantado no governo Michel Temer na Petrobras


Deste outubro de 2016, quando o governo Michel Temer (MDB) implementou na Petrobras o Preço de Paridade de Importação (PPI), o custo dos combustíveis não para de subir.

Os economistas apontam que o PPI favorece dois setores da economia, especificamente, os importadores de derivados (Shell e Mubadala), que cresceram no país a partir de 2016 e aqueles que querem comprar as refinarias. Além disso, assegura rentabilidade para quem comprou ação da Petrobras, à custa de quem paga os preços altos nas bombas.

A formação de preços no PPI é explicado da seguinte forma pela a diretora da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Cibele Vieira: “Ao invés de formar o próprio preço considerando os custos para fazer cada derivado, [com o PPI] a Petrobrás pega o valor internacional e acrescenta o custo de importação para ficar no mesmo preço que os importadores têm para vender aqui no mercado brasileiro. Ao invés de fazer o preço o mais baixo possível para concorrer no mercado contra os importadores, a Petrobrás aumenta o dela para ficar igual ao dos concorrentes. Na prática, há uma dolarização do combustível para que ceda espaço ao mercado internacional”, detalhou.
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Comentários

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Santos

15 de outubro, 2021 | 08:47

“Dolár não baixa numcaaaaaaa.....”

Carlos Roberto Martins de Souza

14 de outubro, 2021 | 16:35

“No dicionário do pobre no governo Bolsocaro
O ovo vem primeiro que a galinha
O osso vem primeiro que a carne
O pé vem primeiro que o frango
A lenha vem primeiro que o gás
O fubá vem primeiro que o arroz
O fuzil vem primeiro que o feijão
A morte vem primeiro que o hospital
O ódio vem primeiro que o amor”

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